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Momento cirúrgico na insuficiência mitral reumática: peculiaridades clínicas, funcionais e contribuição do peptídeo natriuréticoCristina Ventura Ribeiro, Maria 31 January 2008 (has links)
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Previous issue date: 2008 / A insuficiência mitral crônica que ocorre como seqüela da fase aguda da
febre reumática acomete com freqüência crianças e adolescentes em todo o mundo, em
especial nos países em desenvolvimento. Pela sobrecarga crônica de volume que
provoca ao ventrículo esquerdo, a insuficiência mitral pode levar à disfunção
miocárdica irreversível, e o momento ideal para a indicação da correção cirúrgica é uma
definição necessária e almejada. Novos métodos diagnósticos têm sido estudados com
esse objetivo. Destaca-se, entre eles, a dosagem plasmática do peptídeo natriurético,
hormônio cardíaco que tem sido utilizado como um biomarcador da contratilidade
miocárdica. Objetivos: Estudar o comportamento da insuficiência mitral reumática em
crianças e adolescentes no que se refere às suas características clínicas,
eletrocardiográficas, ecodopplercardiográficas e à dosagem plasmática da fração Nterminal
do pró-peptídeo natriurético cerebral; e discutir as controvérsias em relação ao
momento cirúrgico, salientando-se os novos métodos diagnósticos que têm surgido
nesse sentido. Métodos: Para a realização da revisão do tema foram utilizados artigos
publicados em periódicos científicos e livros técnicos coletados através do Pubmed
(http://www.ncbi.nlm.nih.gov), Google acadêmico (http://scholar.google.com.br) e
SCIELO (http://www.scielo.br). Posteriormente, foram estudados 53 pacientes menores
de 20 anos, com insuficiência mitral reumática de grau moderado ou grave, não
operados, fora da fase aguda da doença, atendidos em um hospital de referência em
cardiologia pediátrica no Nordeste do Brasil. Os dados clínicos e laboratoriais foram
relacionados entre si e ao hormônio peptídeo natriurético dosado por imunoensaio de
electroquimioluminescência. Resultados: A idade média dos pacientes foi de 10,6 anos,
como costuma ocorrer na apresentação da febre reumática em países em
desenvolvimento. Os pacientes que faziam uso regular da penicilina benzatina
apresentaram menor número de surtos agudos da febre reumática (p=0,021). A maioria
dos pacientes apresentava insuficiência mitral grave (58,5%). As variáveis
ecodopplercardiográficas (dimensão do átrio esquerdo, diâmetros sistólico e diastólico
do ventrículo esquerdo e valor da pressão arterial pulmonar) apresentaram correlação
significante com o fragmento N-terminal do pró-peptídeo natriurético cerebral,
demonstrando que esse hormônio reflete as conseqüências hemodinâmicas indesejáveis
da insuficiência mitral. Conclusão: A decisão de indicação de cirurgia na insuficiência
mitral grave assintomática, principalmente no subgrupo de crianças e adolescentes com
insuficiência mitral reumática, exige um acompanhamento de perto da contratilidade
miocárdica, através de todos os meios diagnósticos disponíveis. A fração N-terminal do
pró-peptídeo natriurético cerebral apresentou correlação significante com as medidas
ecodopplercardiográficas do átrio esquerdo, ventrículo esquerdo e pressão arterial
pulmonar. No subgrupo de crianças e adolescentes assintomáticos com insuficiência
mitral de etiologia reumática, o uso da fração N-terminal do pró-peptídeo natriurético
cerebral como meio diagnóstico complementar poderia ser útil no acompanhamento da
função miocárdica e auxílio na indicação do momento cirúrgico
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