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Fatores de risco associados ao estado nutricional e distribuição geográfica de desvios nutricionais em escolares da primeira série do ensino fundamental, de escolas da zona urbana do município de Governador Valadares-MG / Risk factors associated to the nutritional status and geographic distribution of nutritional deviations of first graders in urban area schools of Governador Valadares-MGAlmeida, Nizia Araújo Vieira 22 September 2005 (has links)
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Previous issue date: 2005-09-22 / O presente estudo objetivou investigar o estado nutricional de escolares de 6 a 8 anos de idade da primeira série do ensino fundamental de escolas públicas e particulares de Governador Valadares-MG, a distribuição geográfica dos desvios nutricionais e os fatores de risco associados. A classificação do estado nutricional dos 4.379 escolares foi feita de acordo com o referencial antropométrico de crescimento publicado pelo Center for Disease Control and Prevention (CDC, 2000): Índice de Massa Corporal para a Idade (IMC/I) e Índice Altura para Idade (A/I), ambos em relação à população de referência do National Center of Health Statistics (NCHS). Os escolares foram classificados em relação ao IMC/I pelo percentil e pelo Z escore. As prevalências do estado nutricional foram analisadas de acordo com os bairros e distritos sanitários do município e realizadas comparações dos perfis nutricionais dos escolares da rede pública e particular. Informações socioeconômicas e sanitárias do município e dos bairros foram correlacionadas com as prevalências dos desvios nutricionais. Foi definido, ainda, o estado nutricional pelo Z escore, para a investigação dos fatores associados (WHO, 1995). Na investigação dos fatores associados foi realizado um estudo tipo caso-controle com 200 crianças, divididas em três grupos: baixo peso (n=70), sobrepeso (n=68) e baixa estatura (n=62). O pareamento das crianças com desvios nutricionais foi realizado com crianças eutróficas do mesmo sexo, idade e escola, possibilitando uma aproximação maior das condições de vida e socioeconômicas entre casos e controles. Os pais ou responsáveis pelas crianças foram entrevistados, para que eles informassem sobre os aspectos da alimentação do escolar, atividade física, condições de nascimento, aleitamento e época de introdução de alimentos complementares, participação da criança em creche ou pré-escola em período anterior ou em outros programas sociais, além de informarem sobre a situação socioeconômica da família. Foram encontradas prevalências de baixo peso, 7,9%; risco de sobrepeso, 8,4%; e sobrepeso, 6,3%, totalizando 22,6% dos escolares totais (n=4379). A baixa estatura apresentou índice de 5,7%. Na distribuição geográfica destes desvios, 56,9% (n=41), 41,2% (n=28) e 41,6% (n=30) dos bairros apresentaram prevalências de baixo peso; baixa estatura; risco de sobrepeso e sobrepeso, acima dos índices previstos, respectivamente. Na correlação das prevalências dos desvios nutricionais com o número de índices socioeconômicos e sanitários inadequados dos bairros em relação aos índices médios do município como um todo, verificou-se que não foi encontrada nenhuma correlação significativa entre esses índices e o baixo peso (r=0,198; p=0,10); risco de sobrepeso (r=0,003; p=0,98) e sobrepeso (r= -0,205; p=0,09). No entanto, a baixa estatura apresentou correlação estatisticamente significante com estes índices socioeconômicos (r=0,302; p=0,012). Quando os índices socioeconômicos e sanitários foram correlacionados separadamente com cada desvio nutricional, o baixo peso e a baixa estatura apresentaram correlação com a água não-tratada (r=0,331; p<0,01; e r=0,528; p<0,01), respectivamente. Verificou-se, ainda, correlação entre baixa estatura e ausência na coleta de lixo (r=0,293; p<0,01). Em relação ao sobrepeso, houve correlação inversa com a água sem tratar (r= -0,282; p=0,02). Na análise do perfil nutricional de cada distrito sanitário, as situações mais desfavoráveis foram verificadas no distrito 4 e, posteriormente, no 3, em todos os tipos de distrofias. Entre os escolares da rede pública e particular foram observadas prevalências de baixo peso, 8,3 e 5,2%; risco de sobrepeso, 7,5 e 14,2%; e sobrepeso, 5,7 e 10,2%, respectivamente. Os fatores associados ao baixo peso foram: escolaridade materna ≤ 5 anos (OR = 3,27; IC = 1,10 9,92; p = 0,01); para o sobrepeso: quando a criança se alimenta assistindo à televisão (OR = 3,50; IC = 1,06 11,91; p = 0,02); e para aquelas que compram o lanche na escola (OR = 3,83; IC = 1,26 11,97; p < 0,01), consumo de hortaliças < 5 vezes por semana (OR = 3,89; IC = 1,27 12,20; p < 0,01), consumo de calorias extras > 5 vezes por semana (OR = 4,64; IC = 1,17 19,84; p = 0,01) e assistir à televisão mais de 3 horas por dia (OR = 5,96; IC = 1,84 20,00; p < 0,01); para a baixa estatura: consumo de hortaliças < 5 vezes por semana (OR = 3,49; IC = 1,06 11,82; p = 0,02); escolaridade materna < 5 anos (OR = 3,64; IC = 1,08 12,60; p = 0,02), consumo de calorias extras > 5 vezes por semana (OR = 3,66; IC = 1,08 - 12,80; p = 0,02), consumo de leite ou derivados < 5 vezes por semana (OR = 3,98; IC = 1,2 - 13,57; p = 0,01), crianças que moram em domicílios com densidade familiar > 2,0 pessoas (OR = 5,98; IC = 1,76 21,09; p < 0,01) e crianças cujo aleitamento materno foi inferior a 12 meses (OR = 7,52; IC = 1,78 - 34,46; p < 0,01). Para o baixo peso e a baixa estatura foram verificados como fatores de proteção a mãe trabalhar fora (OR = 0,24; IC = 0,06 0,90; p = 0,01) e a criança ter participado de programas de acompanhamento nutricional (OR = 0,21; IC = 0,06 - 0,75; p < 0,01), respectivamente. O conhecimento das áreas geográficas de maior vulnerabilidade a partir das prevalências do estado nutricional e a elucidação dos fatores associados ao mesmo possibilita o planejamento estratégico de ações de saúde e intervenção nutricional. / This study aimed to investigate the nutritional status of 6- to 8-year-old first graders of public and private primary schools in Governador Valadares-MG, and geographic distribution of nutritional deviations. Nutritional status classification of the 4.379 students was carried out according to the anthropometrical growth reference data published by the Center for Disease Control and Prevention (CDC, 2000): Body Mass Index/Age (BMI/A) and Height Index/age (H/A), both regarding the reviewed National Center of Health Statistics (NCHS) population reference. The first graders were classified according to BMI/A by percentile and Z score. The nutritional status prevalences were analyzed according to the neighborhoods and sanitary distribution of the municipality and compared with the nutritional profiles of the public and private school students. Socioeconomic and sanitary data on the municipality and neighborhoods were correlated with nutritional deviation prevalences. Nutritional status was also defined based on the Z score to the previous classification to investigate the associated factors (WHO, 1995). To investigate associated factors, a control-case type study was carried out using 200 children divided into three groups: low weight (n=70), overweight (n=68) and low height (n=62).The pairing of children with nutritional deviations was carried out with eutrophic children of the same sex, age, and school to allow a greater similarity of living and socioeconomic conditions between cases and controls. The children s parents or those responsible for them were interviewed on aspects of the children s diet, physical activity, birth conditions, weaning and introduction to complementary food, previous participation in day care or pre-school or in other social programs, besides socioeconomic status of the family. The following values were found; low weight prevalences, 7.9%; overweight risk, 8.4%; and overweight, 6.3%, totaling 22.6% of the total first graders (n=4379) presenting nutritional deviations in the municipality. Low height index was 2.24%, which is within the expected values. In the geographic distribution of the nutritional deviations, 56.9% (n=41), 31.9% (n=23) and 41.6% (n=30) of the neighborhoods had prevalence of low weight, low height and overweight risk, plus overweight above the indices predicted, respectively. In the correlation of the nutritional deviation prevalences with the number of inadequate socioeconomic and sanitary indices of the area in relation to the mean indices of the municipality as a whole, no significant correlations were found between these indices and low weight (r=0.198; p=0.10), overweight risk (r=0.003; p=0.98);and overweight (r=-0.201; p=0.09); however, low height (r=-0.134; p=0.45). When the socioeconomic and sanitary indices were correlated separately to each nutritional deviation, presented a correlation to non-treated water (r=0.331;p,0.01;and r=0.528;p=0.01), respectively. Correlation between low height and no garbage collection was also verified (r=0.293; p<0.01). In relation to overweight, there was an inverse correlation with untreated water (r=-0.282; p=0.02). The analysis of the nutritional profile of each sanitary group showed that the most unfavorable situations were verified at district 4 followed by district 3, for all types of nutritional deviations. Public and private school students showed prevalences of low weight, 8.3 and 5.2%; overweight risk, 7.5 and 14.2%; and overweight, 5.7 and 10.2%, respectively. The following factors were associated with low weight: maternal schooling ≤ 5 years (OR = 3.27; CI= 1.10 9.92; p = 0.01); with overweight: when the child had his /her meals while watching TV (OR = 3.50; CI= 1.06 11.91; p = 0.02); and when the child bought lunch at school (OR = 3.83; CI= 1.26 11.97; p < 0.01), eating vegetables < 5 times per week (OR = 3.89; CI= 1.27 12.20; p < 0.01), extra calorie intake > 5 times per week (OR = 4.64; CI= 1.17 19.84; p = 0.01) and watching TV more than 3 hours per day (OR = 5.96; CI= 1.84 20.00; p < 0.01); for low height: eating vegetables < 5 times a week (OR = 3.49; CI= 1.06 11.82; p = 0.02); maternal schooling < 5 years (OR = 3.64; CI= 1.08 12.60; p = 0.02), extra calorie intake > 5 times a week (OR = 3.66; CI= 1.08 12.80; p = 0.02), consumption of milk and dairy products in general< 5 times a week (OR = 3.98; CI= 1.2 13.57; p = 0.01), children living in households with family density of > 2.0 members (OR = 5.98; CI= 1.76 21.09; p < 0.01) and children weaned before 12 months (OR = 7.52; CI= 1.78 34.46; p < 0.01). For low weight and low height, the following were found to be protection factors: mother working outside the house (OR = 0.24; CI= 0.06 0.90; p = 0.01) and the child having participated in nutritional follow-up programs (OR = 0.21; CI= 0.06 0.75; p < 0.01), respectively. The knowledge of the geographic areas of higher vulnerability based on the nutritional status prevalences and elucidation of their associated factors allows the planning of strategic health actions and nutritional intervention.
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