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O lazer como uma das possíveis estratégias de promoção da saúde nas classes subalternas: um estudo de caso na Zona Leste de São Paulo

Canton, Giselle Alice Martins 04 November 2008 (has links)
Made available in DSpace on 2016-04-29T14:17:38Z (GMT). No. of bitstreams: 1 Giselle Alice Martins Canton.pdf: 829349 bytes, checksum: 0c92485ee85ae4239fd383d95aad3e6b (MD5) Previous issue date: 2008-11-04 / Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico / In the context of capitalist development, man is fragmented into his practices and is valued according to what he produces and consumes. The urban-industrial society imposes a life style where leisure opposes work and is dependant of a time that is free from work. The result is a mistaken idea that leisure is a manner to put up with the day-by-day activities, a way to restore energy. Thus, people lose the perspective of leisure as a privileged social practice which encompasses options, interests, postures and attitudes, something that raises the possibility of understanding it in an educational dimension. In this regard, it is justifiable to comprehend leisure, within this work, as a human experience that may contribute to the cultural development of social subjects, stressing their behaviour towards the health-illness process in order to promote good health. The conformation of the object of our research leisure as a strategy feasible to promote good health among subordinate classes - arouse from the notion of how leisure and health have been perceived as a social right in the everyday lives of these classes, whose subordinate identity is found in the lack of power of command, decision, creation, and direction. Working with analytic categories of health, leisure, and health promotion, we have recovered, from a historic-dialectic perspective, the trajectory taken by the perception of the health-illness process and the conceptual patterns that prevailed until the end of the 20th century, when the concept of promoting health got significance in Latin America. We have worked with the concept of leisure using the capitalism development period as a starting point, focusing on the importance of its educational dimension. Following the trajectory of cultural policies we have tried to find out how leisure has been dealt with. Our concern over dealing with the object of this research within a theoretical-practical dimension is exposed in this study by the chosen methodological course, which included a case study with subjects comprising users of a healthcare center in the east side of São Paulo city, Brazil. It is in this case study we have reflected on the issue of the research: what is the purpose of leisure in the daily routine of subordinate classes, with focus on promoting good health. Analyses of statements and theoretical discussions took us to the conclusion that leisure may be deemed as a strategy both to promote good health, as long as democratizing political actions are put in place and involve intersecting projects, and to incentive citizens to take part in political decision processes with use of incrementing educational programs for cultural entertainers who work with the issue of the community s right to have leisure. This way we expect that the associative lives of the community be leveraged through conceived claims based on planned, organized and regular interventions, which depend on a new civil protagonist that is at the same time political and critical, capable of breaking up the subordinate identity present in the lack of power of command and participation in the decision processes within the scope of the Brazilian social policy / No contexto do desenvolvimento capitalista o homem é fragmentado em suas práticas, passando a ser valorizado em relação ao que produz e consome. A sociedade urbano-industrial impõe um ritmo de vida em que o lazer se opõe ao trabalho e se torna dependente de um tempo liberado das horas trabalhadas. Isso resulta numa idéia equivocada de que o lazer é uma forma de resistência para o dia-a-dia, um meio de restabelecer energias. Logo, se perde a perspectiva do lazer enquanto uma prática social privilegiada, que envolve opções, interesses, posturas e atitudes e se abre a possibilidade de ser entendida numa dimensão educativa. Nesse sentido é que se justifica o lazer ser compreendido, neste estudo, como uma experiência humana que pode contribuir para o desenvolvimento cultural de sujeitos sociais, destacando-se sua ação sobre o processo saúde-doença para a promoção da saúde. A conformação do nosso objeto de pesquisa: o lazer como uma das estratégias possíveis de promoção da saúde entre as classes subalternas, se deu a partir da problemática de como o lazer e a saúde vêm sendo apropriados como direito social no cotidiano destas classes, cuja identidade subalterna se encontra na ausência de poder de mando, de decisão, de criação e de direção. Trabalhou-se com as categorias analíticas de saúde, lazer e promoção da saúde. Resgatando-se, numa perspectiva histórico-dialética, a trajetória sobre a compreensão do processo saúde-doença e os modelos conceituais que predominaram até o século XX, quando ao final deste século, o conceito de promoção da saúde, ganha ressonância na América Latina. Procurou-se trabalhar o conceito de lazer datado a partir do desenvolvimento capitalista, enfatizando a importância da sua dimensão educativa. Buscou-se na trajetória das políticas culturais, como o lazer vem sendo tratado. A preocupação em tratar o objeto da pesquisa numa dimensão teórica-prática, se revela no percurso metodológico escolhido, que envolveu um estudo de caso, sendo os sujeitos formados por usuários de um serviço de saúde da Zona Leste de São Paulo. É neste estudo de caso, que contempla-se o problema da pesquisa: como a dimensão do lazer se apresenta no cotidiano das classes subalternas, tendo em vista a promoção da saúde? As análises dos depoimentos e as discussões teóricas levaram a concluir que o lazer pode ser considerado uma das estratégias de promoção de saúde, desde que haja por um lado o desenvolvimento de uma ação política democratizante, que envolva projetos intersetoriais, e por outro o incentivo da participação cidadã nos processos decisórios da política, por meio do incremento de programas de formação de animadores culturais que trabalhem a questão do direito do lazer junto à comunidade. Com isso, espera-se que a vida associativa da comunidade seja alavancada, por meio de reivindicações concebidas a partir de intervenções planejadas, organizadas e periódicas, o que depende de um novo protagonismo civil, que seja ao mesmo tempo político e crítico, capaz de romper com a identidade subalterna presente na ausência de poder de mando e participação nos processos decisórios no âmbito da política social brasileira

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