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Caminhos para o Niassa: o estabelecimento da Universities Mission to Central Africa entre os wayao e manganja na África centro-oriental (1859-1886) / Routes to Nyassa: the establishment of Universities Mission to Central Africa between the Wayao and Manganja people in Central Eastern Africa (1859-1886)Folador, Thiago de Araujo 12 July 2019 (has links)
O objetivo da pesquisa foi estudar o projeto missionário da Universities Mission to Central Africa (UMCA) para o território e a população ao redor do Lago Niassa, notadamente os wayao e os manganja, na segunda metade do século XIX. A UMCA foi fundada pelas universidades de Cambridge e de Oxford, em 1859. O seu principal objetivo era atuar na região central da África, baseando-se no discurso da relação entre comércio e cristianismo. Esse projeto encontrou dificuldades de ser aplicado, em especial, pois os missionários não consideraram os contextos africanos. Os missionários precisaram a todo tempo negociar sua presença, confrontando com interesses particulares de lideranças e com contextos mais amplos, como o islamismo e as migrações anguni. Deste modo, nesta pesquisa, deu-se a atenção ao como se articularam as atividades da missão no seu aspecto mais cotidiano das negociações com chefes africanos: as tensões entre os interesses dos africanos, de um lado, e os dos europeus, do outro. Trata-se de observar como africanos articulavam seus interesses com a presença dos missionários. Para isso, foi necessário observar as dinâmicas das organizações políticas das sociedades africanas; a existência de um sistema cultural ou uma visão de mundo entre as populações africanas; além da necessidade de entender a existência de uma dinâmica histórica dessas regiões do continente e não meramente como produto da história da expansão europeia. Tendo isso em vista, é possível discutir como os wayao e os manganja procuraram articular seus próprios interesses como proteção contra saques, fornecimento de mercadorias ou prestígio social a partir da presença missionária. / The researchs aim is the missionary scheme of Universities Mission to Central Africa (UMCA) for the territory of Lake Malawi and its people, particularly Yao and Nyanja people, in the second half of the 19th century. The UMCA was founded by the Universities of Cambridge and Oxford in 1859. The UMCA main role was working in the Central Africa based on the discourse of the relationship between commerce and Christianity. This project found difficulties to be applied, especially because the missionaries did not know African contexts. The missionaries needed the whole time to negotiate their presence between African people, and face their leadership particulars concern, Islamism expansion, and Anguni migrations. In in this research it drew how the mission activities were articulated in their daily aspect of the negotiations with African chiefs: the tensions between the Africans interests, on the one hand, and the Europeans, on the other. It is about observing how Africans join their own interests in the missionaries presence. It was necessary to observe the dynamics of the political organizations of African societies; the African culture or worldview, and to understand the existence of a historical context of this part of the world, and not merely as a history of the European expansion. Then, it is possible to argue how the Wayao and Manganja people sought to articulate their own interests as a protection against looting, supply of goods or social prestige - with the missionary presence.
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