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Punição física em crianças com deficiências de um município de baixa renda: um estudo epidemiológico

Ferreira, Kelly 31 January 2008 (has links)
Made available in DSpace on 2016-03-15T19:40:29Z (GMT). No. of bitstreams: 1 Kelly Ferreira.pdf: 436700 bytes, checksum: b0f93c4c9c8d229bd2550fc20ad5c0cb (MD5) Previous issue date: 2008-01-31 / Violence can be considered as any action that is injurious to the life and health of an individual. Children and adolescents, due to their greater vulnerability and dependence, are frequently victims of abusive acts. Among the educational practices that parents most commonly use, we find corporal punishment. There have been no epidemiological studies identified in Brazil about domestic violence against handicapped children and adolescents, but it seems reasonable to suppose that the numbers in this vulnerable group are also high. The objectives of this study are: (1) to determine the frequency of physical punishment in physically and sensorially handicapped children and adolescents in a low-income urban community in the metropolitan region of São Paulo; (2) to describe the type of punishment suffered by these children and adolescents in the domestic environment, according to the type of handicap; and (3) to compare the physical punishment of children and adolescents having physical, sensorial and no handicaps. Methods: transversal study with a populational sample in a low-income neighborhood in the city of Embu, São Paulo. The sample included 811 children and adolescents aged from 0 to 17 years. The instruments used were the CORE questionnaire to evaluate domestic violence and the Questionnaire of the Brazilian Association of Research Enterprises (BARE) to determine economic classes. Being that the data in this study are part of the Brazilian Study of Domestic Violence (Estudo Brasileiro de Violência Doméstica (BrazilSAFE), the definitions of severe and non-severe physical punishment are based therein. Results: In this sample, 47 children/adolescents (5,8%) presented some type of physical and/or sensorial handicap according to information given by the mothers. Of the total sample number, high indices of non-severe punishment (67.6%) and severe punishment (19.6%) were identified, as was found in the handicapped sub-sample: (61.7%) of non-severe physical punishment and severe punishment (10.6%) during the last twelve months. In non-severe punishment slapping of the buttocks was prominent, while in severe punishment, slapping the buttocks with objects, such as a pole, a broom, a wooden stick or a belt were more prominent. We also verified that sensorially handicapped children and adolescents have a greater chance of suffering non-severe physical punishment than do those that are physically handicapped (OR: 5,0; IC 1,2-20,4. p 0,03). Conclusion: Due to the high rate of punishments encountered, it would extremely important that systems be implemented to prevent the violence practiced against handicapped children and adolescents. Entities to protect the child and adolescents as well as support services for the family, with special attention to those who are sensorially handicapped, or, if you will, those who are less visible, can contribute to a better assistance prevetting the aggravation of the problems and the sprouting of new cases. / A violência pode ser considerada toda ação danosa à vida e à saúde do indivíduo. Crianças e adolescentes, por sua maior vulnerabilidade e dependência, costumam ser vítimas freqüentes de atos abusivos. Entre as práticas educativas mais comuns utilizadas pelos pais está incluída a punição corporal. Não foram identificados estudos epidemiológicos realizados no Brasil sobre violência doméstica contra crianças e adolescentes com deficiências, mas parece razoável supor que as taxas neste grupo vulnerável também sejam altas. Os objetivos deste estudo foram: (1) determinar a freqüência de punição física de crianças e adolescentes com deficiências físicas e sensoriais em comunidade urbana de baixa renda na região metropolitana de São Paulo; (2) descrever o tipo de punição sofrida por estas crianças e adolescentes no ambiente doméstico, segundo o tipo de deficiência; e (3) comparar a punição física de crianças e adolescentes com deficiências físicas, sensoriais e sem deficiências. Método: estudo de corte transversal realizado com amostra populacional de um bairro de baixa renda do município de Embu, São Paulo. A amostra foi composta por 811 crianças e adolescentes com idade entre zero e 17 anos de idade. Os instrumentos utilizados foram o CORE questionnaire para avaliar violência doméstica e o Questionário de Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa (ABEP) para a determinação de classes econômicas. Como os dados deste estudo fazem parte do Estudo Brasileiro de Violência Doméstica (BrazilSAFE), as definições de punição física grave e não grave foram baseadas neste. Resultados: Nesta amostra, 47 crianças/adolescentes (5,8%) apresentavam algum tipo de deficiência física e/ou sensorial segundo informação das mães. Identificaram-se altos índices de punição física não grave (67,6%) e grave (19,6%) na amostra total, assim como na subamostra de deficientes: 61,7% de punição física não grave e 10,6% de punição física grave nos últimos doze meses. Na punição física não grave as palmadas nas nádegas apresentaram-se em evidência, já na punição física grave, bater nas nádegas com objetos como vara, vassoura, pedaço de pau ou cinto se destacou. Verificou-se ainda que as crianças e adolescentes com deficiência sensorial apresentaram maior chance de sofrer punição física não grave que os deficientes físicos (OR: 5,0; IC 1,2-20,4. p 0,03). Conclusão: Devido às altas taxas de punições encontradas, seria de extrema importância a implementação de sistemas de prevenção da violência praticada contra as crianças e adolescentes com deficiência. Entidades de proteção à criança/adolescente e serviços de apoio a famílias, com atenção especial àqueles que possuem deficiência sensorial, ou seja, menos visíveis, podem vir a contribuir para melhor assistência evitando o agravamento dos problemas e o surgimento de novos casos.
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A punição física de crianças com deficiência mental no ambiente doméstico

Alexandre, Paulo Pinto 19 February 2008 (has links)
Made available in DSpace on 2016-03-15T19:40:29Z (GMT). No. of bitstreams: 1 Paulo PInto Alexandre.pdf: 1030241 bytes, checksum: 18010072fccf3b2d385e15ec0f34258e (MD5) Previous issue date: 2008-02-19 / Fundo Mackenzie de Pesquisa / The objectives of this study were: 1) describes the severe physical punishment and non-severe physical punishment against the children from the age of 0 to 12 years old with clinical diagnosis of mental deficiency in the family environment, in the last 12 months; 2) investigate whether these children's parents suffered any type of severe or non-severe physical punishment in their childhood and adolescence; and 3) whether the parent s severe or nonsevere physical punishment has any association with the physical punishment that they now practice against their children. Based on a traverse-cut study, a sample of 132 families was analyzed and the information given by the children's parents. These children attend a rehabilitation clinic of a private institution in the boundaries of São Paulo city ou in the metropolitan area o São Paulo, in the State of São Paulo. The definition of serious evere physical punishment and non-severe physical punishment against children was accomplished starting from the Brazilian pilot study of the World Studies of Abuse in Family Environments. The definition of severe physical punishment and non-severe physical punishment against the parents was accomplished using the survey questionnaire made by Drª Viviane Nogueira Guerra, researcher of the Child's Laboratory (LACRI) of the Institute of Psychology of USP/SP. The structured questionnaires were applied by trained interviewers. The physical punishment among children with mental deficiency of this sample was frequent: 12,1% had suffered severe physical punishment and 60,6% non- severe physical punishment. The boys tend to be hit more than the girls (OR = 2,1, p = 0,08). Besides, the children of the s who were victims of punishment in their childhood or adolescence have bigger chances to be punished physically than the children of the parents who had not been victims of punishment (OR=1,2; p=0,01). The frequency of physical punishment among children with mental deficiency seems to be as high as among children without deficiency and the transgeracionality becomes clear in this study. Therefore, preventions are necessary. This is to minimize the effects of the physical punishment against the children with deficiency and avoid its repetition, once the rates in this study are high. / Esta pesquisa descreve a punição física grave e não grave contra a criança de 0 a 12 anos de idade com diagnóstico clínico de deficiência mental no ambiente doméstico nos últimos 12 meses. Além disso, serão investigados se os pais destas crianças sofreram algum tipo de punição física grave e não grave em sua infância e adolescência e se isto tem alguma associação com a punição física que pratica atualmente contra seu filho. Com base em um estudo de corte transversal, foi analisada uma amostra de 132 famílias sendo a informação prestada pelos pais das crianças. As crianças da amostra são freqüentadoras de uma clínica de reabilitação de uma instituição privada do Grande ABC, Estado de São Paulo. A definição de punição física grave e não grave contra a criança foi realizada a partir do estudo piloto brasileiro do World Studies of Abuse in Family Enviroments. A definição de punição física grave e não grave contra os informantes foi realizada a partir do questionário de sondagem de autoria da Drª Viviane Nogueira Guerra, pesquisadora do Laboratório da Criança (LACRI) do Instituto de Psicologia da USP/SP. Os questionários estruturados foram aplicados por entrevistadores treinados. A punição física entre criança com deficiência mental desta amostra foi freqüente: 12,1% haviam sofrido punição física grave e 60,6% punição física não grave. Mostrou-se que os meninos tendem a apanhar mais que as meninas (OR = 2,1, p = 0,08). Além disso, filhos de informantes vítimas de punição na infância ou adolescência têm maiores chances de serem punidos fisicamente que filhos de informantes que não haviam sido vítimas de punição (OR=1,2; p=0,01). A freqüência da punição física entre crianças com deficiência mental parece ser tão alta quanto entre crianças sem deficiência e a transgeracionalidade fica clara neste estudo. Assim, fica evidente a necessidade de prevenções para remediar os efeitos da punição física contra a criança com deficiência e evitar a sua repetição, pois as taxas encontradas por esse estudo são altas.

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