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Comportamento do peixe-boi (Trichechus manatus manatus) nos oceanários de Itamaracá: manejo e condições abióticas

Medina, Victoria Eugenia Holguin 31 January 2008 (has links)
Made available in DSpace on 2014-06-12T22:56:35Z (GMT). No. of bitstreams: 2 arquivo1298_1.pdf: 2777675 bytes, checksum: d4ff7ae527db319cc58123cb18dcb9e8 (MD5) license.txt: 1748 bytes, checksum: 8a4605be74aa9ea9d79846c1fba20a33 (MD5) Previous issue date: 2008 / Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior / Este trabalho teve como objetivo observar e descrever o comportamento dos peixes-bois marinhos mantidos em cativeiro para sua reabilitação e posterior re-introdução no ambiente natural. Com intuito de definir o padrão comportamental desses animais, deu-se ênfase às condutas afiliativas de corte e agonísticas, verificando a presença de associações entre os membros do grupo, ao longo da convivência em confinamento, além de possíveis influências abióticas. Devido ao peixe-boi marinho ser o mamífero aquático mais ameaçado do Brasil, estudos de etologia para contribuir na conservação futura são fundamentais para evitar a sua extinção. Assim, foram observados sete animais ( 2 fêmeas e 5 machos) em cativeiro situado na Ilha de Itamaracá, no Centro Nacional de Pesquisa, Conservação e Manejo de Mamíferos Aquáticos. Registrou-se o comportamento quali e quantitativamente com o uso dos métodos de amostragem Ad libitum, o que possibilitou a elaboração de um etograma. Foi ainda utilizado o método Todas as ocorrências para avaliar interações intra-específicas, por um período compreendido entre Dezembro 2006 e Março de 2007, totalizando 240 horas de monitoramento. O encontrado nesta pesquisa mostrou que os peixes-bois realizam 60,88% dos comportamentos de maneira individual; entre os quais se desenvolveram comportamentos essenciais como repouso, deslocamento, alimentação, beber água. Da mesma maneira registrou-se o comportamento de ingestão de fezes (coprofagia) e também alguns comportamentos que revelam a estereotipia de cativeiro, tais como dar cabeçada contra a parede e girar em círculo dentro do recinto. Ademais, os animais apresentaram baixa agressividade e associações as quais poderiam ser levadas em consideração, no momento de reintrodução desses animais, no habitat natural. Essas agregações formadas pelos indivíduos do grupo não foram necessariamente direcionadas para o sexo oposto. As categorias sociais foram prevalecentes nos machos que apresentaram categorias agonisticas (75,9%), afiliativas (50,3%) maiores que as fêmeas e os principais responsáveis pela categoria de corte (62,5%). As fêmeas, por sua vez, apresentaram uma maior freqüência na categoria de estereotipia de cativeiro (65,5%) e uma maior timidez nos comportamentos sociais.Quanto às interações interespecíficas entre peixes-bois e humanos, encontrou-se que os animais permaneceram indiferentes em 78%, do total dos encontros com humanos, observando-se que não são perturbados pelas atividades humanas. Os fatores abióticos não apresentaram diferenças significativas durante o estudo exceto a temperatura, embora a correlação de Spearman não tenha mostrado nenhuma associação entre tal fator abiótico e o comportamento dos animais. Conclui-se que o manejo desses indivíduos deve levar em conta, além de uma série de critérios para escolha de animais aptos para reintrodução, a afinidade entre os animais e a baixa habituação, no momento da escolha para seu retorno à natureza. Desta forma, estudos comportamentais em cativeiro, focalizando associações, podem contribuir para um maior sucesso em re-introduções devido a que animais de sexos opostos, aptos para reprodução e com grande afinidade, poderiam ajudar no incremento populacional desta espécie. Ademais, convém considerar que a grande habituação que apresentam os animais, ante a presença de humanos, pode torná-los vulneráveis em vida natural, porque eles se tornam animais demasiado dóceis e confiados

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