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Rede transferencial e a clínica migrante: psicanálise em urgência social

Seincman, Pedro Magalhães 02 August 2017 (has links)
Submitted by Filipe dos Santos (fsantos@pucsp.br) on 2017-08-10T12:02:14Z No. of bitstreams: 1 Pedro Magalhães Seincman.pdf: 1004909 bytes, checksum: 8085c3f73d4e4bf6bf448fdecc0c8e21 (MD5) / Made available in DSpace on 2017-08-10T12:02:14Z (GMT). No. of bitstreams: 1 Pedro Magalhães Seincman.pdf: 1004909 bytes, checksum: 8085c3f73d4e4bf6bf448fdecc0c8e21 (MD5) Previous issue date: 2017-08-02 / Conselho Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento Científico e Tecnológico - CNPq / The present work investigates de psychoanalytic practice in contexts of social urgency, more specifically in the field of immigration. Based on the construction of two clinical experiences and their articulation with the psychoanalytical concept of transference, we intend to clarify the basis for the construction and management of transferential networks. We explain, on the one hand, how a network without a proper management can stiffen discursive positions and the speeches of those that are intended to care. On the other hand, the construction of a transferential network as well as the analysis of the silencing and of the discourses that take place in the relationship of all those involved in the field, can generate new modalities of social ties. We assume that a transferential network builds forms of resistances to the suffering produced in and by social practices. Thus, the network serves as a device for social intervention and, at the same time, as a discursive support so that the subject is not again forced to break with the bond or submit to the latter in fixed positions. It is in the discursive and political struggle of the network that the clinical case is constructed and that its directions are being produced. We emphasize the importance of taking into account the migrant process of the subject so that a new placement in the bond can occur, thus avoiding the repetition of social humiliation. We will no longer talk about the clinic of the migration, but that of the migration of the clinic, since the assembly and incidence of clinical devices take place in spaces and patterns that move between territories – geographic, social and psychic – and extrapolate the field of migration. The construction of new listening devices and the analytic process are mutually embodied according as new devices produce new discourses that, in turn, also generate new devices. However, without a network of protection, without a transferential network and a discursive network, one can succumb to the temptation of the single discourse that objectifies the subject as well as that of helplessness, thus hurting institutions and professionals / Investigamos a prática psicanalítica em contextos de urgência social, mais especificamente no campo da migração. A partir da construção de dois casos clínicos e da articulação destes com o conceito de transferência, pretendemos elucidar os fundamentos para a construção e o manejo de redes transferenciais. Explicitamos, por um lado, como uma rede sem o devido manejo pode fixar posições discursivas e enrijecer os discursos daqueles que se pretende cuidar. Quando isso ocorre, a rede pode exercer a manutenção ou a repetição da violência de quem se pretende cuidar. Por outro lado, a construção da rede transferencial assim como a análise do silenciamento e dos discursos que se produzem na relação de todos os envolvidos no campo, incluindo os diversos serviços e profissionais, pode constituir novas modalidades de laço social. Defendemos que na rede transferencial se constroem formas de resistência ao sofrimento produzido nas e pelas práticas sociais. Assim, a rede serve como dispositivo de intervenção social e, ao mesmo tempo, como amparo discursivo para que o sujeito não seja novamente obrigado a romper com o laço ou a este submeter-se em posições fixas. É no embate discursivo e político da rede que o caso clínico se constrói e que suas direções vão sendo produzidas. Ressaltamos a importância de se ter em conta o processo migrante do sujeito para que uma nova colocação no laço possa ocorrer de maneira a não repetir a humilhação social. Não mais falamos sobre a clínica da migração, mas buscaremos falar sobre a migração da clínica, pois a montagem e a incidência dos dispositivos clínicos se dão em espaços e em moldes que se deslocam entre territórios – geográficos, sociais e psíquicos – e extrapolam o campo da migração. A construção de novos dispositivos de escuta e o processo analítico se constituem mutuamente à medida que novos dispositivos produzem novos discursos os quais, por sua vez, geram também novos dispositivos. Porém, sem uma rede de amparo, uma rede transferencial ou rede discursiva, pode-se sucumbir tanto à tentação do discurso único que objetifica o sujeito quanto ao desamparo adoecendo, deste modo, instituições e profissionais

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