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As cartas de Londres: George Orwell nas redes intelectuais em Londres e Nova York (1941-1946) / The london letters: George Orwell in intellectual networks between London and New York (1941-1946)Silva, Matheus Cardoso da 04 March 2016 (has links)
A intenção deste trabalho é compreender a formação de uma rede de debates intelectuais entre dois grupos da esquerda anglófona articulados em torno do Left Book Club, de Londres e em torno da revista Partisan Review, de Nova York durante os anos da Segunda Guerra Mundial. Entendo que, especialmente na primeira metade da década de 1940, os contatos entre estes dois núcleos da esquerda anglo-saxã se estreitaram em dois caminhos: por um lado, por uma crítica comum ao stalinismo; e, por outro, por uma crítica à esquerda da cultura nativa (e tradições burguesas) em ambos os países. Defendemos ainda que essas propostas articuladas por dentro dos movimentos intelectuais de esquerda nos dois países, ora baseadas ideologicamente numa releitura nãoinstitucionalizada do marxismo, ora no trotskismo, ora no pacifismo, ora na reconstrução de um discurso liberal, se aglutinavam em torno da contestação dos rumos do movimento comunista internacional, liderado pelo stalinismo. A articulação dos debates entre esses dois grupos se reforçará no momento em que o célebre romancista anglo-indiano George Orwell, famoso por duas das distopias mais famosas do século XX, o Animal Farm (1945) e o 1984 (1949), contribui simultaneamente com ambos os grupos. Na Partisan Review, Orwell ficara encarregado da publicação da coluna London Letters to Partisan Review, entre os anos de 1941 e 1946. A possibilidade de um diálogo franco com ambos os círculos, especialmente pela rede costurada com membros de ambos os grupos, possibilitou a Orwell criar uma ponte de contatos entre os dois ambientes. Entendo ainda que essa articulação construída por Orwell foi decisiva nas futuras participações de outros intelectuais, que já haviam publicado no Left Book Club e que participavam ativamente dos debates britânicos, como contribuintes da Partisan Review. / The intention of this work is to understand the constitution of a network of intellectual debates articulated among two groups of the Anglophone left around the London\'s Left Book Club, and around the New York\'s Partisan Review, during the years of World War II. I understand that, especially in the first half of the 1940s, contacts between the two cores of the Anglo-Saxon left narrowed in two ways: firstly, by a common critique of Stalinism; and on the other, a left-wing critic of the native culture (and bourgeois traditions) in both countries. We argue that those proposals articulated inside the left-wing intellectual movements in the two countries, based ideologically on a non-institutionalized reinterpretation of Marxism, or in Trotskyism, or in pacifism, or in rebuilding a liberal discourse, coalesced around the challenge of the international communist movement course, led by Stalinism. The joint discussions among those two groups will be strengthened at the time that the famous Anglo-Indian novelist George Orwell, famous for two of the most famous dystopias of the twentieth century, Animal Farm (1945) and 1984 (1949), contributes simultaneously with both groups. In Partisan Review, Orwell had been in charge of publishing the column \"London Letters to Partisan Review\", between the years 1941 and 1946. The possibility of an open dialogue with both circles, especially the stitched network with members of both groups, enabled Orwell to create a bridge between the two environments. I also believe that this articulation builted by Orwell was decisive in the future participation of other intellectuals, who had already published through the Left Book Club and participating actively in British debates, as contributors of Partisan Review.
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As cartas de Londres: George Orwell nas redes intelectuais em Londres e Nova York (1941-1946) / The london letters: George Orwell in intellectual networks between London and New York (1941-1946)Matheus Cardoso da Silva 04 March 2016 (has links)
A intenção deste trabalho é compreender a formação de uma rede de debates intelectuais entre dois grupos da esquerda anglófona articulados em torno do Left Book Club, de Londres e em torno da revista Partisan Review, de Nova York durante os anos da Segunda Guerra Mundial. Entendo que, especialmente na primeira metade da década de 1940, os contatos entre estes dois núcleos da esquerda anglo-saxã se estreitaram em dois caminhos: por um lado, por uma crítica comum ao stalinismo; e, por outro, por uma crítica à esquerda da cultura nativa (e tradições burguesas) em ambos os países. Defendemos ainda que essas propostas articuladas por dentro dos movimentos intelectuais de esquerda nos dois países, ora baseadas ideologicamente numa releitura nãoinstitucionalizada do marxismo, ora no trotskismo, ora no pacifismo, ora na reconstrução de um discurso liberal, se aglutinavam em torno da contestação dos rumos do movimento comunista internacional, liderado pelo stalinismo. A articulação dos debates entre esses dois grupos se reforçará no momento em que o célebre romancista anglo-indiano George Orwell, famoso por duas das distopias mais famosas do século XX, o Animal Farm (1945) e o 1984 (1949), contribui simultaneamente com ambos os grupos. Na Partisan Review, Orwell ficara encarregado da publicação da coluna London Letters to Partisan Review, entre os anos de 1941 e 1946. A possibilidade de um diálogo franco com ambos os círculos, especialmente pela rede costurada com membros de ambos os grupos, possibilitou a Orwell criar uma ponte de contatos entre os dois ambientes. Entendo ainda que essa articulação construída por Orwell foi decisiva nas futuras participações de outros intelectuais, que já haviam publicado no Left Book Club e que participavam ativamente dos debates britânicos, como contribuintes da Partisan Review. / The intention of this work is to understand the constitution of a network of intellectual debates articulated among two groups of the Anglophone left around the London\'s Left Book Club, and around the New York\'s Partisan Review, during the years of World War II. I understand that, especially in the first half of the 1940s, contacts between the two cores of the Anglo-Saxon left narrowed in two ways: firstly, by a common critique of Stalinism; and on the other, a left-wing critic of the native culture (and bourgeois traditions) in both countries. We argue that those proposals articulated inside the left-wing intellectual movements in the two countries, based ideologically on a non-institutionalized reinterpretation of Marxism, or in Trotskyism, or in pacifism, or in rebuilding a liberal discourse, coalesced around the challenge of the international communist movement course, led by Stalinism. The joint discussions among those two groups will be strengthened at the time that the famous Anglo-Indian novelist George Orwell, famous for two of the most famous dystopias of the twentieth century, Animal Farm (1945) and 1984 (1949), contributes simultaneously with both groups. In Partisan Review, Orwell had been in charge of publishing the column \"London Letters to Partisan Review\", between the years 1941 and 1946. The possibility of an open dialogue with both circles, especially the stitched network with members of both groups, enabled Orwell to create a bridge between the two environments. I also believe that this articulation builted by Orwell was decisive in the future participation of other intellectuals, who had already published through the Left Book Club and participating actively in British debates, as contributors of Partisan Review.
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