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O uso de imunossupressores e alterações menstruais em pacientes lúpicas / O uso de imunossupressores e alterações menstruais em pacientes lúpicas / The use of immunosuppressants and menstrual disorders in patients with lupus / The use of immunosuppressants and menstrual disorders in patients with lupus

NONATO, Dejan Rodrigues 17 September 2009 (has links)
Made available in DSpace on 2014-07-29T15:29:19Z (GMT). No. of bitstreams: 1 dissertacao Dejan.pdf: 1549821 bytes, checksum: 1b164cc5ae65155bd615835e3ab66f19 (MD5) Previous issue date: 2009-09-17 / BACKGROUND: The Systemic Lupus Erythematosus (SLE) is an autoimmune disease that affects mainly women, and studies have shown that the use of immunosuppressants (IS) during SLE treatment may affect ovarian function. OBJECTIVES: This study aimed at the determination of possible associations in various IS therapeutic schemes and disturb in the ovarian function, through evaluation of menstrual cycle disturb and detection of premature ovarian failure in women with SLE. METHODS: A cross sectional study was conducted in 87 women, aged less than 40 years old that use IS in therapeutic scheme, as follows: prednisone, azathioprine, cyclophosphamide or methrotrexate, either alone or in a combination regime. The ovarian dysfunction was evaluated by the occurrence of menstrual disturbances such as hypermenorrhea, polymenorrhea, menorrhagia, oligomenorrhea, hypomenorrhea and amenorrhea and those diagnosed with premature ovarian failure. RESULTS: The values obtained by the study are expressed in years, mean and standard deviation. The age of the patients varied from 14 to 38 years old, with a mean age of 28.01 ± 5.81 years. The patients reached menarche between 10 and 19 years of age, with a mean age of 13.12 ± 1.77 years. The SLE diagnosis was established when the patients had between 10 and 35 years of age, with a mean age of 21.40 ± 5.75 years. When treatment is considered, 63.2% of the patients were being treated with of prednisone at the time of the study. The mean estradiol dosages used by eumenorrheic patients, patients that presented menstrual disturbances or in women with amenorrhea, was of 90.90 ± 120.78; 91.90 ± 64.77 and 115.97 ± 63.60; respectively, and the mean FSH dosages used by these same groups of patients was of 25.73 ± 34.46; 39.44 ± 59.82 and 54.40 ± 56.07; respectively. Menstrual disturbances were observed in 37.9% of the women evaluated, 11.5% of them had amenorrhea and 5.75% presented premature ovarian failure. There were no significant associations between the alterations in the menstrual cycle of the patients and the use of various dosages of IS and different therapeutic schemes. DISCUSSION: The data revealed that menstrual disturbances and premature ovarian failure were found in a higher frequency that found in the general population by other studies. However, they were similar to those found in previous studies conducted in women with SLE under IS therapy. The corticoids were the most administered drug and were used for the longest period of time, when compared to the other IS. Interestingly, the patients that were in use of corticoids had the highest frequency of menstrual alterations, when compared to the other patients, finding that disagrees with most of the studies from the literature. Among the multiple effects of corticoids in the human organism, are the hypothalamic and pituitary retro inhibitions, which may interfere with the ovaries functions. When treatment with the other IS is considered, it became evident that the lowest frequency of menstrual disturbances occurred in those patients treated with cyclophosphamide. Cumulative dose, age and appropriate duration of treatment could explain this finding. The use of anti-malaria drugs in more than half of the patients could have influenced the results. Additionally, variables in the pharmacological effects of the various drugs, the progression of the disease and multiple drug use could also explain our findings. CONCLUSION: Our data analysis is not sufficient to disregard the possible of risk factors associated with the development of ovarian dysfunction in the SLE women treated with immunossuppressants, when compared with the general population. In our understanding, treatment for SLE should be reevaluated, and future studies with focus on the understanding of the relationships between the SLE and ovarian function in the affected women, as well as on novel mechanisms that will contribute to preserve the ovarian function in these patients are of great importance. / INTRODUÇÃO: O lupus eritematoso sistêmico (LES) é uma doença autoimune que incide mais em mulheres, sendo que a doença e seu tratamento podem afetar a função ovariana. OBJETIVO: O estudo pretendeu buscar associação entre o tratamento com imunossupressores (IS) em pacientes com LES e alterações da função ovariana, medidas por meio das alterações no ciclo menstrual e da detecção de falência ovariana prematura (FOP). MÉTODOS: Corte transversal, incluindo 87 mulheres, com idades inferiores a 40 anos, submetidas ao tratamento com imunossupressores: prednisona, azatioprina, ciclofosfamida, ou metotrexato, em formulação única ou em associação. A disfunção ovariana foi determinada pela presença de alterações menstruais do tipo hipermenorréia, polimenorréia, menorragia, oligomenorréia, hipomenorréia, amenorréia e a falência ovariana prematura. RESULTADOS: Os valores são expressos em anos, média e desvio padrão. A idade das pacientes variou de 14 e 38 anos com a média de 28,01 ± 5,81 anos. As pacientes tiveram menarca registrada entre 10 e 19 anos, com média de idade 13,12 ± 1,77 anos, o diagnóstico de LES estabelecido entre 10 e 35, e a média de idade de 21,40 ± 5,75 anos. Quanto aos medicamentos, 63,2% dessas mulheres usavam a prednisona no momento do estudo. A dosagem de estradiol em pacientes eumenorreicas, com alterações menstruais e amenorreicas foi em média 90,90 ± 120,78; 91,90 ± 64,77 e 115,97 ± 63,60, respectivamente. A dosagem de FSH foi em média 25,73 ± 34,46; 39,44 ± 59,82 e 54,40 ± 56,07, respectivamente. As alterações menstruais foram observadas em 37,9% das mulheres examinadas, 11,5% tiveram amenorréia e 5,75% apresentaram falência ovariana prematura. As alterações do ciclo menstrual não tiveram associação significativa com o uso das diferentes formulações de imunossupressores. DISCUSSÃO: Alterações menstruais e falência ovariana prematura foram encontradas em frequência superior à população geral, mas semelhante a outras pesquisas com lúpicas usando imunossupressores. Os corticóides foram os medicamentos mais usados em número de pacientes e de tempo de uso, sendo que as que utilizaram esse imunossupressor apresentaram mais alterações menstruais, o que o diferencia da maioria das publicações. Pode-se aventar que além das múltiplas ações dos corticóides, destaca-se a retroinibição hipotalâmica e hipofisária com implicações para a função ovariana. Em relação aos outros IS ficou evidente a pouca frequência de alterações com a ciclofosfamida. Dose cumulativa, idade e tempo de uso adequado podem explicar esta verificação. O uso de antimaláricos em mais da metade das pacientes também pode ter influído nos resultados. Também variáveis de efeitos farmacológicos, evolução da doença e múltiplas drogas podem explicar diferentes resultados em relação a outras pesquisas. CONCLUSÃO: Os dados analisados não são suficientes para desconsiderarmos os fatores de risco associado com o desenvolvimento de alterações ovarianas em mulheres com lupus tratadas com IS quando comparadas com a população geral. É pertinente as pesquisas que orientem os processos terapêuticos ou a compreensão das relações entre o lupus eritematoso sistêmico e a função ovariana das mulheres afetadas com essa doença. Justifica-se, também, a busca de mecanismos que preservem a função ovariana.

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