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Trabalho livre no Brasil Imperial: o caso dos caixeiros de comércio na época da Insurreição PraieiraCÂMARA, Bruno Augusto Dornelas January 2005 (has links)
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Previous issue date: 2005 / Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico / A presente dissertação aborda o tema do trabalho livre em Pernambuco. A sua
análise está centrada principalmente nas manifestações de rua chamadas de matamarinheiros,
ocorridas no Recife nos anos que antecederam a eclosão da Insurreição
Praieira. O alvo principal dos manifestantes era a comunidade portuguesa residente na
cidade. Nessa época, trabalhadores nacionais e estrangeiros, na sua maioria portugueses,
concorriam numa acirrada disputa pelas oportunidades de emprego no mercado de
trabalho. Dessa concorrência entre nacionais (livres e libertos pobres) e estrangeiros
(pequenos comerciantes e caixeiros de parcos recursos), pelo comércio da cidade e pelas
oportunidades de empregos disponíveis nos estabelecimentos comerciais, afloraram
rivalidades raciais e tensões sociais de toda ordem.
Em um dos mais intensos mata-marinheiros ocorridos na cidade, entre os dias 26 e
27 de junho de 1848, vários manifestantes chegaram mesmo a propor a Assembléia
Legislativa Provincial que fizesse passar uma lei não só para nacionalizar o comércio a
retalho, como também para expulsar os portugueses solteiros residentes na província. O
intuito era vedar aos lusitanos não só o emprego de caixeiro de comércio, mas também a
propriedade das casas de comércio a varejo.
O acirramento do antilusitanismo nos anos de 1840 em Pernambuco tem estreita
ligação com a disputa entre Praieiros e Conservadores pelo poder na província. Isso está
registrado em alguns documentos de época. Segundo eles, os promotores desses distúrbios
(a populaça do Recife ) não agiam com total independência, mas estariam subordinados a
um grupo dirigente, formado por algumas lideranças do Partido Praieiro e por parte de uma
facção liberal alijada do poder na província. Dessa forma, essas mobilizações de rua foram
vistas apenas como fruto do clientelismo urbano. Contudo, tais reivindicações iam mais
além; afinal, o que parecia orientar de forma decisiva a luta social da populaça do Recife
era a sobrevivência diária, em que os poucos empregos disponíveis no meio urbano eram
ocupados na sua maioria por trabalhadores portugueses
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