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[pt] FORMAS DO INFAMILIAR: CONFIGURAÇÕES DO SIMULACRO NO TEMPO / [en] FORMS OF THE UNCANNY: CONFIGURATIONS OF THE SIMULACRUM IN TIME

IRENE DANOWSKI VIVEIROS DE CASTRO 11 January 2021 (has links)
[pt] Esta dissertação propõe uma análise do conceito de infamiliar (unheimlich) com o objetivo de encontrar suas condições de possibilidade em determinados tipos de discursos, nos quais esse sentimento ao mesmo tempo produz e é produzido por uma forma de tempo própria. Diz-se infamiliar aquele sentimento que emerge tanto no cotidiano como no contato com certas obras de ficção, como nota Freud em seu ensaio de mesmo nome (das Unheimliche), deslanchado por uma pequena distorção ou variação do familiar (isto é, daquilo que já é conhecido). O infamiliar diverge profundamente do familiar, ainda que mantendo com este último uma semelhança superficial, de aparência. Esta é sua principal característica, a saber, seu caráter de simulacro, de falsa cópia do familiar. Interessamo-nos, portanto, por entender melhor o tipo de discurso que se estrutura com base em um ou mais simulacros, notadamente o discurso sofista. O infamiliar também se caracteriza, na ficção, por vir frequentemente acompanhado de contradições cronológicas e por sugerir, portanto, uma distorção no tempo e no espaço das histórias. Veremos, enfim, como o discurso que opera por simulacros constrói uma forma do tempo específica e própria. Nosso objetivo é borrar os limites do que denominamos infamiliar, mostrando que ele nasce de particularidades da própria linguagem que estão presentes em todo tipo de discurso, que ele não nos é tão estrangeiro assim e nem tão particular a um grupo específico de gêneros literários. / [en] This dissertation proposes an analysis of the concept of uncanny (from the German unheimlich; or infamiliar, the negation of familiarity) with a focus on finding its conditions of possibility in certain types of discourses in which this feeling both produces and is produced by a distinct form of time. The infamiliar is said to be a feeling which emerges both in daily life and in contact with certain works of fiction (as Freud notes in his essay of the same name, das Unheimliche), produced by a small distortion or variation of the familiar (that is, of that which is already known). It differs profoundly from the familiar all the while maintaining with the latter a superficial resemblance, that is, a similarity in appearance. This is its main characteristic, namely, being a simulacrum, or false copy, of the familiar. What follows is a deeper analysis of the types of discourse that are structured around simulacra, notably the sophist discourse. The uncanny is also characterized, in fiction, by often accompanying chronological contradictions which suggest a distortion of space and time in such stories. Therefore, we will also see how the type of discourse that operates through simulacra constructs a distinct form of time. Our goal is to blur the limits of the uncanny, showing that it is a product of certain particularities of language that are present in all types of discourses and so that it is neither very foreign to us nor restricted to a specific group of literary genres.
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[pt] O QUE A ESFINGE ENSINA A ÉDIPO: OS LIMITES DA INTERPRETAÇÃO, O DEMONÍACO E O INFAMILIAR NA ARTE CONTEMPORÂNEA / [en] WHAT THE SPHINX TEACHES OEDIPUS: THE LIMITS TO INTERPRETATION, THE DEMONIC AND THE UNFAMILIAR IN CONTEMPORARY ART

JULIANA DE MORAES MONTEIRO 17 February 2020 (has links)
[pt] A presente tese investiga o que o filósofo italiano Giorgio Agamben chamou de a semiologia do ponto de vista da Esfinge em seu livro Estâncias: a palavra e o fantasma na cultura ocidental. No capítulo A imagem perversa: a semiologia do ponto de vista da Esfinge, o filósofo propunha um modelo de significação calcado não no significado, mas na barreira resistente à significação que, para ele, seria a marca indelével de uma objeção à imposição do sentido. Para ele, Édipo seria o paradigma da cultura ocidental na qual o que ele chama de metafísica do significado foi forjada, na medida em que o personagem trágico resolve o enigma da Esfinge. Assim, Agamben repensa o estatuto da linguagem enquanto adequação do significante ao significado para construir uma perspectiva calcada na dissonância implicada no signo e na assunção do enigmático enquanto modo de operar da linguagem. Tendo em vista a afirmação de Agamben de que na estética essa formulação do desacordo do signo aparece como exemplar, desenvolvo nesta pesquisa um estudo sobre a semiologia do ponto de vista da Esfinge e sua relação com a arte contemporânea. Para realizar esse objetivo, no primeiro capítulo faço um diagnóstico do modo como o pensamento sobre a linguagem se torna preponderante para a arte do século XX a partir do linguistic turn e do advento da Linguística e da Psicanálise; no segundo capítulo, investigo o conceito de demoníaco, na medida em que Agamben afirma que o signo é formado pela distorção demoníaca do nexo que une cada significante ao próprio significado e, por fim, abordo o tema da infamiliariedade (estranhamento) na relação entre arte e linguagem, tendo como ponto de partida o ensaio Das Unheimliche, publicado por Freud em 1919, uma das referências para Agamben pensar sua noção de semiologia esfíngica. / [en] The present thesis investigates what the italian philosopher Giorgio Agamben called the semiology from the point of view of the Sphinx in his book Stanzas: word and phantasm in western culture. In the chapter The perverse image: the semiology from the Sphyns s point of view , the philosopher was proposing a signification model that was not grounded on the signified, but on the barrier resisting signification that, for him, was the indelible mark of an objection to the imposition of meaning. For him, Oedipus would be the paradigm of the western culture, in which it was forged what Agamben called the metaphysics of the signified, given that the tragic protagonist solves the Sphinx s enigma. Therefore, Agamben rethinks the status of language as the adequacy of the signifier to the signified to build a perspective centered on the dissonance implied in the sign and on the assumption of the enigmatic as a means of language operation. In view of Agamben s affirmation, that in aesthetics this formulation of the sign s discord exemplarily appears, I develop in this research a study on the semiology from the point of view of the Sphinx and its relations with contemporary art. To accomplish this goal, in the first chapter I make a diagnosis on the way that the thinking on language becomes preponderant to twentieth century art since the linguistic turn and the advent of Linguistics and Psychoanalysis; in the second chapter, I investigate the concept of demonic, according to Agamben s affirmation that the sign is formed by the demonic distortion of the bond that unites each signifier to its own signified and, lastly, I approach the theme of unfamiliarity (uncanny) in the relationship between art and language, with the starting point being the essay Das Umheimliche, published by Freud in 1919, one of the influences to Agamben for thinking on his notion of Sphinx s semiology.

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