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Paternidade e subjetividade masculina em transformação : crise, crescimento e individuação. Uma abordagem junguiana / Fatherhood and male subjectivity in transformation : crisis, growth and individuation. A Jungian perspectiveAlmeida, Maria Beatriz Vidigal Barbosa de 28 March 2007 (has links)
O objetivo desta pesquisa é, a partir do referencial junguiano, ampliar a compreensão de como está se dando a experiência de paternidade atualmente, com foco na subjetividade masculina: qual o impacto que a experiência de se tornar pai vem causando no processo de desenvolvimento psicológico do homem - seu processo de individuação. Em busca de maior compreensão do significado atual da paternidade para os próprios homens na condição de pais, procura-se observar como o arquétipo paterno está se constelando na sociedade atual, de acordo com os novos modos de sentir e de se comportar, tendo em vista uma atitude mais favorável à alteridade e às relações democráticas. A partir de uma contextualização histórico-social, reconstitui-se um cenário marcado pelas reformulações nas concepções de masculino e feminino que vêm ocorrendo nas últimas décadas, e que interferem coletivamente nas identidades de gênero, portanto na subjetividade masculina, com desdobramentos nas expectativas que recaem sobre a figura do pai. Trata-se de uma pesquisa qualitativa que tem como principal instrumento a entrevista individual, com base em um roteiro de temas e questões abordados de forma semi-dirigida. A partir dos depoimentos, observa-se a representação e a vivência de paternidade em transformação através de manifestações da paternidade distintas do padrão patriarcal dominante, caracterizado pelo afastamento afetivo no comportamento masculino. Verifica-se uma crescente expectativa por parte dos homens de maior participação na gravidez, parto e cuidados junto ao filho, acompanhada de envolvimento emocional expresso. Destacam-se na análise os temas do \'desejo de ser pai\' e \'modelos de pai\', que se articulam em torno da afetividade masculina e paterna em transformação. Constata-se a coexistência de múltiplas referências e a valorização dessa pluralidade expressa em comportamentos e valores, o que contrasta com antigos modelos até então tidos como hegemônicos. Trabalha-se com a hipótese de que a crise vivenciada nesse âmbito, em função da instabilidade gerada pelo período de transição que desorganiza tanto a estrutura emocional quanto as estruturas familiares, promove, a médio e longo prazo, crescimento tanto para o indivíduo como para a sociedade. / The purpose of this research is to broaden the understanding of how the experience of fatherhood is taking place at the present time, using a Jungian perspective: to find out what the impact of the experience of becoming a father is causing on men\'s developmental process and process of individuation. As a better understanding about the meaning of fatherhood nowadays for men themselves as fathers is searched, we analyse how the paternal archetype is being constellated in contemporary society, according to new modes of feeling and behaviour, aiming at a more favorable approach towards alterity and democratic relationships. After a sociohistoric contextualization, emerges a scenario marked by reformulation in the conceptions of masculine and feminine over the last decades, which interferes on the aggregate level in gender identities and, therefore, on male subjectivity as well, with consequences for the expectations towards the father figure. This is a qualitative research based on individual interviews supported by a semi-directed script of issues and questions. Based on these statements, we observe the representation and the experience of fatherhood in transformation throughout manifestations of fatherhood that differ from the dominant pattern (patriarchal) and characterized by emotional aloofness as a common male trait. Men\'s growing expectation towards greater participation over pregnancy, childbirth and day-to-day care has been identified, as well as explicit emotional involvement. \'Willingness to be a father\' and \'models of father\' were emphasized issues, involving male and paternal affection in transformation. The coexistence of multiple frames of reference along with such diversity, as expressed in behaviours and values, have been demonstrated. This contrasts with old models considered, until now, to be hegemonic. We worked with the hypothesis that the crisis in this area, due to instability generated by this transitory period that disorganizes both emotional and family structures, generates, over medium and long range, development for the individual as well as for society.
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