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[pt] TRAÇO, LETRA E ESCRITA NA / DA PSICANÁLISECLAUDIA DE MORAES REGO 20 June 2005 (has links)
[pt] Os significantes traço, letra e escrita foram importados
de seus
campos semânticos para a psicanálise num movimento
incialmente
metafórico. É nossa proposta demonstrar que, mais do que
uma metáfora,
estes significantes vieram a se constituir em modelos do
psíquico de tal
maneira que as letras e escritas visíveis passaram a poder
ser
entendidas a partir da referência à escrita psíquica. Como
segunda
hipótese, encetamos uma operação de extração de uma teoria
psicanalítica da origem da letra e da escrita, e da função
da escrita para
os sujeitos, que estaria implícita em Freud e Lacan. Esta
denominada
operação de extração, assemelhada à desconstrução
derridina, revelou
que o inconsciente (é) uma escrita de traços, o que só
pode se escrever
sob rasura uma vez que a verdade está ausente do traço. Por
consequência, a escrita visível será sempre encobrimento
desta
ausência radical de verdade do traço.
Escrever ou traçar é uma mímica da fundação do sujeito,
busca de
reencontrar sua metade sem par, num estreito litoral entre
saber e gozo:
lituraterra.
Aqueles sujeitos cuja língua é trabalhada pela escrita e
que se
sustentam em uma dupla referência à fala e à escrita, ou
aqueles outros
que, por determinação estrutural, sustentam melhor o non
sense da letra,
contituem um interessante caso para o exame da
inanalisabilidade,
devido à sua afinidade com a letra como traço (num caso, o
ideograma, e
no outro, lituraterra)
Também de forma não explicita, a psicanálise acompanhou
este
movimento. Houve uma psicanálise dominada por um desejo de
leitura,
de produção de sentido e há hoje uma psicanálise que se
aventura a ficar
do lado do non-sense do traço, onde o desejo do analista é
um desejo de
escrita.
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