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Trabalho e saúde: precarização do trabalho dos operadores de telemarketing / Trabalho e saúde: precarização do trabalho dos operadores de telemarketingCunha, Dienany Pinto Rodrigues da 20 December 2010 (has links)
O crescimento do setor de serviços e sua representatividade na economia brasileira, tem se mostrado muito consistente. Com especial destaque a telecomunicação, que mostra uma intensa apropriação dos avanços tecnológicos e das repercussões das alterações do molde produtivo do capital. O telemarketing atua como um canal que recebe informações, críticas e sugestões de clientes e divulga produtos e serviços de forma rápida, pelo telefone e estruturase em um diálogo padronizado, que acontece à distância, mas em tempo real. Seu objetivo central é a concretização de negócios, pois as centrais de telemarketing oferecem serviços como novas formas de venda pelo telefone ou atendimento ao cliente. As relações entre operador e usuário se fundamentam em um tipo de trabalho cuja natureza é predominantemente cognitiva e caracterizada pelas funções perceptivas e mentais solicitadas no decorrer do trabalho. Este estudo de caráter qualitativo, objetiva investigar as condições de trabalho dos operadores de telemarketing de uma empresa privada da cidade de Uberlândia- MG, para identificar em que medida as formas de organização do trabalho, às quais estes trabalhadores estão submetidos, interferem em sua saúde, segundo seus próprios depoimentos. Foram entrevistados dez operadores de ambos os sexos, com mais de 18 anos e com no mínimo um ano de contratação. Todas as entrevistas, que foram gravadas, foram realizadas no domicilio dos trabalhadores. A partir dos relatos dos entrevistados foram levantadas as principais queixas de saúde, aqui entendida em seus pelos trabalhadores do setor pesquisado, e estabelecida a sua relação com as condições de trabalho. A reestruturação do modelo produtivo impetrada pelo capital acarretou repercussões funestas nas condições de trabalho e consequentemente na saúde dos trabalhadores. Em especial, os trabalhadores desse setor sofrem com a constante pressão por produtividade a que são submetidos. Os dados revelaram que a intensificação do ritmo de trabalho, o rígido controle exercido aspectos mais amplos, e por isso, envolvendo questões de ordem física e psíquica apresentadas sobre os trabalhadores para o cumprimento de padrões pré-estabelecidos de atendimento dentro de um período de tempo limitado e as condições físicas do ambiente de trabalho, como iluminação, ventilação e condições dos equipamentos acabam por influenciar na saúde desses trabalhadores desencadeando diversos sintomas de ordem física e psíquica. / The expansion of the telemarketing sector in the Brazilian economy has been very consistent. Telemarketing shows an intense use of technologic advances and also reflect the consequences of the transformation of the capital´s production way. Telermarketing acts as a channel that receives information, criticism and suggestions from clients, and also, advertises products and services, in a fast way, by phone. It is based in a previously established dialogue, at a distance but in a real time. It´s main objective is to reinforce a relationship between client and business, offering different ways of phone selling and support to the consumers. The relationship between phone operator and client is based on a performance of cognitive nature, caracterized by perceptive and mental aspects during the work. This study, of qualifying aspect, investigates the working conditions of telemarketing operators in a private company in Uberlandia, MG, to identify, in which ways this type of work affects their health, according to their own reports. Data were collected through recorded interviews with 10 telemarketing operators, men and women, over 18 years old and with, at least, one year experience. They were contacted through personal indication. All interviews were performed at their homes. Based on their personal reports, their main health complaints were listed, involving physical, psychological and social aspects, all related to poor work conditions. The capitalism urge a new productive model that brings terrible consequences to work conditions e consequently to general aspects of worker´s health. There is intense pressure on workers for productivity, due to a modern capitalist model, directed toward maximizing efficiency and productivity. Collected data demonstrate that telemarketing operators are experiencing an increase of work load, a rigid control by supervisors on established patterns (script and time limit), and poor physical conditions at workstation, such as inadequate light, ventilation, equipment, which affect their health, increasing risks of physical and psychological disorders.
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Trabalho e saúde: precarização do trabalho dos operadores de telemarketing / Trabalho e saúde: precarização do trabalho dos operadores de telemarketingDienany Pinto Rodrigues da Cunha 20 December 2010 (has links)
O crescimento do setor de serviços e sua representatividade na economia brasileira, tem se mostrado muito consistente. Com especial destaque a telecomunicação, que mostra uma intensa apropriação dos avanços tecnológicos e das repercussões das alterações do molde produtivo do capital. O telemarketing atua como um canal que recebe informações, críticas e sugestões de clientes e divulga produtos e serviços de forma rápida, pelo telefone e estruturase em um diálogo padronizado, que acontece à distância, mas em tempo real. Seu objetivo central é a concretização de negócios, pois as centrais de telemarketing oferecem serviços como novas formas de venda pelo telefone ou atendimento ao cliente. As relações entre operador e usuário se fundamentam em um tipo de trabalho cuja natureza é predominantemente cognitiva e caracterizada pelas funções perceptivas e mentais solicitadas no decorrer do trabalho. Este estudo de caráter qualitativo, objetiva investigar as condições de trabalho dos operadores de telemarketing de uma empresa privada da cidade de Uberlândia- MG, para identificar em que medida as formas de organização do trabalho, às quais estes trabalhadores estão submetidos, interferem em sua saúde, segundo seus próprios depoimentos. Foram entrevistados dez operadores de ambos os sexos, com mais de 18 anos e com no mínimo um ano de contratação. Todas as entrevistas, que foram gravadas, foram realizadas no domicilio dos trabalhadores. A partir dos relatos dos entrevistados foram levantadas as principais queixas de saúde, aqui entendida em seus pelos trabalhadores do setor pesquisado, e estabelecida a sua relação com as condições de trabalho. A reestruturação do modelo produtivo impetrada pelo capital acarretou repercussões funestas nas condições de trabalho e consequentemente na saúde dos trabalhadores. Em especial, os trabalhadores desse setor sofrem com a constante pressão por produtividade a que são submetidos. Os dados revelaram que a intensificação do ritmo de trabalho, o rígido controle exercido aspectos mais amplos, e por isso, envolvendo questões de ordem física e psíquica apresentadas sobre os trabalhadores para o cumprimento de padrões pré-estabelecidos de atendimento dentro de um período de tempo limitado e as condições físicas do ambiente de trabalho, como iluminação, ventilação e condições dos equipamentos acabam por influenciar na saúde desses trabalhadores desencadeando diversos sintomas de ordem física e psíquica. / The expansion of the telemarketing sector in the Brazilian economy has been very consistent. Telemarketing shows an intense use of technologic advances and also reflect the consequences of the transformation of the capital´s production way. Telermarketing acts as a channel that receives information, criticism and suggestions from clients, and also, advertises products and services, in a fast way, by phone. It is based in a previously established dialogue, at a distance but in a real time. It´s main objective is to reinforce a relationship between client and business, offering different ways of phone selling and support to the consumers. The relationship between phone operator and client is based on a performance of cognitive nature, caracterized by perceptive and mental aspects during the work. This study, of qualifying aspect, investigates the working conditions of telemarketing operators in a private company in Uberlandia, MG, to identify, in which ways this type of work affects their health, according to their own reports. Data were collected through recorded interviews with 10 telemarketing operators, men and women, over 18 years old and with, at least, one year experience. They were contacted through personal indication. All interviews were performed at their homes. Based on their personal reports, their main health complaints were listed, involving physical, psychological and social aspects, all related to poor work conditions. The capitalism urge a new productive model that brings terrible consequences to work conditions e consequently to general aspects of worker´s health. There is intense pressure on workers for productivity, due to a modern capitalist model, directed toward maximizing efficiency and productivity. Collected data demonstrate that telemarketing operators are experiencing an increase of work load, a rigid control by supervisors on established patterns (script and time limit), and poor physical conditions at workstation, such as inadequate light, ventilation, equipment, which affect their health, increasing risks of physical and psychological disorders.
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Humor e estresse no trabalho: fatores psicossociais estressores e benéficos no trabalho dos operadores de telemarketing / Humor and stress at work: psychosocial stressors and protecting factors at work of telemarketersGalasso, Leonilde Mendes Ribeiro 03 May 2005 (has links)
Objetivos. Tendo em vista o caráter bidimensional dos fatores psicossociais relacionados ao estresse (CASSEL, 1974), este trabalho teve por objetivos: identificar a interação de fatores psicossociais negativos (estressores) e benéficos (protetores) presente na situação de trabalho de um grupo de operadores de telemarketing, e verificar o potencial do humor como \'recurso psicossocial\' frente ao estresse, como estratégia de coping (dimensão psicológica) e comportamento comunicativo favorecedor do apoio social (dimensão sociológica). Método. Foi realizado um estudo de caso em uma central de tele-atendimento de empresa administradora de planos de saúde pertencente a uma instituição pública, envolvendo doze entrevistas individuais e uma coletiva, semi-estruturadas, observação participante e aplicação de questionário, respondido por 124 operadores de telemarketing de diferentes turnos de trabalho. O questionário, auto-aplicável, constou de dados sócio-demográficos, questões sobre condições de trabalho, estresse no trabalho (KOMPIER & LEVI, 1995), fatores de incômodo e fadiga e satisfação, queixas de saúde e uso do humor. Os dados foram analisados com base no modelo Demanda-Controle (BAKER & KARASEK, 2000; KARASEK & THEORELL, 1990), tendo incluído: análise temática do conteúdo das entrevistas (MINAYO, 1982) e análise descritiva das freqüências obtidas através do questionário. Resultados. A população estudada era predominantemente feminina (72,6 por cento ), jovem (idade média 28 anos), com escolaridade secundária (48,4 por cento ) ou universitária (51,6 por cento ) e salário médio de R$ 600.00. 25,8 por cento eram estudantes. Entre outros, foram identificados fatores psicossociais negativos relacionados: ao ambiente físico; à estrutura temporal (pressão da fila; ritmo elevado externamente imposto; poucas pausas); à latitude decisória: a) falta de controle sobre a tarefa (rigidez da organização do trabalho; fraseologia padrão; falta de oportunidade de tomar decisões individuais, falta de participação); b) baixo grau de arbítrio da habilidade (grande volume de informações a processar, treinamento insuficiente; presença de terminologia médica); interface conteúdo, significado do trabalho e relacionamento com clientes provocando sofrimento emocional via empatia. O relacionamento com os clientes, um dos principais estressores do trabalho dos operadores, por freqüentemente envolver destrato, revelou-se importante fonte de satisfação quando envolve manifestação de reconhecimento. As referências aos fatores de incômodo e ix fadiga e de satisfação foram consistentes, respectivamente, com os fatores psicossociais estressores e benéficos, mostrando-se bons sinalizadores para a identificação daqueles aspectos. Entre os principais fatores de satisfação estavam a jornada de trabalho de seis horas e o relacionamento apoiador e brincalhão entre colegas e com os médicos auditores (apoio social). Quanto às queixas de saúde, 77,4 por cento dos sujeitos referiram sintomas osteomusculares; principais sintomas relacionados ao estresse referidos foram ansiedade (76,6 por cento ) e irritabilidade (66,1 por cento ). O uso do humor como coping foi referido por 78,2 por cento . Quanto a quem ri com quem, os dados indicam que brincadeiras são trocadas durante o trabalho entre os operadores, para 97,6 por cento ; dirigidas pelos operadores aos médicos, para 82,2 por cento ; dirigidas pelos médicos aos operadores, para 66,3 por cento ; pelos operadores aos supervisores, para 59,6 por cento , e pelos supervisores aos operadores, para 58,9 por cento . Conclusões. A situação de trabalho analisada apresentou grande predomínio de fatores psicossociais estressores em relação a \'protetores\' ou \'atenuantes\', representando combinação de intensidade e poucas chances de recuperação psicofisiológica ou, segundo o modelo Demanda-Controle, uma combinação de baixa latitude decisória com altas exigências (pressões psicológicas). O humor constitui um recurso psicossocial potencialmente \'protetor\' (CASSEL, 1974) ou \'modificador\' (BAKER & KARASEK, 2000) do processo de estresse, como estratégia de \'coping\' individual: por favorecer o distanciamento cognitivo; proporcionar alívio de tensão e expressão da subjetividade. Como comportamento comunicativo, o humor pode favorecer o apoio social (por convidar à proximidade; reduzir a distância entre níveis hierárquicos; permitir a expressão de críticas de forma socialmente menos arriscada); mas, acima de tudo, as trocas de humor refletem a dinâmica e a natureza das relações interpessoais, como indica a análise de quem ri com quem, uma das contribuições originais da pesquisa. Esta análise refletiu a presença de forte apoio social entre os operadores e entre estes e os médicos auditores. As brincadeiras \'relâmpago\' que irrompem durante o trabalho são percebidas como fontes de prazer, descarga de tensão e micro-espaços de reequilíbrio psicofisiológico. O humor integra o domínio da liberdade e é fortemente influenciado pelos valores. Se imposto aos trabalhadores, pode ser percebido como um constrangimento psicológico ou moral / Aim. Taking into account the two-dimensional nature of stress-related psychosocial factors (CASSEL, 1974), the study aimed at identifying the interrelation of negative (stressors) and protecting (beneficial) such factors in the work of a group of telemarketing operators, and the potential of humor as a \'psychosocial resource\' in face of stress at work, as a coping strategy (psychological dimension) and communicative behavior favoring social support (sociological dimension). Method. A case study was developed at a call center of the managed care unit of a public institution in São Paulo, Brazil. Data collection involved semi-structured interviews (twelve individual and one collective interview), participatory observation, and an inquiry responded by 124 operators from different work shifts. The inquiry included socio-demographic data, as well as questions on working conditions, factors of discomfort and fatigue and of work satisfaction, stress at work (KOMPIER & LEVI, 1995), health complaints and use of humor. Data analysis was based on the Demand/Control model (BAKER & KARASEK, 2000; KARASEK & THEORELL, 1990), and included content analysis of interviews (MINAYO, 1982), of data gathered through participatory observation, and descriptive analysis of inquiry frequencies. Results. The population studied was predominantly feminine (72.6 per cent ), young (average age 28 years), with high school (48.4 per cent ) or college education (51.6 per cent ) and average monthly wage around US$200.00. 25.8 per cent were students. Among others, negative psychosocial factors identified included: physical environment; time structure (pressure from the queue; high and externally imposed rhythm; few rest breaks); low decision latitude: a) low task control (strict work organization; script; lack of opportunity for individual decision making; lack of participation); and b) low skill discretion (great volume of information to be processed; insufficient training; presence of medical terminology); interrelation of work content, work meaning, and relationship with customers leading to emotional suffering through empathy. The relationship with customers, viewed as an important work-related stressor for often involving rude treatment, is perceived as an important source of satisfaction when involving recognition. Data on factors of discomfort and fatigue showed to be consistent with references to psychosocial stressors and protectors identified. Among protecting factors identified were the 6-hour working period and the supportive relationship among co-workers and with the medical auditors, often involving humor exchanges. Main health complaints were xi musculoskeletal (77.4 per cent ) and stress-related symptoms: anxiety (76.6 per cent ) and irritability (66.1 per cent ). Humor used as coping was referred by 78.2 per cent . Data on who laughs with who indicate that humorous/playful comments are often directed by operators to co-workers, for 97.6 per cent ; by operators to doctors, for 82.2 per cent ; by doctors to operators, for 66.3 per cent ; by operators to supervisors, for 59.6 per cent , and by supervisors to operators, for 58.9 per cent . Conclusions. The work situation of telemarketing operators studied involved a negative balance between psychosocial stressors and beneficial or mitigating factors: a combination of high work intensity and few chances of psycho-physiological recovery or, according to the Demand-Control model, a combination of high demands (psychological pressure) and low decision latitude. Humor is potentially a \'psychosocial resource\' (CASSEL, 1974) or \'modifying factor\' (BAKER & KARASEK, 2000) to the stress process, as an individual coping strategy, for favoring cognitive distancing/re-framing; relief from strain; expression of subjectivity. As a communicative behavior, humor may favor social support (for inviting to proximity; reducing social distance between different hierarchic levels, and permitting the expression of criticisms in less risky ways); but above all, humor as communicative behavior reflects interpersonal relationships dynamics and nature, as it was shown by the analysis of who laughs with who, an original contribution of this research that highlighted the presence of strong social support among operators and between them and the medical doctors. Brief humor events irrupting during work are perceived as a source of pleasure, and micro-spaces of psychophysiological recovery. Humor integrates the domain of freedom and is heavily influenced by cultural values. If it is imposed to workers, it may be perceived as a psychological or moral constraint
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Humor e estresse no trabalho: fatores psicossociais estressores e benéficos no trabalho dos operadores de telemarketing / Humor and stress at work: psychosocial stressors and protecting factors at work of telemarketersLeonilde Mendes Ribeiro Galasso 03 May 2005 (has links)
Objetivos. Tendo em vista o caráter bidimensional dos fatores psicossociais relacionados ao estresse (CASSEL, 1974), este trabalho teve por objetivos: identificar a interação de fatores psicossociais negativos (estressores) e benéficos (protetores) presente na situação de trabalho de um grupo de operadores de telemarketing, e verificar o potencial do humor como \'recurso psicossocial\' frente ao estresse, como estratégia de coping (dimensão psicológica) e comportamento comunicativo favorecedor do apoio social (dimensão sociológica). Método. Foi realizado um estudo de caso em uma central de tele-atendimento de empresa administradora de planos de saúde pertencente a uma instituição pública, envolvendo doze entrevistas individuais e uma coletiva, semi-estruturadas, observação participante e aplicação de questionário, respondido por 124 operadores de telemarketing de diferentes turnos de trabalho. O questionário, auto-aplicável, constou de dados sócio-demográficos, questões sobre condições de trabalho, estresse no trabalho (KOMPIER & LEVI, 1995), fatores de incômodo e fadiga e satisfação, queixas de saúde e uso do humor. Os dados foram analisados com base no modelo Demanda-Controle (BAKER & KARASEK, 2000; KARASEK & THEORELL, 1990), tendo incluído: análise temática do conteúdo das entrevistas (MINAYO, 1982) e análise descritiva das freqüências obtidas através do questionário. Resultados. A população estudada era predominantemente feminina (72,6 por cento ), jovem (idade média 28 anos), com escolaridade secundária (48,4 por cento ) ou universitária (51,6 por cento ) e salário médio de R$ 600.00. 25,8 por cento eram estudantes. Entre outros, foram identificados fatores psicossociais negativos relacionados: ao ambiente físico; à estrutura temporal (pressão da fila; ritmo elevado externamente imposto; poucas pausas); à latitude decisória: a) falta de controle sobre a tarefa (rigidez da organização do trabalho; fraseologia padrão; falta de oportunidade de tomar decisões individuais, falta de participação); b) baixo grau de arbítrio da habilidade (grande volume de informações a processar, treinamento insuficiente; presença de terminologia médica); interface conteúdo, significado do trabalho e relacionamento com clientes provocando sofrimento emocional via empatia. O relacionamento com os clientes, um dos principais estressores do trabalho dos operadores, por freqüentemente envolver destrato, revelou-se importante fonte de satisfação quando envolve manifestação de reconhecimento. As referências aos fatores de incômodo e ix fadiga e de satisfação foram consistentes, respectivamente, com os fatores psicossociais estressores e benéficos, mostrando-se bons sinalizadores para a identificação daqueles aspectos. Entre os principais fatores de satisfação estavam a jornada de trabalho de seis horas e o relacionamento apoiador e brincalhão entre colegas e com os médicos auditores (apoio social). Quanto às queixas de saúde, 77,4 por cento dos sujeitos referiram sintomas osteomusculares; principais sintomas relacionados ao estresse referidos foram ansiedade (76,6 por cento ) e irritabilidade (66,1 por cento ). O uso do humor como coping foi referido por 78,2 por cento . Quanto a quem ri com quem, os dados indicam que brincadeiras são trocadas durante o trabalho entre os operadores, para 97,6 por cento ; dirigidas pelos operadores aos médicos, para 82,2 por cento ; dirigidas pelos médicos aos operadores, para 66,3 por cento ; pelos operadores aos supervisores, para 59,6 por cento , e pelos supervisores aos operadores, para 58,9 por cento . Conclusões. A situação de trabalho analisada apresentou grande predomínio de fatores psicossociais estressores em relação a \'protetores\' ou \'atenuantes\', representando combinação de intensidade e poucas chances de recuperação psicofisiológica ou, segundo o modelo Demanda-Controle, uma combinação de baixa latitude decisória com altas exigências (pressões psicológicas). O humor constitui um recurso psicossocial potencialmente \'protetor\' (CASSEL, 1974) ou \'modificador\' (BAKER & KARASEK, 2000) do processo de estresse, como estratégia de \'coping\' individual: por favorecer o distanciamento cognitivo; proporcionar alívio de tensão e expressão da subjetividade. Como comportamento comunicativo, o humor pode favorecer o apoio social (por convidar à proximidade; reduzir a distância entre níveis hierárquicos; permitir a expressão de críticas de forma socialmente menos arriscada); mas, acima de tudo, as trocas de humor refletem a dinâmica e a natureza das relações interpessoais, como indica a análise de quem ri com quem, uma das contribuições originais da pesquisa. Esta análise refletiu a presença de forte apoio social entre os operadores e entre estes e os médicos auditores. As brincadeiras \'relâmpago\' que irrompem durante o trabalho são percebidas como fontes de prazer, descarga de tensão e micro-espaços de reequilíbrio psicofisiológico. O humor integra o domínio da liberdade e é fortemente influenciado pelos valores. Se imposto aos trabalhadores, pode ser percebido como um constrangimento psicológico ou moral / Aim. Taking into account the two-dimensional nature of stress-related psychosocial factors (CASSEL, 1974), the study aimed at identifying the interrelation of negative (stressors) and protecting (beneficial) such factors in the work of a group of telemarketing operators, and the potential of humor as a \'psychosocial resource\' in face of stress at work, as a coping strategy (psychological dimension) and communicative behavior favoring social support (sociological dimension). Method. A case study was developed at a call center of the managed care unit of a public institution in São Paulo, Brazil. Data collection involved semi-structured interviews (twelve individual and one collective interview), participatory observation, and an inquiry responded by 124 operators from different work shifts. The inquiry included socio-demographic data, as well as questions on working conditions, factors of discomfort and fatigue and of work satisfaction, stress at work (KOMPIER & LEVI, 1995), health complaints and use of humor. Data analysis was based on the Demand/Control model (BAKER & KARASEK, 2000; KARASEK & THEORELL, 1990), and included content analysis of interviews (MINAYO, 1982), of data gathered through participatory observation, and descriptive analysis of inquiry frequencies. Results. The population studied was predominantly feminine (72.6 per cent ), young (average age 28 years), with high school (48.4 per cent ) or college education (51.6 per cent ) and average monthly wage around US$200.00. 25.8 per cent were students. Among others, negative psychosocial factors identified included: physical environment; time structure (pressure from the queue; high and externally imposed rhythm; few rest breaks); low decision latitude: a) low task control (strict work organization; script; lack of opportunity for individual decision making; lack of participation); and b) low skill discretion (great volume of information to be processed; insufficient training; presence of medical terminology); interrelation of work content, work meaning, and relationship with customers leading to emotional suffering through empathy. The relationship with customers, viewed as an important work-related stressor for often involving rude treatment, is perceived as an important source of satisfaction when involving recognition. Data on factors of discomfort and fatigue showed to be consistent with references to psychosocial stressors and protectors identified. Among protecting factors identified were the 6-hour working period and the supportive relationship among co-workers and with the medical auditors, often involving humor exchanges. Main health complaints were xi musculoskeletal (77.4 per cent ) and stress-related symptoms: anxiety (76.6 per cent ) and irritability (66.1 per cent ). Humor used as coping was referred by 78.2 per cent . Data on who laughs with who indicate that humorous/playful comments are often directed by operators to co-workers, for 97.6 per cent ; by operators to doctors, for 82.2 per cent ; by doctors to operators, for 66.3 per cent ; by operators to supervisors, for 59.6 per cent , and by supervisors to operators, for 58.9 per cent . Conclusions. The work situation of telemarketing operators studied involved a negative balance between psychosocial stressors and beneficial or mitigating factors: a combination of high work intensity and few chances of psycho-physiological recovery or, according to the Demand-Control model, a combination of high demands (psychological pressure) and low decision latitude. Humor is potentially a \'psychosocial resource\' (CASSEL, 1974) or \'modifying factor\' (BAKER & KARASEK, 2000) to the stress process, as an individual coping strategy, for favoring cognitive distancing/re-framing; relief from strain; expression of subjectivity. As a communicative behavior, humor may favor social support (for inviting to proximity; reducing social distance between different hierarchic levels, and permitting the expression of criticisms in less risky ways); but above all, humor as communicative behavior reflects interpersonal relationships dynamics and nature, as it was shown by the analysis of who laughs with who, an original contribution of this research that highlighted the presence of strong social support among operators and between them and the medical doctors. Brief humor events irrupting during work are perceived as a source of pleasure, and micro-spaces of psychophysiological recovery. Humor integrates the domain of freedom and is heavily influenced by cultural values. If it is imposed to workers, it may be perceived as a psychological or moral constraint
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