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Prosa do coração, poesia do mundo: incorporação da lírica nos contos de Katherine Mansfield / Prose of the heart, poetry of the world: incorporation of Lyric Poetry into the work of Katherine MansfieldRabelo, Victor Coutinho 26 September 2016 (has links)
Uma das principais peculiaridades que distinguem o conto de outras formas pertencentes ao gênero épico é o compartilhamento de certas características e procedimentos típicos da Lírica. Reflexões acerca desse hibridismo de gênero podem ser encontradas já na obra crítica de um dos mais ilustres iniciadores do conto moderno, o norte-americano Edgar Allan Poe, cuja priorização do efeito incutido pela narrativa e a preocupação em obter um tom e/ou um acontecimento singular que o transmitam ao leitor de forma contundente submetem o conto a diversas exigências internas que são mais comumente encontradas na Lírica, entre elas: a brevidade e intensidade da narrativa, a condensação tanto linguística quanto temática e uma perspectiva que se atém exclusivamente às próprias imediações. O lirismo na obra de Katherine Mansfield se manifesta principalmente através de meticulosos recortes temáticos que demonstram seu olhar atento aos detalhes mais ínfimos, do emprego de imagens e símbolos significativos e da posição cambiante de um narrador que frequentemente procura fundir sua perspectiva e seu próprio discurso ao das personagens principais. Para tanto, a autora recorre largamente à técnica do discurso indireto livre, que permite ao narrador se apropriar da voz de diversas personagens sem se limitar à perspectiva unitária da narrativa em primeira pessoa, o que confere à sua obra um grau ainda maior de subjetividade e, ao mesmo tempo, uma multiplicidade caleidoscópica dentro dos limites estritos do conto. / One of the main singularities that distinguish the short story from other forms that belong to the Epic genre is the sharing of certain characteristics and procedures with Lyric poetry. Considerations on this genre hybridism can already be found in the critical work of one of the most renowned founders of the modern short story, Edgar Allen Poe, whose priorization of the effect created by the narrative, as well as the aim to obtain a tone and/or a singular episode capable of conveying said effect to the reader, subject the short story to various internal requirements which are more commonly found in Lyric poetry, such as: the brevity and the intensity of the narrative, its linguistic and thematic condensation, and a point of view that focuses exclusively on its own immediacies. The lyrism found in the work of Katherine Mansfield is achieved mostly through a careful selection of theme that reveals her attention to detail, the use of meaningful images and symbols, and the shifting point of view of the narrator, who often attempts to combine his perspective and his speech to those of the main characters. In order to do that, the author frequently employs indirect free speech, which allows the voices of different characters to be incorporated without being limited by the one-sided perspective of a first-person narrator. Her stories are thus enriched by an even higher degree of subjectivity and, at the same time, by a kaleidoscopic diversity within the strict limits of the short story.
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Prosa do coração, poesia do mundo: incorporação da lírica nos contos de Katherine Mansfield / Prose of the heart, poetry of the world: incorporation of Lyric Poetry into the work of Katherine MansfieldVictor Coutinho Rabelo 26 September 2016 (has links)
Uma das principais peculiaridades que distinguem o conto de outras formas pertencentes ao gênero épico é o compartilhamento de certas características e procedimentos típicos da Lírica. Reflexões acerca desse hibridismo de gênero podem ser encontradas já na obra crítica de um dos mais ilustres iniciadores do conto moderno, o norte-americano Edgar Allan Poe, cuja priorização do efeito incutido pela narrativa e a preocupação em obter um tom e/ou um acontecimento singular que o transmitam ao leitor de forma contundente submetem o conto a diversas exigências internas que são mais comumente encontradas na Lírica, entre elas: a brevidade e intensidade da narrativa, a condensação tanto linguística quanto temática e uma perspectiva que se atém exclusivamente às próprias imediações. O lirismo na obra de Katherine Mansfield se manifesta principalmente através de meticulosos recortes temáticos que demonstram seu olhar atento aos detalhes mais ínfimos, do emprego de imagens e símbolos significativos e da posição cambiante de um narrador que frequentemente procura fundir sua perspectiva e seu próprio discurso ao das personagens principais. Para tanto, a autora recorre largamente à técnica do discurso indireto livre, que permite ao narrador se apropriar da voz de diversas personagens sem se limitar à perspectiva unitária da narrativa em primeira pessoa, o que confere à sua obra um grau ainda maior de subjetividade e, ao mesmo tempo, uma multiplicidade caleidoscópica dentro dos limites estritos do conto. / One of the main singularities that distinguish the short story from other forms that belong to the Epic genre is the sharing of certain characteristics and procedures with Lyric poetry. Considerations on this genre hybridism can already be found in the critical work of one of the most renowned founders of the modern short story, Edgar Allen Poe, whose priorization of the effect created by the narrative, as well as the aim to obtain a tone and/or a singular episode capable of conveying said effect to the reader, subject the short story to various internal requirements which are more commonly found in Lyric poetry, such as: the brevity and the intensity of the narrative, its linguistic and thematic condensation, and a point of view that focuses exclusively on its own immediacies. The lyrism found in the work of Katherine Mansfield is achieved mostly through a careful selection of theme that reveals her attention to detail, the use of meaningful images and symbols, and the shifting point of view of the narrator, who often attempts to combine his perspective and his speech to those of the main characters. In order to do that, the author frequently employs indirect free speech, which allows the voices of different characters to be incorporated without being limited by the one-sided perspective of a first-person narrator. Her stories are thus enriched by an even higher degree of subjectivity and, at the same time, by a kaleidoscopic diversity within the strict limits of the short story.
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A marginalidade ganha as ruas: uma análise literária de Ô Copacabana!Rocha, Tereza Raquel Arraes Alves 29 March 2010 (has links)
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Previous issue date: 2010-03-29 / This is paper focuses on the analysis of the, gender of hybridism, urban experience and characters that permeate the book Ô Copacabana!, written by the brazilian João Antônio Ferreira Filho (1937-1996), published in 1978 by Editora Civilização Brasileira. Structuring elements of the universe of João Antônio s narrative, his unique characters show a marked tendency in his writing: the predilection for those who are marginalized by society. Working intensively with themes of urban underworld in large cities, the writer makes use of ordinary practitioners to decant and narrate experiences of violence, pain, disillusionment and survival in an environment that hits and harden. As the narratives ranging in poles of order and disorder, their characters have changes of positions that vary depending on the textual content, a hallmark that most part of the critics calls it reversibility. Thus, the humiliated and offended can be the oppressive in the next turn of the page. Considering that this feature presents itself as a copyright mark that elevates João Antônio to a status of importance in Brazilian s contemporary literature, this research will be presented by the analysis of his marginalized characters and themes. / Este trabalho tem como objetivo uma análise do hibridismo de gêneros, experiência urbana e personagens que permeiam o livro Ô Copacabana!, do escritor paulista João Antônio Ferreira Filho (1937-1996), lançado em 1978, pela editora Civilização Brasileira. Elementos estruturantes do universo narrativo de João Antônio, as personagens marcam uma tendência em sua escrita: a predileção pelos marginalizados sociais. Trabalhando intensamente com temas do submundo urbano das grandes metrópoles, o escritor lança mão desses praticantes ordinários para decantar e narrar experiências de violência, dor, desencanto e sobrevivência em um ambiente que os agride e oprime. Assim como as narrativas oscilam em pólos de ordem e desordem, suas personagens apresentam mudanças de posições que oscilam dependendo do contexto textual, uma marca distintiva que parte da crítica nomeia como reversibilidade. Assim, o humilhado e ofendido pode ser o opressor no próximo virar de página. Entendendo que essa característica apresenta-se como uma marca autoral que faz João Antônio importante na literatura brasileira contemporânea, será feita a análise dos seus marginalizados de papel.
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