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Para que todos sejam um: estudo exegético-teológico de Jo 17,20-26

Edson Luiz Dal Pozzo 21 August 2006 (has links)
Para que todos sejam um é a afirmação que estimula nossa pesquisa e reflexão. O objetivo é aprofundar o tema da unidade, na perspectiva joanina, de modo específico o capítulo 17 do Evangelho de João. A sociedade pós-moderna vive uma espécie de fragmentação das mais variadas formas, individual, social, cultural e principalmente religiosa. Vivemos num mundo pluralista. Diante desse contexto pluralista, cabe uma pergunta, que norteará nossa pesquisa: num mundo fragmentado e dividido, como podemos buscar a unidade? Qual o sentido dessa unidade para a humanidade? Sabemos que nossa sociedade não pode continuar assim, pois não anda bem. Precisamos encontrar soluções para que, juntos, possamos dar as melhores saídas para as grandes e graves crises que estamos enfrentando. Parece que Deus foi afastado da humanidade. A unidade de Jesus com o Pai e deste com os discípulos deve ser um paradoxo para a sociedade que busca um Deus individual. Esse é o propósito. Nossa pesquisa buscará refletir sobre quatro pontos. No primeiro capítulo, numa compressão histórica, buscaremos conhecer mais de perto a comunidade joanina, para saber sua origem, sua formação, grupos que a constituem, grupos de oposição e até de conflito, como também seu período histórico (uma espécie de pano de fundo). No segundo capítulo, partimos para um estudo exegético, para o qual delimitamos nossa perícope em Jo 17,20-26, e em que Jesus faz menção da unidade para toda a comunidade futura. A seguir passamos para a análise das fontes históricas, análise da redação, do gênero literário e da teologia, sendo esta a forte característica do Evangelho de João. No terceiro capítulo, fizemos um estudo e reflexão, exegéticos e teológicos, do conteúdo de nossa perícope. Nesse capítulo, apresentamos dois pontos distintos: a unidade e glória, que se complementam mutuamente. No quarto e último capítulo, esboçamos de forma sintetizada uma atualização feita em três dimensões: a primeira, a nível pessoal, a segunda, no sentido da comunidade, e a terceira, no nível da sociedade e da criação. Após esse estudo, podemos concluir que nos achamos diante do ponto culminante da cristologia joanina. A comunidade joanina se fundamenta e se caracteriza pela alta cristologia, tornando-se motivo de unidade e também de conflito. Na parte exegética percebemos a dificuldade de encontrar fontes históricas, que caracterizam o evangelho, mas o que se evidencia são as interpretações teológicas que o próprio autor faz das atividades de Jesus, chegando muitas vezes a permanecer indefinido se é o evangelista que fala ou Jesus. Na interpretação do conteúdo, o ser um de Jesus com o Pai, mostra que as atitudes e as ações de Jesus são todas em função do Pai, sendo uma espécie de submissão do Filho ao Pai. Essa unidade é modelo e protótipo para a comunidade dos discípulos e a comunidade futura. A glória é o sentido divino da unidade e das ações de Jesus, os sinais são um exemplo disso. Na glória, a unidade nunca é completa, é sempre algo a ser alcançado, é uma tarefa humana e, acima de tudo, uma graça oferecida por Deus. Nela está o sentido escatológico da unidade, tanto presente como futura, sendo Jesus o tempo e o lugar dessa escatologia. Ela vem desde a fundação do mundo e vai até o fim. A atualização da unidade, no sentido pessoal, revela-se como nosso ser para Deus, como também nossa realização, tendo Jesus como protótipo e modelo de ser humano. Ao nível da comunidade/igreja, ela se faz exemplo na unidade dos discípulos com Jesus, unidade que deve produzir muitos frutos, sendo referência para a unidade de todos os cristãos, não baseada no sentido de hierarquia e de instituição. Para que todos sejam um, vai além das fronteiras da religião, sendo sempre um apelo interno de cada pessoa e de cada instituição. Acreditar em Jesus passa pelo desafio de viver a unidade com Deus, com os outros e com a criação. / May all be one is the affirmation which stimulates our research and reflection. Our purpose is to deepen the subject of unity, in the perspective of John, specifically, the chapter 17 of the Gospel of John. The pos-modern society lives a kind of breaking up in the most varied forms, individual, social, cultural and specifically religious. We are living in a pluralist world. In this pluralist context, there is a question which will be guiding our research. How can we get the unity in a broken up and divided word, how to get the unity? What is the direction of that unity for the mankind? We know that our society car no longer go on, it doesnt carry on well, and we need to find solutions for better way out for the great and the serious crisis which we are facing. It seems that God was moving away of the mankind. The unity of Jesus with the Father and Jesus with the disciples should be a paradox for a society who searches an individual God. This is the purpose. Our research intends to reflect about four points. In the first chapter, in a historical comprehension groups in apposition and in conflict its historical period (a kind of back cloth). In the chapter two, we begin a exegetic study, for which we delimit our perícope de Jo 17, 20-26 in which Jesus mentions the unity for the whole community in the future. Successively we analyze the historical fountains, analysis of the wording, of the literary class and the theological analysis, the strong characteristic of the Gospel of John. At the third chapter, we did our study and exegetic and theological reflection about the contents of our perícope. In this chapter we present two distinct points: the unity and the glory, that they are complemented mutually. In the fourth and last chapter, we try to present a modernization in three dimensions, the first in a personal level, the second in a community sense, and the third, in the level of the society and the creation. After this study, we can conclude that we are before the culminant point of the Christology of John. The joanina community bases itself and characterizes itself through an elevated Christology of being the reason of unity and also of conflict. We have some difficulties to find historical fountains, which characterize the Gospel, but the theological interpretations evidence the activities of Jesus, to remain undefined if it is the evangelist or Jesus who speaks to us. In the interpretation of the context, to be one with the Father show us the attitudes and the actions of Jesus in order of the Father, a kind of submission of the son to the Father. This unity is a model and a prototype for the community of the disciples and the future community. The glory is the divine sense of the unity and the actions of Jesus, the signs are example about that. In the glory, we never find out a complete unity, there is more to be reached, it means o human activity, it means, a grace offered by God. In her we find the transcendent sense of unity, in the present as in the future, being Jesus the time and the place of that transcendence. It cames from the origin of the world and goes until the end. The actualization of the unity, in personal sense reveled itself as our being to God too as our realization being Jesus our prototype and the model of the disciples with Jesus, unity producing fruits being reference to the unity of all christians, no based in the hierarchic order and the institution. May they all be one without bounds of religion, being for ever an internal appeal of every person and every instituicion. Believe in Jesus is to accept the challenge to live the unity with God, with the others and with the creation.

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