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MITO E PROCESSOS DE IDENTIFICAÇÃO CULTURAL EM ÓRFÃOS DO ELDORADO, DE MILTON HATOUMPENALVA, L. K. C. 09 October 2014 (has links)
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Previous issue date: 2014-10-09 / Neste trabalho propomos uma discussão sobre a construção de identidades na Amazônia brasileira, a partir da novela Órfãos do Eldorado, de Milton Hatoum. Essa narrativa está mergulhada em um contexto de convivência entre múltiplas e complexas culturas, que deslizam por fronteiras móveis, instáveis e indeterminadas. A proposta é observar como acontecem as relações de identidades e diferenças na complexidade da formação cultural amazônica e contribuir para que sejam consideradas vozes, estórias e mitos soterrados pela ótica ocidental. Para isso, destacamos as teorias de Homi K. Bhabha, Stuart Hall, Jacques Derrida, Walter Mignolo e Ana Pizarro, que têm ajudado a pensar a identidade cultural não como uma essência fixa e homogênea, que se mantém imutável, fora da história e da cultura, mas como um processo que se encontra em constante diálogo e transformação, principalmente no mundo atual, em que a globalização, os meios midiáticos e a tecnologia exigem cada vez mais dos sujeitos um movimento maior de intersecção e troca de valores e experiências. Portanto, o objetivo principal deste trabalho é repensar os processos de identidades, distanciando-nos do olhar exótico, selvagem e incivilizado que a literatura de viagem dos cronistas europeus, em sua maioria, nos concebeu em seus relatos, assim como em outros textos que objetivaram pensar a cultura amazônica. A partir das experiências vividas pelo narrador da obra analisada, elaboramos uma discussão sobre como culturas distintas se olham em suas diferenças, misturam-se, às vezes se chocam, mas também se complementam.
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