1 |
Os loucos de rua e as redes de saúde mental: os desafios do cuidado no território e a armadilha da institucionalização / The mental health network for homeless people with mental health problemLisboa, Milena Silva 02 August 2013 (has links)
Made available in DSpace on 2016-04-29T13:31:05Z (GMT). No. of bitstreams: 1
Milena Silva Lisboa.pdf: 2266750 bytes, checksum: c612ce5b1cd2adcb9eaae054136d6b19 (MD5)
Previous issue date: 2013-08-02 / Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico / This research proposes the investigation of the relationships between homeless (in particular, when they experience mental distress) and health services, focus on the ways they establish support networks, including social, family and institutional resources. The central question of this research addresses how health care networks are setup (especially mental health netwoks), triggered by homeless cared by a team from the Family Health Program for Homeless (PSF-SD), and what are the effects of this care (support the suffering in the territory and production of mental health or institutionalization and social cleaning). During one year, we conducted an ethnography to understand the care relationships established between a team of PSF-SD and homeless, especially following ten cases of psychosocial suffering considered as mental illness. We reflect on the power of the device's PSF-SD, which relies primarily on the ties generated between staff and patients and the care performed in the daily life at the city streets, but that, by themselves, do not account for the needs regarding the mental health of homeless. Our findings revealed the disconnection of the mental health network and the fragile sustenance of the mental suffering in the territory, which keeps the homeless with severe mental distress as depository of the ancient treatment of madness based on social exclusion and disciplining. Their virtual dangerousness and their abnormality performed in the public domain constitute the basis for the lack of assistance of substitute services, which end up creating a circuit of chronicity, produced by constant denials of care network. This circuit works as a vector, centripetal, pointing to the segregation of this institutional residue (the dangerous and abnormal mad homeless ) in a psychiatric hospital. We conclude that the PSF-SD is a device that could break the trap of institutionalization of homeless with severe mental distress, in that, acting as extitution, could articulate the network and sustain mental health care relationships and accountability within and in the interstitial space established "between" institutions / Essa pesquisa tem como proposta a investigação dos relacionamentos entre pessoas em situação de rua (e em especial, quando experimentam sofrimento mental) e os serviços de saúde, atentando para os modos como são estabelecidas redes de sustentação, incluindo recursos sociais, familiares e institucionais. A pergunta central da investigação se dirige à como se configuram as redes de cuidado (especialmente em saúde mental) acionadas por pessoas em situação de rua acompanhadas por uma equipe do Programa de Saúde da Família Sem Domicílio e quais são os efeitos deste cuidado (sustentação do sofrimento no território, produção de saúde mental ou institucionalização e higienização social). Foi realizada uma etnografia durante um ano das relações de cuidado estabelecidas entre uma equipe do PSF-SD e pessoas em situação de rua, especialmente acompanhando dez casos de sofrimento psicossocial considerado como doença mental. Refletimos sobre a potência do dispositivo do PSF-SD, que se sustenta fundamentalmente nos vínculos produzidos entre a equipe e seus pacientes, no acolhimento e no cuidado exercido no cotidiano das ruas da cidade, mas que, por si mesmos, não dão conta das necessidades referentes à saúde mental das pessoas em situação de rua. Apontamos, então, a desarticulação da rede de assistência em geral, e em especial, da saúde mental e a pouca sustentação do sofrimento psíquico intenso no território, o que mantém o louco de rua como depositário do antigo tratamento social fundamentado na exclusão e disciplinamento da loucura. Sua virtual periculosidade e sua anormalidade encenada em domínio público constituem a base para a desassistência dos serviços substitutivos, que acabam criando um circuito de cronificação, produzido pelas constantes recusas de atendimento da rede. Este circuito funciona como vetor, centrípeto, que aponta para a segregação deste resíduo institucional (o louco de rua, perigoso e anormal) em hospital psiquiátrico. Concluímos que o PSF-SD é um dispositivo que poderia romper com a armadilha de institucionalização do louco de rua, na medida em que, atuando como extituição, poderia articular a rede em saúde mental e sustentar relações de cuidado e responsabilização no território e no espaço intersticial que se estabelece entre instituições
|
Page generated in 0.2537 seconds