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Nietzche e as primeiras concepções filosóficas da existência: do ânimo criminoso ao impulso lúdico / Nietzsche and the first philosophical conceptios of the existenceMarcelo Lion Villela Souto 14 May 2008 (has links)
O foco inicial da pesquisa incide sobre os textos nos quais Nietzsche se dedica a tratar exclusivamente acerca dos primeiros filósofos gregos, são eles: A Filosofia na Época Trágica dos Gregos e Lições sobre os Filósofos Pré-Platônicos. Apesar de não terem sido publicados em vida pelo filósofo, a grande importância desses textos reside no fato de serem os únicos documentos nos quais se pode encontrar em Nietzsche a realização de um empreendimento sistemático de leitura e interpretação dos filósofos que precederam a existência de Platão. Dentre os pensadores abordados nesses textos, o trabalho privilegiou a leitura de Anaximandro e de Heráclito devido ao fato de terem sido tratados por Nietzsche como representantes de um núcleo temático comum. Os filósofos expressam modos distintos de tratar o problema crucial que a existência lhes apresenta: o problema da finitude de todos os entes que se determinam no tempo como individualidades. Anaximandro é o responsável por introduzir os questionamentos de ordem moral em filosofia. Ele se pergunta pela primeira vez acerca da existência em termos de valor. O filósofo justifica a presença de seres determinados e inevitavelmente finitos através da remissão a um ato criminoso original responsável por toda forma de existência individual. De acordo com o decreto do tempo, que prescreve a duração de cada um, a injustiça deste ato deverá ser inexoravelmente punida através da morte. Abre-se aí a perspectiva que depõe a culpa da própria existência e do sofrimento a ela inerente sobre o coração do vivente. Heráclito, por sua vez, concentra-se não mais sobre a tristeza que envolve a perda de todo aquele que uma vez veio a ser, sua resposta afirma a perene criação de novas formas como a suprema alegria que envolve a continuidade do processo de transformações que se chama vida. A onipresença da finitude é vista como sintoma da mais imperiosa justiça a atuar em todo desdobramento temporal. A motivação que preside todo o esforço desta pesquisa consiste em observar o modo como Nietzsche interpreta as concepções da existência apresentadas por esses dois filósofos gregos, para, em seguida, indicar o modo como as integra ao seu próprio pensamento. Tendo sido apontados esses dois caminhos, cada um com suas vertentes e complexidades próprias, será possível observar os desdobramentos futuros a que eles se sujeitam no sentido da formação e consolidação do escopo de problemas e questionamentos enfrentados por Nietzsche em momentos posteriores de sua obra filosófica. O objetivo final é mostrar que as leituras feitas por Nietzsche acerca desses pensadores não constituem uma porção estanque de sua filosofia, a qual poderia, sem maiores prejuízos, ser descartada dos questionamentos desenvolvidos e das soluções apontadas no período que corresponde à sua, assim chamada, maturidade filosófica. / The initial focus of the research focuses on the texts which Nietzsche devotes himself to deal exclusively on the first Greek philosophers, which are: Die Philosophie im tragischen Zeitalter der Griechen and Die Vorplatonischen Philosophen. Although they have not been published in life by the philosopher these texts are very important because it corresponds to the only documents where is possible to find in Nietzsche the execution of a sistematic undertaking of reading and interpretation of the philosophers prior to the existence of Plato. Among the thinkers broached on these texts, the work favoured on the reading of Anaximander and Heraclit due to the fact that they were treated by Nietzsche as representatives of a common thematic core. The philosophers express different ways to deal with the key problem that existence gives them: the problem of the finiteness of all entities that settle themselves in time as individuals. Anaximander is the responsible for introducing the questioning of moral in philosophy. He asks himself for the first time about the existence in terms of value. The philosopher justifies the presence of certain beings and unavoidably finite through the forgiveness of a original criminal act responsible for all individual existence form. According to the decree of time, which specifies the length of each one, the injustice of this act shall be punished inexorably with death. It opens up the outlook that testifies the fault of own existence and the suffering inherent to the existence over the living heart. Heraclit, in turn, will focus not about the sadness surrounding the loss of one who once came to be his reply asserts the perennial creation of new forms as the supreme joy that involves the continuation of the process of change that is called life. The omnipresence of finiteness is seen as a symptom of the most urgent justice to act in any deployment time. The motivation which manages the whole effort of this research is to observe how Nietzsche interprets the conceptions of existence submitted by these two Greek philosophers, to then try to show how integrate them as part of his own thinking. Having been pointed out those two tracks, each with its own slopes and complexities, will be possible to observe the future unfolding which they are subject to form and consolidate the scope of problems and questions faced by Nietzsche moments later, in his philosophical works. The ultimate goal is to show that the readings made by Nietzsche on these thinkers are not a tight portion of its philosophy, which could, without major damage, be discarded of questioning developed and the solutions outlined in the period that corresponds to his, so called, philosophical maturity.
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Nietzche e as primeiras concepções filosóficas da existência: do ânimo criminoso ao impulso lúdico / Nietzsche and the first philosophical conceptios of the existenceMarcelo Lion Villela Souto 14 May 2008 (has links)
O foco inicial da pesquisa incide sobre os textos nos quais Nietzsche se dedica a tratar exclusivamente acerca dos primeiros filósofos gregos, são eles: A Filosofia na Época Trágica dos Gregos e Lições sobre os Filósofos Pré-Platônicos. Apesar de não terem sido publicados em vida pelo filósofo, a grande importância desses textos reside no fato de serem os únicos documentos nos quais se pode encontrar em Nietzsche a realização de um empreendimento sistemático de leitura e interpretação dos filósofos que precederam a existência de Platão. Dentre os pensadores abordados nesses textos, o trabalho privilegiou a leitura de Anaximandro e de Heráclito devido ao fato de terem sido tratados por Nietzsche como representantes de um núcleo temático comum. Os filósofos expressam modos distintos de tratar o problema crucial que a existência lhes apresenta: o problema da finitude de todos os entes que se determinam no tempo como individualidades. Anaximandro é o responsável por introduzir os questionamentos de ordem moral em filosofia. Ele se pergunta pela primeira vez acerca da existência em termos de valor. O filósofo justifica a presença de seres determinados e inevitavelmente finitos através da remissão a um ato criminoso original responsável por toda forma de existência individual. De acordo com o decreto do tempo, que prescreve a duração de cada um, a injustiça deste ato deverá ser inexoravelmente punida através da morte. Abre-se aí a perspectiva que depõe a culpa da própria existência e do sofrimento a ela inerente sobre o coração do vivente. Heráclito, por sua vez, concentra-se não mais sobre a tristeza que envolve a perda de todo aquele que uma vez veio a ser, sua resposta afirma a perene criação de novas formas como a suprema alegria que envolve a continuidade do processo de transformações que se chama vida. A onipresença da finitude é vista como sintoma da mais imperiosa justiça a atuar em todo desdobramento temporal. A motivação que preside todo o esforço desta pesquisa consiste em observar o modo como Nietzsche interpreta as concepções da existência apresentadas por esses dois filósofos gregos, para, em seguida, indicar o modo como as integra ao seu próprio pensamento. Tendo sido apontados esses dois caminhos, cada um com suas vertentes e complexidades próprias, será possível observar os desdobramentos futuros a que eles se sujeitam no sentido da formação e consolidação do escopo de problemas e questionamentos enfrentados por Nietzsche em momentos posteriores de sua obra filosófica. O objetivo final é mostrar que as leituras feitas por Nietzsche acerca desses pensadores não constituem uma porção estanque de sua filosofia, a qual poderia, sem maiores prejuízos, ser descartada dos questionamentos desenvolvidos e das soluções apontadas no período que corresponde à sua, assim chamada, maturidade filosófica. / The initial focus of the research focuses on the texts which Nietzsche devotes himself to deal exclusively on the first Greek philosophers, which are: Die Philosophie im tragischen Zeitalter der Griechen and Die Vorplatonischen Philosophen. Although they have not been published in life by the philosopher these texts are very important because it corresponds to the only documents where is possible to find in Nietzsche the execution of a sistematic undertaking of reading and interpretation of the philosophers prior to the existence of Plato. Among the thinkers broached on these texts, the work favoured on the reading of Anaximander and Heraclit due to the fact that they were treated by Nietzsche as representatives of a common thematic core. The philosophers express different ways to deal with the key problem that existence gives them: the problem of the finiteness of all entities that settle themselves in time as individuals. Anaximander is the responsible for introducing the questioning of moral in philosophy. He asks himself for the first time about the existence in terms of value. The philosopher justifies the presence of certain beings and unavoidably finite through the forgiveness of a original criminal act responsible for all individual existence form. According to the decree of time, which specifies the length of each one, the injustice of this act shall be punished inexorably with death. It opens up the outlook that testifies the fault of own existence and the suffering inherent to the existence over the living heart. Heraclit, in turn, will focus not about the sadness surrounding the loss of one who once came to be his reply asserts the perennial creation of new forms as the supreme joy that involves the continuation of the process of change that is called life. The omnipresence of finiteness is seen as a symptom of the most urgent justice to act in any deployment time. The motivation which manages the whole effort of this research is to observe how Nietzsche interprets the conceptions of existence submitted by these two Greek philosophers, to then try to show how integrate them as part of his own thinking. Having been pointed out those two tracks, each with its own slopes and complexities, will be possible to observe the future unfolding which they are subject to form and consolidate the scope of problems and questions faced by Nietzsche moments later, in his philosophical works. The ultimate goal is to show that the readings made by Nietzsche on these thinkers are not a tight portion of its philosophy, which could, without major damage, be discarded of questioning developed and the solutions outlined in the period that corresponds to his, so called, philosophical maturity.
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