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Os desafios de definir um bom professor e a herança das escolas alternativas paulistanas: perspectivas de coordenadoras pedagógicas e professoras do ensino fundamental I / The challenges of defining a good teacher and the legacy of alternative schools from the city of São Paulo: perspectives of pedagogical coordinators and teachers of Elementary School IHorta, Patrícia Rossi Torralba 21 May 2014 (has links)
Diante de diferentes qualificações usadas na descrição do que seja um bom professor do ensino básico, a presente pesquisa se propõe a analisar a maneira pela qual determinadas professoras e coordenadoras pedagógicas são capazes de identificá-lo na sua prática profissional. Foram investigadas, na literatura especializada, as teorias pedagógicas e psicológicas que regularam as concepções de docência escolhidas pelas escolas em diferentes momentos. Tendo em vista a atual hegemonia da chamada \"pedagogia das competências\" e sua definição do \"bom professor\" como \"professor competente\", este estudo buscou compreender a forma pela qual essas ideias são consideradas no contexto investigado. O estudo tomou como ponto de partida, para tanto, as ponderações de José Pires Azanha e a leitura desse autor de obras de Israel Scheffler, Ludwig Wittgenstein e de Alain (Émile Chartier). Como base empírica, foram escolhidas profissionais de escolas privadas da cidade de São Paulo, que, pelas suas trajetórias na história recente, são consideradas como referência. Trata-se de estabelecimentos que se originaram, direta ou indiretamente, das \"escolas alternativas\" dos anos 1970, procuradas por pais que se autoconsideravam intelectuais de esquerda e contrários à ditadura militar. Foram selecionadas escolas cujos projetos pedagógicos buscam se contrapor às chamadas escolas tradicionais, seja pela ambição por mudanças na relação professor-aluno, seja pelo destaque ao papel ativo dos estudantes. Realizou-se, nessas escolas, uma pesquisa de campo de caráter qualitativo, por meio de entrevistas semiestruturadas com as coordenadoras do Ensino Fundamental I e com as professoras por elas apontadas como \"boas professoras\". Nas entrevistas, foram identificados os referenciais teóricos e as influências que, desde o movimento da Escola Nova até o chamado construtivismo, norteiam tanto o trabalho das coordenadoras pedagógicas como o das professoras. Constatou-se que as \"boas professoras\" buscam preservar seus pontos de vista, mesmo diante de condições adversas colocadas pelo mercado competitivo e da inserção dessas escolas na lógica neoliberal e empresarial, em que discursos de competência e de excelência ganham primazia. Notou-se descrições amplas, difusas e de grande labilidade na definição do que professoras e coordenadoras consideram como \"bom professor\". As professoras, todavia, mostraram-se menos preocupadas com a coerência, conscientes da complexidade de seu ofício e do caráter retórico do uso das teorias. Na comparação entre as entrevistas das coordenadoras pedagógicas e das professoras, constatou-se que, em função de exigências diferentes e das posições diversas que ocupam nas organizações escolares, evidenciam-se algumas visões conflitantes e percepções opostas. No caso das coordenadoras, esses discursos contraditórios enaltecem simultaneamente, como característica do bom professor, a autonomia e a capacidade de submissão a uma pedagogia de resultados e aos controles avaliativos, com uma demanda do professor ser tradicional e inovador ao mesmo tempo. / Upon different qualifications used in the description of what a good teacher of basic education is, this research intends to analyze the manner in which certain teachers and pedagogical coordinators are able to identify it in their professional practice. Pedagogic and psychological theories were investigated, in specialized literature, which regulated the teaching conceptions chosen by schools at different times. In view of the current hegemony of the so-called \"competence pedagogy\" and its definition of a \"good teacher\" as \"competent\" teacher, this study sought to understand the way in which these ideas are considered in the investigated context. Hence, the study took as its starting point the considerations of José Pires Azanha and the reading of this author of works from Israel Scheffler, Ludwig Wittgenstein, and Alain (Emile Chartier). As empirical basis, professionals from private schools were chosen from the city of São Paulo, who, through their trajectories in recent history, are considered as reference. These are establishments that were originated, directly or indirectly, from \"alternative schools\" of the 1970s, sought by parents who called themselves intellectuals from the left party and against the military dictatorship. Schools whose pedagogical projects seek to oppose the so-called \"traditional schools\", either by ambition for changes in the relationship between teachers and students or the highlight of the active role of students were selected. In these schools, a field research of qualitative character, by means of semi-structured interviews with coordinators of Elementary Schools I and with teachers appointed by them as good teachers was performed. In the interviews, theoretical references were identified and the influences that, from the New School movement until the so-called constructivism, guide both the work of the pedagogical coordinators as of the teachers. It was noted that the \"good teachers\" seek to preserve their points of view, even in the face of adverse conditions placed by the competitive market and the insertion of these schools in the neoliberal and business logic, in which competence and excellence speeches gain primacy. Descriptions that were broad, diffuse and with great liability were noticed in the definition of teachers and coordinators considered as \"good teacher\". However, teachers were less concerned with the coherence, awareness of the complexity of their craft, and the rhetorical character of the use of theories. On the comparison between the interviews of the pedagogical coordinators and teachers, it was noted that, due to different requirements and several positions they occupy in school organizations, some conflicting views and opposing perceptions were evidenced. In the case of coordinators, these contradictory speeches praise simultaneously, as the characteristic of a good teacher, the autonomy and the ability of submission to a pedagogy towards results and the evaluative control with a demand of the professor to be traditional and innovative at the same time.
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Os desafios de definir um bom professor e a herança das escolas alternativas paulistanas: perspectivas de coordenadoras pedagógicas e professoras do ensino fundamental I / The challenges of defining a good teacher and the legacy of alternative schools from the city of São Paulo: perspectives of pedagogical coordinators and teachers of Elementary School IPatrícia Rossi Torralba Horta 21 May 2014 (has links)
Diante de diferentes qualificações usadas na descrição do que seja um bom professor do ensino básico, a presente pesquisa se propõe a analisar a maneira pela qual determinadas professoras e coordenadoras pedagógicas são capazes de identificá-lo na sua prática profissional. Foram investigadas, na literatura especializada, as teorias pedagógicas e psicológicas que regularam as concepções de docência escolhidas pelas escolas em diferentes momentos. Tendo em vista a atual hegemonia da chamada \"pedagogia das competências\" e sua definição do \"bom professor\" como \"professor competente\", este estudo buscou compreender a forma pela qual essas ideias são consideradas no contexto investigado. O estudo tomou como ponto de partida, para tanto, as ponderações de José Pires Azanha e a leitura desse autor de obras de Israel Scheffler, Ludwig Wittgenstein e de Alain (Émile Chartier). Como base empírica, foram escolhidas profissionais de escolas privadas da cidade de São Paulo, que, pelas suas trajetórias na história recente, são consideradas como referência. Trata-se de estabelecimentos que se originaram, direta ou indiretamente, das \"escolas alternativas\" dos anos 1970, procuradas por pais que se autoconsideravam intelectuais de esquerda e contrários à ditadura militar. Foram selecionadas escolas cujos projetos pedagógicos buscam se contrapor às chamadas escolas tradicionais, seja pela ambição por mudanças na relação professor-aluno, seja pelo destaque ao papel ativo dos estudantes. Realizou-se, nessas escolas, uma pesquisa de campo de caráter qualitativo, por meio de entrevistas semiestruturadas com as coordenadoras do Ensino Fundamental I e com as professoras por elas apontadas como \"boas professoras\". Nas entrevistas, foram identificados os referenciais teóricos e as influências que, desde o movimento da Escola Nova até o chamado construtivismo, norteiam tanto o trabalho das coordenadoras pedagógicas como o das professoras. Constatou-se que as \"boas professoras\" buscam preservar seus pontos de vista, mesmo diante de condições adversas colocadas pelo mercado competitivo e da inserção dessas escolas na lógica neoliberal e empresarial, em que discursos de competência e de excelência ganham primazia. Notou-se descrições amplas, difusas e de grande labilidade na definição do que professoras e coordenadoras consideram como \"bom professor\". As professoras, todavia, mostraram-se menos preocupadas com a coerência, conscientes da complexidade de seu ofício e do caráter retórico do uso das teorias. Na comparação entre as entrevistas das coordenadoras pedagógicas e das professoras, constatou-se que, em função de exigências diferentes e das posições diversas que ocupam nas organizações escolares, evidenciam-se algumas visões conflitantes e percepções opostas. No caso das coordenadoras, esses discursos contraditórios enaltecem simultaneamente, como característica do bom professor, a autonomia e a capacidade de submissão a uma pedagogia de resultados e aos controles avaliativos, com uma demanda do professor ser tradicional e inovador ao mesmo tempo. / Upon different qualifications used in the description of what a good teacher of basic education is, this research intends to analyze the manner in which certain teachers and pedagogical coordinators are able to identify it in their professional practice. Pedagogic and psychological theories were investigated, in specialized literature, which regulated the teaching conceptions chosen by schools at different times. In view of the current hegemony of the so-called \"competence pedagogy\" and its definition of a \"good teacher\" as \"competent\" teacher, this study sought to understand the way in which these ideas are considered in the investigated context. Hence, the study took as its starting point the considerations of José Pires Azanha and the reading of this author of works from Israel Scheffler, Ludwig Wittgenstein, and Alain (Emile Chartier). As empirical basis, professionals from private schools were chosen from the city of São Paulo, who, through their trajectories in recent history, are considered as reference. These are establishments that were originated, directly or indirectly, from \"alternative schools\" of the 1970s, sought by parents who called themselves intellectuals from the left party and against the military dictatorship. Schools whose pedagogical projects seek to oppose the so-called \"traditional schools\", either by ambition for changes in the relationship between teachers and students or the highlight of the active role of students were selected. In these schools, a field research of qualitative character, by means of semi-structured interviews with coordinators of Elementary Schools I and with teachers appointed by them as good teachers was performed. In the interviews, theoretical references were identified and the influences that, from the New School movement until the so-called constructivism, guide both the work of the pedagogical coordinators as of the teachers. It was noted that the \"good teachers\" seek to preserve their points of view, even in the face of adverse conditions placed by the competitive market and the insertion of these schools in the neoliberal and business logic, in which competence and excellence speeches gain primacy. Descriptions that were broad, diffuse and with great liability were noticed in the definition of teachers and coordinators considered as \"good teacher\". However, teachers were less concerned with the coherence, awareness of the complexity of their craft, and the rhetorical character of the use of theories. On the comparison between the interviews of the pedagogical coordinators and teachers, it was noted that, due to different requirements and several positions they occupy in school organizations, some conflicting views and opposing perceptions were evidenced. In the case of coordinators, these contradictory speeches praise simultaneously, as the characteristic of a good teacher, the autonomy and the ability of submission to a pedagogy towards results and the evaluative control with a demand of the professor to be traditional and innovative at the same time.
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