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Disciplinas humanísticas na formação do engenheiro: fatores de resistência dos estudantes e estratégia educacional para a sua motivaçãoPinto, Gabriela Ribeiro Peixoto Rezende January 2010 (has links)
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Previous issue date: 2010 / Este trabalho objetiva incitar discentes que participam do processo de formação em engenharia a refletirem sobre a importância de se dedicarem às disciplinas que são ofertadas para tratar de temas humanísticos, relacionados aos desafios do cidadão na sociedade contemporânea, como a desigualdade social e outros que vêm sendo potencializados pelo desenvolvimento tecnológico e pela globalização, como a fragilização da relação face a face, o aumento do consumismo, a reconfiguração das cidades, a insegurança e o medo no cotidiano, os danos à saúde, etc. Quando começamos a participar dos encontros da disciplina EXA 829 – Tópicos de Formação Humanística (EXA 829 – TFH), ofertada para os estudantes do curso de Engenharia de Computação (ECOMP), da Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS), demo-nos conta de que há algo particular no ser humano: a vontade, pois tais disciplinas são resistidas por alguns deles. Procuramos, então, compreender sob a perspectiva da Psicanálise o que é o processo de resistência, que fatores impactam, de forma negativa, na freqüência e participação dos estudantes e no seu potencial de aprendizagem. Para nos auxiliar na pesquisa, baseamo-nos na metodologia de Pesquisa-Ação, uma pesquisa social que é concebida e realizada em estreita associação com uma ação ou com a resolução de um problema coletivo. Para o levantamento de informações utilizamos a observação participante, a pesquisa bibliográfica, documental e questionários. Por meio do método de Análise Contrastiva, contrastamos o que foi observado durante os encontros com os estudantes, assim como o que foi lido a partir dos diários reflexivos escritos por eles, com o que foi encontrado nas obras de autores que pensam sobre temas co-relacionados. Verificamos que essa resistência é algo antigo e complexo. Um dos motivos de resistência mais citados pelos estudantes está relacionado com a forma como o pensamento ocidental foi organizado, ao longo da história da humanidade, que refletiu na maneira como os currículos foram sendo articulados. A própria tradição informa sobre como os engenheiros são preparados para a vida em sociedade: por meio de uma formação fortemente baseada em conhecimentos técnico-científicos, em outras palavras, houve uma supervalorização do conhecimento técnico-científico. Além disso, constatamos que há alguns fatores inerentes ao próprio processo educacional, que no caso de ECOMP está diretamente relacionado ao método Problem Based Learning (PBL), utilizado pela comunidade; e outros fatores de caráter político, social, cultural, biológico e psicológico também influenciam na motivação dos estudantes. Ponderando a vontade, alteramos a forma de trabalhar, a fim de motivá-los a apreenderem e refletirem sobre os temas previstos e a freqüentarem e participarem dos encontros. Neste sentido, reunimos os passos do ciclo PBL, a espiral de conhecimento de Nonaka e Takeuchi, problemas, filmes e músicas, chuva de conceitos, mapas conceituais, ontologias e softwares em uma estratégia educacional que denominamos Problem Based Learning Knowledge Building (PBL-KB), e a interpretamos a partir da perspectiva da complexidade. Após o acompanhamento de 5 turmas, três da disciplina EXA 829 - TFH e duas de EXA 890 – Ética em Computação, ofertada com o intuito de ampliarmos as discussões sobre os temas humanísticos na comunidade, observamos que os recursos selecionados e a estratégia adotada contribuíram para: (re)valorização e a aprendizagem dos temas humanísticos; desenvolvimento do pensamento sistêmico-local-crítico-reflexivo; potencialização da capacidade comunicacional; fortalecimento do princípio de prazer; reflexões sobre a ética; integração de saberes técnico-humanísticos; desenvolvimento da autonomia e da capacidade de trabalhar coletivamente; além de motivar os estudantes a freqüentarem e participarem do curso. Uma vez que os estudantes se motivaram na disciplina, percebemos esses espaços de aprendizagem se transformarem em locais de produção e apreensão de conhecimentos para a transformação da realidade local. Verificamos, assim, que é preciso que se cuide da formação técnico-científica, contudo, que a subjetividade humana é complexa em si mesma e necessita de uma formação mais ampla. / Salvador
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