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Reconstitution de l'évolution du niveau marin relatif holocène dans le Finistère (Bretagne, France) : dynamiques régionales, réponses locales / Holocene Relative Sea-Level reconstruction in the Finistère region (Brittany, France) : regional dynamics, local responses

Goslin, Jérôme 14 February 2014 (has links)
Depuis la fin de la dernière période glaciaire, chaque région du globe a connu une évolution du niveau marin relatif - ou niveau marin « ressenti » - qui lui est propre, principalement conditionnée par la conjonction de la remontée globale « eustatique » du niveau marin et des dynamiques isostatiques, responsables des mouvements verticaux de la surface terrestre. Ces derniers, encore en cours aujourd’hui, jouent un rôle majeur dans l’augmentation actuelle du niveau marin. Malgré d’importants travaux menés au Royaume-Uni au cours des dernières décennies, la connaissance de l’évolution du niveau marin relatif holocène et des dynamiques isostatiques sur la façade Atlantique ouest-européenne demeure largement imparfaite, notamment en ce qui concerne les côtes françaises. De par sa position géographique, le Finistère se pose comme un jalon idéal afin de renforcer les connaissances dans ce domaine. A ce titre, cette thèse a eu pour principaux objectifs d’obtenir une courbe fiable de remontée du niveau marin relatif holocène pour le Finistère et d’évaluer l’apport de nouvelles connaissances à ce sujet pour la compréhension des dynamiques isostatiques régionales. Dans un premier temps, un important travail de terrain a été réalisé sur différents sites répartis tout autour de la péninsule Finistérienne. Une nouvelle méthode multi-proxies, développée à partir de l’utilisation novatrice d’indicateurs géochimiques et microstratigraphiques, a permis de reconstituer l’évolution du niveau marin au cours des 8000 dernières années à partir des séquences sédimentaires prélevées. Nos résultats démontrent que le Finistère a connu une remontée continue du niveau marin relatif à des rythmes décroissants durant l’Holocène. Cette évolution a provoqué de profonds bouleversements dans l’organisation et le fonctionnement des systèmes sédimentaires côtiers dont les implications sont discutées. En particulier, de nouvelles hypothèses sont proposées quant à l’origine de la baisse pluri-métrique du niveau marin jusqu’alors invoquée autour de 3000 B.P. Dans un second temps, nos résultats ont été confrontés aux reconstitutions du niveau marin obtenues dans le sud-ouest de l’Angleterre ou dans le sud du golfe de Gascogne, ainsi qu’aux résultats produits par des modèles géophysiques de réajustement isostatique. Ces comparaisons ouvrent de nouvelles perspectives quant à la compréhension de l’amplitude et de la chronologie des dynamiques isostatiques holocène à l’échelle du nord-ouest de l’Europe. / Since the Last Glacial Maximum, the different regions of the world underwent specific relative sea-level evolutions, principally under the joint influences of the worldwide “eustatic” sea-level rise and regional isostatic dynamics. The latter, still going on today, appear to play a major role in the contemporaneous sea-level rise. Despite of the several studies made on the subject in the UK within the last decades, only little knowledge appears available on the relative sea-level evolution and on the isostatic dynamics at the scale of the Western Europe Atlantic façade, and particularly on the French Atlantic coasts. Due to its geographical position, the Finistère region stands out as a potentially ideal region for providing new material on the subject.This PhD work aimed to produce a new and reliable Holocene relative sea-level curve for the Finistère region. At first, sedimentary sequences were retrieved from several sites located all around the Finistère peninsula. In order to reconstruct RSL from these sequences, an innovative multi-proxy method was developed, conjointly using geochemical and microstratigraphic indicators. Our results bear out that, in the Finistère region, the Holocene RSL followed a continuous rise at progressively decreasing rates during the last 8000 yrs B.P. This evolution led to massive disruptions in the organization and functioning of the coastal sedimentary systems which are discussed. In particular, new hypotheses are proposed to explain the pluri-metric drop in RSL that was formerly invoked ca. 3000 B.P. The results we obtained were then compared to the RSL data available in the south-western UK or the south of the Bay of Biscay, along with glacio-isostatic adjustment geophysical models. These comparisons provide new enlightments on both the amplitude and the chronology of isostatic dynamics at the scale of the north-western Europe during the Holocene.
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Evolução dos sistemas eólicos costeiros quaternários entre Campo Bom e a foz do Rio Araranguá, SC / not available

Fernanda Costa Gonçalves Rodrigues 23 June 2017 (has links)
O sistema eólico quaternário do litoral sul de Santa Catarina foi dividido em inativo e ativo. O sistema inativo é composto por depósitos eólicos indiferenciados (DEI), lençol de areia e campo de dunas. O sistema ativo possui três associações de feições morfológicas: praia-duna, planície deflacionária e campo de dunas livres. Os DEI ocorrem preferencialmente associados a interflúvios alongados segundo a direção SW-NE. Formam o substrato dos demais depósitos eólicos e apresentam idades mínimas de luminescência opticamente estimulada (LOE) entre 625 ka e 134 ka. O lençol de areia corresponde a terraço, com ondulações de cerca de 10 m de comprimento de onda e até 3 m de altura. Iniciou-se em 22 ka, durante o Último Máximo Glacial (UMG), quando o rebaixamento do nível de base de erosão provavelmente favoreceu a disponibilidade de areia incoesa, em paralelo com a escavação dos vales incisos que mais tarde dariam origem ao sistema estuarino-lagunar Uruçanga - Araranguá. O término dos lençóis de areia deu-se por volta de 5 ka atrás, ao final da transgressão marinha holocênica, época em que o estabelecimento do contexto costeiro na região, com linha de costa aproximadamente estável, já permitia também o início da formação dos campos de dunas. O campo de dunas inativo apresenta lobos deposicionais, cadeias barcanoides e cordões de precipitação, datados entre 6,1 ka e 2,3 ka. Ele foi responsável pelo represamento dos principais lagos da área de estudo e progradou em pulsos, em resposta à regressão holocênica. Desse modo, sua taxa de progradação diminuiu após 4 ka, que é quando termina o período de aumento de precipitação e de regressão costeira registrado no Holoceno médio na região. No sistema eólico ativo, a associação praia-duna caracteriza-se por praia dissipativa e dunas frontais incipientes com morfologia dominante de cordão, enquanto a associação planície deflacionária é composta por retrocordões associados ao avanço do campo de dunas livres, rastros lineares, blowouts e dunas parabólicas. A associação campo de dunas livres apresenta-se como corpos arenosos formados por cordão de precipitação, cadeias barcanoides e lobos deposicionais e separados da área fonte (associação praia-duna) pela planície deflacionária. O sistema ativo apresenta modificação de estágio morfodinâmico entre 1938 e hoje. De 1938 a 1957, caracterizava-se por saturação em areia de quase 90% e pela conexão direta entre as associações campo de dunas livres e praia-duna; atualmente, praia e campo de dunas separam-se entre si por planície deflacionária e a saturação em areia é de apenas 30%. Nesta escala de tempo, dos últimos 60 anos, o processo em andamento de estabilização do sistema eólico é condicionado por aumento da pluviosidade e diminuição da deriva eólica. / South Santa Catarina coastal eolian system was subdivided into inactive and active. The inactive system is composed by undifferentiated eolian deposits (UED), sandsheets and dunefields. The active system has three associations of morphological elements: beach-dune, deflation plain and dunefield. The UED occur preferentially associated with elongated interfluves in the SW-NE direction. They constitute the substratum for other eolian deposits and present minimum optically stimulated luminescence (OSL) ages between 625 ky and 134 ky. The sandsheets correspond to terraces, with gentle undulations about 10 m long and up to 3 m high. Their deposition started at 22 ka, during the Last Glacial Maximum (LGM), when the lowering of the erosion base level probably favored non-cohesive sand availability as well the excavation of incised valleys which later would be drowned forming the Uruçanga-Araranguá estuarine-lagoon system. The last sandsheets were deposited around 5 ky, during the end of the Holocene marine transgression, when the establishment of a coastal context in the region, with approximately stable coastline, allowed the initiation of dunefields. The inactive dunefield presents depositional lobes, barchanoid chains and precipitation ridges, dated between 6.1 ky and 2.3 ky. It was responsible for the damming of the main lakes in the study area and its progradation occurred in pulses, as a response to the Holocene regression. Its progradation rate decreased after 4 ky, when a millenial phase of increase in precipitation and in coastal regression ended in the region. As for the active eolian system, the beach-dune association is characterized by dissipative beaches and foredune ridges, whereas the deflation plain is composed by gegenwalles associated with the advance of the dunefield, residual trailing ridges, blowouts and parabolic dunes. The dunefield appears as sand bodies formed by precipitation ridges, barchanoid chains and depositional lobes, detached from its source area (beach-dune association) by the deflation plain. The active system changed its morphodynamic state from 1938 to today. Between 1938 and 1957, it was characterized by sand saturation of almost 90% and direct connection between beach-dune and dunefield associations; currently beach and dunefield are separated by the deflation plain and the sand saturation is only 30%. In this time scale, of the last 60 years, the ongoing process of stabilization of the eolian system is conditioned by increase in pluviosity and decrease in eolian drift.
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Os sambaquis submersos de Cananéia: um estudo de caso de arqueologia subaquática / The underwater shell middens of Cananéia: a case study of underwater archaeology

Calippo, Flávio Rizzi 16 August 2004 (has links)
Em meio aos manguezais de Cananéia (extremo sul do litoral de SP), foram identificados, no âmbito do Programa Arqueológico do Baixo Vale do Ribeira, oito sambaquis que apresentam vestígios arqueológicos submersos. Com o objetivo de compreender a ocorrência desses sambaquis e de contextualizá-los espaço-temporalmente em meio às flutuações holocênicas do nível do mar, esta dissertação fundamentou-se em uma adaptação da técnica do Vibracoring, em métodos e técnicas da Arqueologia Subaquática, na abordagem geoarqueológica proposta por Waters (1992) e no estudo dos Processos de Formação adotados por Stein (1992). Dessa maneira, o presente trabalho pode identificar que o potencial de preservação e a distribuição dos sambaquis nessa região apresentam uma forte correlação com as oscilações do Nível Relativo do Mar, que ocorreram após o último máximo regressivo holocênico. Essas evidências indicaram também, que além de existirem chances reais de sambaquis totalmente submersos terem se preservado, nem sempre sítios relativos a um antigo nível marinho acabaram sendo destruídos ou ficando submersos. Em alguns casos, sambaquis que deveriam ter sido destruídos ou estarem submersos, encontram-se em terra, recobertos por sedimentos costeiros mais recentes ou protegidas por alguma formação geológica. Além de sua contribuição para o desenvolvimento e amadurecimento de uma Arqueologia Subaquática científica e para o estudo das curvas de Variação do Nível Relativo do Mar, esta pesquisa identificou algumas evidências importantes para a compreensão do fenômeno dos sambaquis, como por exemplo, a ocorrência de seqüências estratigráficas que atribuem diferenças funcionais e uma intencionalidade à construção de alguns sítios, assim como, datações que remetem a ocupação sambaquieira de Cananéia a uma antiguidade de quase 8.000 anos. / Among the Cananéia mangrove swamp (extreme south of São Paulo’s coastline), it was identified within the Archeological Programme of the Lower Ribeira Valley, eight shell middens within which could be found archeological submerged traces. Aiming at the understanding of these shell middens occurrence and the contextualisation in space and time in relation to the holocenic variations of the sea level, this monograph was based on an adaptation of the Vibracoring technique, underwater archeological methods and techniques, on the geoarcheological interpretation of Waters (1992), and on the studies of Formation Process adopted by Stein (1992). Thus, the shell middens preserving potential and distribution in this area shows a strong correlation with the sea related level changes, that occurred after the last holocenic regressive maximum. These evidences also indicated that not only were there real chances that completely submerged shell midden were preserved but also that it is not always that sites related to an ancient sea level ended up into being destroyed or kept submerged. In some cases, some that should have been destroyed or kept submerged, are seen in land covered by recent coast sediments or protected by any geological feature. Besides contributing to the development and maturation of the scientific underwater archeology and for the studies of the curves of the sea related level changes the research also identified some important evidences to the understanding of the shell middens phenomenon such as the occurrence of stratigraphic sequences that attach functional differences and an intention in building some sites, such as the one dated back to almost 8.000 years ago when Cananéia was first inhabited by the people of the shell middens
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Sedimentologia, estratigrafia, palinologia, diatomáceas e geoquímica de depósitos quaternários na margem leste da Ilha de Marajó, Pará, Brasil / Sedimentology, stratigraphy, palinology, diatoms and geochemisty of Quaternary deposits in eastern Marajó Island, Pará, Brazil

Castro, Darcilea Ferreira 15 December 2010 (has links)
O registro de depósitos quaternários tem aumentado em áreas costeiras da região Amazônica. No entanto, estudos detalhados são ainda necessários visando interpretar seus ambientes de deposição, bem como reconstituir sua evolução ao longo do Quaternário. Em particular, faltam informações sobre a reconstituição das variações do nível relativo do mar ao longo da margem equatorial brasileira de modo a possibilitar a inclusão dessa área em discussões de interesse regional e global enfocando clima, tectônica e eustasia. O presente trabalho representa um esforço de integração de vários tipos de dados, i.e., sedimentologia, estratigrafia, palinologia, diatomácea, datação 14C, \'delta\'\'ANTPOT.13 C\', \'delta\'\'ANTPOT.15 N\' e C/N, objetivando reconstituir a evolução de paisagens no leste da Ilha do Marajó durante o final do Quaternário. Aspectos ligados a paleoambientes de sedimentação, padrões de vegetação, flutuações climáticas e variação do nível do mar serão abordados. Um total de 98 amostras de sedimentos argilosos e arenosos foi obtido de 85 m de testemunhos coletados com a sonda à percusão Robotic Key System (RKS). Estes testemunhos derivam de cinco poços (TSM4, TSM8, TSM10, TSM11 e TSM12) variando entre 10 e 24 m de profundidade, que foram distribuídos em um transecto proximal-distal correspondente a uma paleomorfologia em funil relacionada a um paleoestuário. As idades registradas variam entre 42.580 (±1430) anos A.P. e 3.184 (±37) anos A.P. Análises de fácies indicaram depósitos de areias grossas a finas, com estratificações plano-paralelas ou cruzadas, e argilas, maciças ou laminadas, intercaladas por camadas heterolíticas. Estas sucessões apresentam padrão granocrescente e/ou granodecrescente ascendente. Valores de \'delta\'\'ANTPOT.13 C\', \'delta\'\'ANTPOT.15 N\' e C/N sugerem matéria orgânica oriunda de fontes diversas, com contribuição de plantas terrestres (principalmente plantas \'C IND.3\'), bem como fitoplâncton marinho e de água doce, como tipicamente esperado em estuários. A combinação de dados isotópicos, C/N e associações de fácies, permitiu identificar ambientes deposicionais correspondentes a canal fluvial, planície de inundação, canal e planície de maré, bacia central, delta de maré, complexo barreira/inlet e lago. A análise palinológica apresentou mistura de táxons típicos de floresta, de vegetação aberta e de mangue. Em geral, não se detectou mudanças drásticas nos padrões de vegetação no leste da Ilha de Marajó nos últimos 40.000 anos. A assembléia polínica foi melhor representada nos testemunhos dos poços TSM8 e TSM4. Neste último, as oito amostras basais (i.e., MR248 a MR258) registraram tipos arbóreos, como Alchornea, Euphorbiaceae, Euterpe, Malpighiaceae e Moraceae/Urticaceae. Na vegetação de mangue, Rhizophora constituiu o gênero mais comum, enquanto Poacea e Cyperaceae foram os mais freqüentes entre os táxons de ervas. A proporção entre pólen de floresta e de ervas mostrou-se constante em todas as zonas inseridas no Pleistoceno Tardio. Porém, aumento significativo de tipos herbáceos, com espécies pioneiras representadas por Alchornea e Moraceae/Urticaceae, foi registrado a partir de 6.790 (±60) anos A.P. Portanto, esta é a idade considerada para o estabelecimento de vegetação aberta do leste da Ilha de Marajó. Análises de diatomáceas dos testemunhos TSM8, TSM10 e TSM11, onde não houve registro polínico, foram consistentes com o valores isotópicos e de C/N, indicando intervalos com maior contribuição de matéria orgânica derivada de fitoplâncton marinho. Diatomáceas identificadas nestes testemunhos são, em grande parte, espécies e gêneros marinhos, como Actinoptychus splendens, Paralia sulcata, Coscinodiscus radiatus, Coscinodiscus sp e Thalassiosira sp. Táxons continentais como Actinella sp1, Aulacoseira, Eunotia zygodon, Desmogonium e Pinnularia foram registrados em uma única amostra no topo do testemunho TSM8. Informações faciológicas, juntamente com dados isotópicos, elementares, \'ANTPOT.14 C\', palinológicos e de diatomáceas, são consistentes com a existência de paleoestuário com domínio de onda no Pleistoceno Tardio e Holoceno no nordeste da Ilha do Marajó, previamente ao estabelecimento do lago Arari. As fases iniciais propostas para a interrupção do influxo fluvial para o paleoestuário Arari coincidem com a formação de vegetação aberta na ilha e a conseqüente diminuição das áreas de mangue no Holoceno médio. O efeito da tectônica regional parece ter sido de grande contribuição nas mudanças da paisagem do Marajó durante o Pleistoceno e Holoceno. Divergência do nível relativo do mar proposto para a Ilha do Marajó em relação ao padrão global, combinado com o aumento de registro de atividade tectônica no Pleistoceno Tardio e Holoceno, levaram à hipótese de que eventos transgressivos poderiam ter sido devidos à subsidência tectônica, e não à eustasia. A transgressão registrada antes de 29.000 anos A.P. ocorreu simultaneamente à forte tendência de queda eustástica após o Último Máximo Interglacial. Além disto, a transgressão holocênica no Marajó é registrada entre 9.000 e 5.000 anos A.P., portanto tendo início antes do pico transgressivo global do Holoceno médio. Durante este período de ascensão eustática, o nível relativo do mar na Ilha de Marajó começou a estabilizar, processo este que culminou com a significativa progradação da costa no final deste período. Da mesma forma, é improvável que a abertura da vegetação, com aumento significativo em espécies herbáceas, registrada a partir do Holoceno médio tenha efeito climático, uma vez que ela ocorreu simultaneamente à mudança de clima relativamente mais árido para relativamente mais úmido. A hipótese mais provável é que vegetação aberta tenha se estabelecido no leste da Ilha de Marajó em função de mudança hidrológicas, talvez promovida pela subsidência tectônica e subseqüente estabilização, culminada com a recente progradação da linha de costa. / The record of Quaternary deposits has increased in coastal areas of the Amazon region. However, detailed studies are still needed aiming to interpret their depositional environments, as well as reconstruct their evolution throughout the Quaternary. In particular, there is a lack of information about the reconstruction of relative sea level along the Brazilian equatorial margin to enable the inclusion of this area in discussions of regional and global interest focusing climate, tectonics and eustasy. The present work represents an effort to integrate vários types of data, i.e., sedimentology, stratigraphy, palinology, diatoms, \'ANTPOT.14 C\' dating, \'ANTPOT.13 C\', \'delta\' \'ANTPOT.15 N\' and C/N, aiming to reconstruct landscape evolution in eastern Marajó Island during the late Quaternary. Aspects related to sedimentary paleoenvironments, vegetation patterns, climate fluctuations and relative sea level changes will be approached. A total of 98 samples of muddy and sandy sediments was obtained from 85 m of cores collected with a percusion Robotic Key System (RKS). These cores derive from five drills (TSM12, TSM11, TSM10, TSM8 and TSM4) that reached depths ranging from 10 to 24 m, which were distributed in a proximal-distal transect corresponding to a funnel paleomorphology related to a paleoestuary. Reported ages range from 42, 580 ± (1430) \'ANTPOT.14 C\' yr B.P and 3,184 ± (37) \'ANTPOT.14 C\' yr B.P. Facies analysis showed parallel laminated or cross stratified, fine- to coarse-grained sands, massive or laminated muds and heterolithic deposits. These deposits are often arranged into coarsening and fining upward cycles. Values of \'delta\'\'ANTPOT.13 C\', \'delta\'\'ANTPOT.15 N\' and C/N suggest organic matter from several sources, with contributions from terrestrial plants (mainly \'C IND.3\' plants), as well as freshwater and marine phytoplankton, as typically expected in estuaries. Combination of isotope data, C/N and facies associations led to identify depositional settings corresponding to fluvial channel, floodplain, tidal channel/tidal flat, central basin, tidal delta, inlet/barrier complex and lagoon. Pollen analysis showed a mixture of taxa typical of forest, open vegetation and mangrove. In general, drastic changes in vegetation patterns were not detected in eastern Marajó Island in the last 40,000 years. Pollen assemblages were better represented in cores TSM8 and TSM4. In the latter, the eight basal samples (i.e., MR248 to MR258) recorded arboreal types sucha as Alchornea, Euphorbiaceae, Euterpe, Malpighiaceae e Moraceae/Urticaceae. Among mangrove vegetation, Rhizophora constitutes the most common genera, while Poacea and Cyperacea were the most frequent among the herb taxa. The proportion between forest and herb pollen was constant in all zones inserted in the Late Pleistocene. However, significant increase of herbaceous pollen types, with pioneer species represented by Alchornea and Moraceae/Urticaceae, were recorded from 6,790 (±60) \'ANTPOT.14 C\' yr B.P. Thus, this is the age considered for the establishment of the open vegetation of eastern Marajó Island. Diatom analyses of the cores TSM8, TSM10 e TSM11, which did not record pollen, were consistent with the isotope and C/N values, indicating intervals with higher contribution of organic matter derived from marine phytoplankton. Diatoms identified from these cores are, in great part, marine species and genera, such as Actinoptychus splendens, Paralia sulcata, Coscinodiscus radiatus, Coscinodiscus sp and Thalassiosira sp. Continental taxa such as Actinella sp1, Aulacoseira, Eunotia zygodon, Desmogonium and Pinnularia were recorded only in one sample from the top of the core TSM8. Facies infomration, together with isotope, elementar, \'ANTPOT.14 C\', palinological, and diatom data, are consistent with the existence of a wave-dominated paleoestuary during the Late Pleistocene and Holocene in northeastern Marajó Island, previously to the establishment of Lake Arari. The initial stages proposed for the interruption of fluvial inflow to the paleoestuary Arari coincide with the formation of open vegetation in the island and the consequent reduction of mangrove areas at the mid Holocene. The effect of regional tectonics seems to have been of a great contribution to change the Marajó landscape during Pleistocene and Holocene. Divergency of relative sea level proposed for the Marajó Island with respect to the global pattern, combined with the increased record of tectonic activity in the Late Pleistocene and Holocene, led to the hypothesis of successive transgressions linked to tectonic subsidence as opposed to eustary. The transgression recorded before nearly 29,000 yr B.P. took place simultaneously to the pronounced tendency of sea level drop after the Last Interglacial Maximum. Additionally, the Holocene transgression in Marajó is recorded between 9,000 and 5,000 yr. B.P., thus it initiated before the global transgressive peak of the mid Holocene. During this period of eustatic rise, the relative sea level in Marajó Island started to stabilize, a process that culminated with a significant coast progradation at the end of this period. It is also unlikely that the change to open vegetation recorded from the mid Holocene had a climatic response, as this change took place simultaneously to climate fluctuation from relatively more arid to relatively more humid. The most likely hypothesis is that the open vegetation became established in eastern Marajó Island in response to hydrological changes, perhaps promoted by tectonic subsidence and subsequent estabilization, culminated with the recent coastline progradation.
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Sedimentologia, isótopos estáveis e palinologia de depósitos quaternários no leste da Ilha do Marajó, Estado do Pará / Sedimentology, stable isotopes and palinology of quaternary deposits from eastern of Marajó Island, Pará State

Miranda, Maria Carolina da Cruz 05 April 2010 (has links)
Análise de depósitos sedimentares quaternários da Região Amazônica é de grande interesse para a reconstituição da dinâmica de evolução de sua bacia de drenagem, bem como para subsidiar discussões relacionadas com paleoclima, nível do mar e tectônica. Existem, ainda, poucos estudos dedicados a este tipo de abordagem, o que se deve, principalmente, à ausência de exposições naturais devido à baixa topografia da área. Este trabalho integra análise de fácies, datação radiogênica, e análise de 13C, 15N e C/N de um testemunho de 124 m de espessura, obtido próximo ao Lago Arari, nordeste da Ilha do Marajó, Estado do Pará. Os sedimentos estudados foram depositados nos últimos 50 ka, e registram os seguintes ambientes deposicionais: canal fluvial, representado por areia maciça fina a grossa, localmente conglomerática, moderadamente selecionada e, subordinadamente, argilas laminadas plano-paralelas, arranjados em vários ciclos granodecrescente ascendentes com espessuras de até 8 m; bacia estuarina externa a marinho raso, consiste principalmente em argila com laminação paralela a streaky, intercalada com camadas heterolíticas lenticular e wavy/flaser, formando sucessões granocrescente ascendentes; bacia estuarina proximal, litofaciologicamente similar aos depósitos de bacia estuarina externa, tendo espessura menor (até 10 m), com estratos arranjados em ciclos granocrescente e granodecrescente ascendentes; planície de maré, formada por camadas heterolíticas dos tipos lenticular e wavy/flaser, o localmente interacamadadas com pacotes de areia maciça de até 1 m de espessura, formando ciclos granodecrescentes ascendentes de até 4 m de espessura; canal estuarino, formado por sucessão com cerca de 15 m de espessura, constituída de areias finas a grossas e, secundariamente, depósitos heterolíticos, arranjados em ciclos com adelgaçamento e granodecrescência ascendentes; e laguna, representada dominantemente por argila com laminação paralela a streaky, intercalada a pacotes heterolíticos de até 3 m de espessura, formando ciclos granodecrescente e granocrescente ascendentes. A interpretação faciológica foi complementada por análises de 13C, 15N e C/N, obtidas a partir da matéria orgânica dos sedimentos. Os valores confirmam ambiente com contribuição de diferentes fontes de matéria orgânica, como esperado em ambientes costeiros estuarinos e deltaicos sujeitos a fontes de matéria orgânica alóctones (fitoplâncton marinho, mais comumente trazidos por correntes de maré) e autóctones (fitoplâncton de água doce e matéria orgânica terrígena). Análises palinológicas foram realizadas em 108 amostras síltico-argilosas, que foram selecionadas com base em variações faciológicas. Os dados obtidos revelaram baixas concentrações de palinomorfos e frequência descontínua ao longo do testemunho estudado. Dois intervalos estratigráficos foram mais ricos em material palinológico. O primeiro compreende os 18 m superficiais do testemunho, sendo correspondente a depósitos lagunares, os quais registraram idade de até 10.000 AP. Neste intervalo, a taxa de concentração de polens calculada variou de 3.539,6 a 13.124,2 grãos/cm3. O tipo polínico dominante é a Rhizophora (20,8%-45,0%), elemento índice de manguezais. Outros arbóreos identificados incluem Alchornea (1-7,8%), Anacardiaceae (0- 6%), Euphorbiaciae (0-4,9%), Fabaceae (1-8,2%), Mauritia (0-4%), Melastomataceae (0,8-9,8%), Moraceae/Urticaceae (0-5%), Rubiaceae (0-6%). Vegetação herbácea inclui espécies de Amaranthaceae/Chenopodiaceae (0-4%), Cyperaceae (1-20%) e Poaceae (1,3-11%). O segundo intervalo localiza-se entre 77 e 93 m de profundidade e corresponde a sedimentos de ambiente de bacia estuarina proximal, de idade basal calculada em 50.795± 5.090 AP. A concentração varia de 9.095,5 a 22.688,5 grãos/ cm3. Polens herbáceos apresentam maiores concentrações (1.330,0-7.911,6 grãos/ cm3) do que no primeiro intervalo e, dentre este grupo, predominam os elementos de Poaceae (9- 26,5%). Entre os tipos arbóreos, as maiores frequências foram de Alchornea (0-6%), Celtis (0-7,1%), Euphorbiaceae (0-8%), Fabaceae I (tipo psilado) (1-14%), Ilex (0- 4,1%), Mauritia (1-10,7%), Malpigiaceae (0 7,1%), Melastomataceae/Combretaceae (1-10%) e Rubiaceae (0-7%). A análise da arquitetura estratal dos depósitos pleistocênicos tardios e holocênicos da região do Lago Arari revela que a sedimentação aconteceu dominantemente sob condições estuarinas, desenvolvolvidas ao longo de episódios de transgressão e regressão, como indicado pela natureza cíclica dos depósitos. Deposição fluvial ocorreu entre 40.950 (±590) e 50.795 14C AP, seguido de episódio de elevação do nível relativo do mar (NRM) iniciado entre 35.567 (±649) e 39.079 (±1.114) 14C AP. Ampla transgressão ocorreu até 29.340 (±340) 14C AP, indicado pelos depósitos de bacia estuarina externa a marinho raso, seguido de fase de declínio do NRM, que favoreceu rejuvenescimento e incisão do vale. Nova fase de elevação do NRM ocorreu por volta de 10.479 (±34) 14C AP, a qual culminou com o preenchimento do vale por depósitos estuarinos. O influxo fluvial foi interrompido em torno de 10.479 (±34) 14C AP, como resultado da evolução do estuário, provavelmente para uma laguna. O declínio do NRM aconteceu no final do Holoceno, que resultou em progradação costeira em direção a norte, processo este que teria culminado com a evolução da laguna para o sistema lacustre do Lago Arari atual. Apesar da influência de flutuações eustáticas, o contexto geológico permite sugerir que a tectônica regional desempenhou papel importante na criação de espaço acomodacional para a deposição dos sedimentos pleistocênicos-holocênicos da área do entorno do Lago Arari. / Analysis of Quaternary sediments in Amazonia is of great interest for reconstructing the dynamic evolution of its drainage basin, and to support discussions related to paleoclimate, sea level and tectonics. Few studies emphasize this type of approach, which is mainly due to lack of natural exposures due to the low topography of the area. This work integrates facies analysis, radiogenic dating, 13C, 15N and C/N analyses of an 124 m-thick obtained in the area located near Lake Arari, northeastern Marajó Island, State of Pará. The studied sediments were deposited in the last 50 ka, and record the following depositional environments: fluvial channel, represented by massive, moderately sorted, fine- to coarse-grained, locally conglomeratic, sand, and subordinate mud with parallel lamination, which are arranged in several fining upward cycles up to 8 m thick; outer estuarine basin to shallow marine, mainly consisting of mud with parallel to streaky lamination, interbedded with lenticular and wavy/flaser heterolithic layers, forming a coarsening upward succession; inner estuarine basin, lithologically similar to the outer estuarine basin to shallow marine deposits, with smaller thickness (up to 10 m), and with layers arranged in coarsening and fining upward cycles; tidal flat, formed by lenticular and wavy/flaser heterolithic layers, which are locally interbedded with massive sand packages up to 1 m thick, forming finning upward cycles up to 4 m thick; estuarine channel, formed by a succession about 15 m thick, consisting of fine to coarse-grained sand and, secondarily, heterolithic deposits, which are arranged in both
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Cronologia e sedimentologia dos depósitos eólicos quaternários da costa catarinense entre Ouvidor e Florianópolis

Mendes, Vinicius Ribau 04 May 2012 (has links)
Dentro da região litorânea central do Estado de Santa Catarina, compreendida entre as praias do Ouvidor e dos Ingleses, foram delimitadase estudadas cinco áreas que abrigam tanto campos de dunas ativos quanto estabilizados. Com base em dados meteorológicos obtidos de 1962 a 2010, como registros diários de precipitação e deintensidade e rumo de vento, inferiu-se que a tendência de estabilização recente, observada nos campos de dunas atuais por comparação de fotografias aéreas de diferentes datas, resulta da combinação de aumento da precipitação com redução da intensidade do vento. Este dois fatores inibem o transporte eólico de sedimentos para o campo de dunas, seja pelo efeito de aumento de coesão da areia exercido pela umidade seja pelo favorecimento da colonização vegetal nas zonas de deflação. Persistentes nas últimas três décadas, estes fatores têm reduzido gradualmente as áreas deareia expostas ao retrabalhamento eólico, o que diminui cada vez mais a deriva eólica efetiva, culminando na fixação dos campos de dunas. Os depósitos sedimentares de dunas e paleodunas eólicas foram agrupados, por critérios morfológicos, estratigráficos, granulométricos e mineralógicos, em quatro gerações (G1 a G4), correlatas às reconhecidas previamente na literatura. A geração mais antiga (G1) possui, todavia, distribuição de idades mais ampla do que se pensava, podendo portanto, por critérios geocronológicos, vir a ser subdividida. Os resultados sedimentológicos apontam para tendências de engrossamento, melhora de seleção granulométrica e assimetria mais positiva, da geração mais antiga para a mais nova, o que é atribuído a influência de sucessiva reciclagem de sedimentos entre as gerações, sem descartar o efeito, em paralelo, de mudanças de energia e/ou morfodinâmica costeira. As idades obtidas para as gerações antigas pelo método da luminescência opticamente estimulada (LOE) permitem observar certa coincidência com contextos de linha de costa estável e de clima em transição de menos úmido para mais úmido. A relação observada entre as idades LOE obtidas e as curvas de variação do nível relativo do mar (NRM) e de paleopluviosidade, associadas ao modelo de estabilização de dunas recentes por aumento de umidade e queda de energia eólica, permite sugerir que a iniciação dos campos de dunas costeiros da região, em suas diferentes gerações, seja favorecida por situações de NRM estável e/ou em inversão de tendência, e por clima menos úmido e mais ventoso. A estabilização dos campos de dunas, em contrapartida, seria favorecida pela subida de NRM, pelo aumento da chuva e pela diminuição da intensidade dos ventos. Do ponto de vista do controle climático, a condição de iniciação de campos de dunas mencionadacoincidiria com momentos de enfraquecimento do Sistema de Monções da América doSul (SMAS), correlatos a períodos mais quentes no hemisfério norte. E a condição favorávelà estabilização de campos de dunas ocorreria nos momentos de intensificação do SMAS, correlatos a períodos mais frios no hemisfério norte. / This master dissertation refers to five areas withactive and stabilized eolian dune fields in the central coast of the Santa Catarina State, southernBrazil. In this region, a recent tendency to stabilization of active dune fields is inferred from the comparison between aerial photographs of different years. Meteorological data obtained between 1962 and 2010, including daily records of rainfall, wind intensity and wind direction, indicate increasing precipitation and weakening wind to this period. The combination of these two factors inhibits the eolian sediment transport to the dune field, as effect of increasing sand cohesion by wetting and vegetal colonization in deflation zones. Being persistent in the last three decades, these factorshave reduced gradually the sand areas exposed to eolian reworking and decreased more and more the effective eolian drift, culminating in the stabilization of dune fields. The sedimentary deposits of eolian dunes and paleodunes were grouped, by morphological, stratigraphic, granulometric and mineralogical criteria in four generations (G1 to G4), analogous to that previously recognized in the literature. The older generation (G1) has a wider age distribution than previously thought and can be subdivided regarding the geochronological aspect. The grain-size analysis data indicate trends of sediment coarsening, better sorting and more positive skewness, from the older to the younger generation,what is attributed to the influence of successive reworking of sediments between generations, withoutdiscarding the effect of changes in the transport energy and/or beach morphodynamics. The ages of the three older generations obtained by optically stimulated luminescence (OSL) method show coincidence with contexts of stable coastline and with climate in transition from less to more wet. The observed relationship between the OSL ages andthe relative sea level (RSL) and paleoprecipitation curves, besides the model of recent dune stabilization by the wet increasing and wind energy decreasing, allow us to suggest that the initiation of the dune fields in their different generations, in this coastal region, can be favoredby moments of stable and / or in reversal trend RSL, as well by less humid and more windy weather. In other hand, the stabilization of the dune fields would be favored by higher RSL, increasing rain and decreasing wind intensity. From the perspective of climate control, the mentioned condition to initiation of dune fields agree with moments of weakening of the South America Summer Monsoon System (SASM), related to warmer periods in the northern hemisphere. Analogously, the favorablecondition for the stabilization of dune fields would coincide with moments of intensification of the SASM, related to colder periods in the northern hemisphere.
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Integrated modeling for stratigraphic development of the Mackenzie Trough and the Eastern Beaufort Shelf, N.W.T., Canada

Picard, Kim 08 August 2012 (has links)
Glaciated shelves develop under the influence of a more complex suite of processes than most non-glaciated shelves. Amongst the specific processes are the glacially-influenced sediment supply and the glacial-isostatic adjustment (GIA), which is largely responsible for the complex nature of regional relative sea-levels (RSLs). This study first characterizes the impact of GIA on the Mackenzie-Beaufort region by presenting a new set of RSL curves derived from a modern gravitationally self-consistent sea level model computing the effects of glacio-hydro isostasy, geoid changes, and true polar wander. The results of the RSL model present cross-shelf variations in the order of 100 m and along-shelf of 30 m during the LGM. The model also suggests a different timing and range to the single RSL curve presently used for this region. Depending on the location, the lowstand is modeled between 14 and 12 ka BP and reached between 85 and 140 m below present sea-level. These new findings are used in the second part of the study to evaluate the impacts of GIA along with other factors on the Late Quaternary evolution of the Canadian Beaufort Shelf. SedFlux, a process-based stratigraphic simulation model is used. Uncertainties associated with post-LGM conditions create difficulties in establishing good model parameterization. Thus, simulations are first performed on the Mackenzie Trough area, where data availability permits better evaluation and constraint of parameters that are then applied to the more data poor Eastern Beaufort Shelf environment. The results of the stratigraphic simulations suggest that the ice sheet margin in the Mackenzie-Beaufort region was more extensive than previously assumed. The impact of GIA on the stratigraphy of the Mackenzie Trough is to develop more progradational than retrogradational stratigraphic features. Simulations of the Eastern Beaufort Shelf suggest that a previously dated sample from the Uviluk borehole is not a RSL indicator as previously thought and by taking this into consideration, the borehole stratigraphy can be modeled. Modeling of multiple cycles of glacial/interglacial RSL with glacial outwash deposition supports the interpretation of the Late Quaternary geology suggested by Murton (2009). Finally, glacial outburst floods funnelling through the area would have mostly bypassed the shelf and contributed to its progradation. If flood water were directed to the Mackenzie Trough, the deposits are likely found within the lower wedge. / Graduate
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Cronologia e sedimentologia dos depósitos eólicos quaternários da costa catarinense entre Ouvidor e Florianópolis

Vinicius Ribau Mendes 04 May 2012 (has links)
Dentro da região litorânea central do Estado de Santa Catarina, compreendida entre as praias do Ouvidor e dos Ingleses, foram delimitadase estudadas cinco áreas que abrigam tanto campos de dunas ativos quanto estabilizados. Com base em dados meteorológicos obtidos de 1962 a 2010, como registros diários de precipitação e deintensidade e rumo de vento, inferiu-se que a tendência de estabilização recente, observada nos campos de dunas atuais por comparação de fotografias aéreas de diferentes datas, resulta da combinação de aumento da precipitação com redução da intensidade do vento. Este dois fatores inibem o transporte eólico de sedimentos para o campo de dunas, seja pelo efeito de aumento de coesão da areia exercido pela umidade seja pelo favorecimento da colonização vegetal nas zonas de deflação. Persistentes nas últimas três décadas, estes fatores têm reduzido gradualmente as áreas deareia expostas ao retrabalhamento eólico, o que diminui cada vez mais a deriva eólica efetiva, culminando na fixação dos campos de dunas. Os depósitos sedimentares de dunas e paleodunas eólicas foram agrupados, por critérios morfológicos, estratigráficos, granulométricos e mineralógicos, em quatro gerações (G1 a G4), correlatas às reconhecidas previamente na literatura. A geração mais antiga (G1) possui, todavia, distribuição de idades mais ampla do que se pensava, podendo portanto, por critérios geocronológicos, vir a ser subdividida. Os resultados sedimentológicos apontam para tendências de engrossamento, melhora de seleção granulométrica e assimetria mais positiva, da geração mais antiga para a mais nova, o que é atribuído a influência de sucessiva reciclagem de sedimentos entre as gerações, sem descartar o efeito, em paralelo, de mudanças de energia e/ou morfodinâmica costeira. As idades obtidas para as gerações antigas pelo método da luminescência opticamente estimulada (LOE) permitem observar certa coincidência com contextos de linha de costa estável e de clima em transição de menos úmido para mais úmido. A relação observada entre as idades LOE obtidas e as curvas de variação do nível relativo do mar (NRM) e de paleopluviosidade, associadas ao modelo de estabilização de dunas recentes por aumento de umidade e queda de energia eólica, permite sugerir que a iniciação dos campos de dunas costeiros da região, em suas diferentes gerações, seja favorecida por situações de NRM estável e/ou em inversão de tendência, e por clima menos úmido e mais ventoso. A estabilização dos campos de dunas, em contrapartida, seria favorecida pela subida de NRM, pelo aumento da chuva e pela diminuição da intensidade dos ventos. Do ponto de vista do controle climático, a condição de iniciação de campos de dunas mencionadacoincidiria com momentos de enfraquecimento do Sistema de Monções da América doSul (SMAS), correlatos a períodos mais quentes no hemisfério norte. E a condição favorávelà estabilização de campos de dunas ocorreria nos momentos de intensificação do SMAS, correlatos a períodos mais frios no hemisfério norte. / This master dissertation refers to five areas withactive and stabilized eolian dune fields in the central coast of the Santa Catarina State, southernBrazil. In this region, a recent tendency to stabilization of active dune fields is inferred from the comparison between aerial photographs of different years. Meteorological data obtained between 1962 and 2010, including daily records of rainfall, wind intensity and wind direction, indicate increasing precipitation and weakening wind to this period. The combination of these two factors inhibits the eolian sediment transport to the dune field, as effect of increasing sand cohesion by wetting and vegetal colonization in deflation zones. Being persistent in the last three decades, these factorshave reduced gradually the sand areas exposed to eolian reworking and decreased more and more the effective eolian drift, culminating in the stabilization of dune fields. The sedimentary deposits of eolian dunes and paleodunes were grouped, by morphological, stratigraphic, granulometric and mineralogical criteria in four generations (G1 to G4), analogous to that previously recognized in the literature. The older generation (G1) has a wider age distribution than previously thought and can be subdivided regarding the geochronological aspect. The grain-size analysis data indicate trends of sediment coarsening, better sorting and more positive skewness, from the older to the younger generation,what is attributed to the influence of successive reworking of sediments between generations, withoutdiscarding the effect of changes in the transport energy and/or beach morphodynamics. The ages of the three older generations obtained by optically stimulated luminescence (OSL) method show coincidence with contexts of stable coastline and with climate in transition from less to more wet. The observed relationship between the OSL ages andthe relative sea level (RSL) and paleoprecipitation curves, besides the model of recent dune stabilization by the wet increasing and wind energy decreasing, allow us to suggest that the initiation of the dune fields in their different generations, in this coastal region, can be favoredby moments of stable and / or in reversal trend RSL, as well by less humid and more windy weather. In other hand, the stabilization of the dune fields would be favored by higher RSL, increasing rain and decreasing wind intensity. From the perspective of climate control, the mentioned condition to initiation of dune fields agree with moments of weakening of the South America Summer Monsoon System (SASM), related to warmer periods in the northern hemisphere. Analogously, the favorablecondition for the stabilization of dune fields would coincide with moments of intensification of the SASM, related to colder periods in the northern hemisphere.
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Sedimentologia, estratigrafia, palinologia, diatomáceas e geoquímica de depósitos quaternários na margem leste da Ilha de Marajó, Pará, Brasil / Sedimentology, stratigraphy, palinology, diatoms and geochemisty of Quaternary deposits in eastern Marajó Island, Pará, Brazil

Darcilea Ferreira Castro 15 December 2010 (has links)
O registro de depósitos quaternários tem aumentado em áreas costeiras da região Amazônica. No entanto, estudos detalhados são ainda necessários visando interpretar seus ambientes de deposição, bem como reconstituir sua evolução ao longo do Quaternário. Em particular, faltam informações sobre a reconstituição das variações do nível relativo do mar ao longo da margem equatorial brasileira de modo a possibilitar a inclusão dessa área em discussões de interesse regional e global enfocando clima, tectônica e eustasia. O presente trabalho representa um esforço de integração de vários tipos de dados, i.e., sedimentologia, estratigrafia, palinologia, diatomácea, datação 14C, \'delta\'\'ANTPOT.13 C\', \'delta\'\'ANTPOT.15 N\' e C/N, objetivando reconstituir a evolução de paisagens no leste da Ilha do Marajó durante o final do Quaternário. Aspectos ligados a paleoambientes de sedimentação, padrões de vegetação, flutuações climáticas e variação do nível do mar serão abordados. Um total de 98 amostras de sedimentos argilosos e arenosos foi obtido de 85 m de testemunhos coletados com a sonda à percusão Robotic Key System (RKS). Estes testemunhos derivam de cinco poços (TSM4, TSM8, TSM10, TSM11 e TSM12) variando entre 10 e 24 m de profundidade, que foram distribuídos em um transecto proximal-distal correspondente a uma paleomorfologia em funil relacionada a um paleoestuário. As idades registradas variam entre 42.580 (±1430) anos A.P. e 3.184 (±37) anos A.P. Análises de fácies indicaram depósitos de areias grossas a finas, com estratificações plano-paralelas ou cruzadas, e argilas, maciças ou laminadas, intercaladas por camadas heterolíticas. Estas sucessões apresentam padrão granocrescente e/ou granodecrescente ascendente. Valores de \'delta\'\'ANTPOT.13 C\', \'delta\'\'ANTPOT.15 N\' e C/N sugerem matéria orgânica oriunda de fontes diversas, com contribuição de plantas terrestres (principalmente plantas \'C IND.3\'), bem como fitoplâncton marinho e de água doce, como tipicamente esperado em estuários. A combinação de dados isotópicos, C/N e associações de fácies, permitiu identificar ambientes deposicionais correspondentes a canal fluvial, planície de inundação, canal e planície de maré, bacia central, delta de maré, complexo barreira/inlet e lago. A análise palinológica apresentou mistura de táxons típicos de floresta, de vegetação aberta e de mangue. Em geral, não se detectou mudanças drásticas nos padrões de vegetação no leste da Ilha de Marajó nos últimos 40.000 anos. A assembléia polínica foi melhor representada nos testemunhos dos poços TSM8 e TSM4. Neste último, as oito amostras basais (i.e., MR248 a MR258) registraram tipos arbóreos, como Alchornea, Euphorbiaceae, Euterpe, Malpighiaceae e Moraceae/Urticaceae. Na vegetação de mangue, Rhizophora constituiu o gênero mais comum, enquanto Poacea e Cyperaceae foram os mais freqüentes entre os táxons de ervas. A proporção entre pólen de floresta e de ervas mostrou-se constante em todas as zonas inseridas no Pleistoceno Tardio. Porém, aumento significativo de tipos herbáceos, com espécies pioneiras representadas por Alchornea e Moraceae/Urticaceae, foi registrado a partir de 6.790 (±60) anos A.P. Portanto, esta é a idade considerada para o estabelecimento de vegetação aberta do leste da Ilha de Marajó. Análises de diatomáceas dos testemunhos TSM8, TSM10 e TSM11, onde não houve registro polínico, foram consistentes com o valores isotópicos e de C/N, indicando intervalos com maior contribuição de matéria orgânica derivada de fitoplâncton marinho. Diatomáceas identificadas nestes testemunhos são, em grande parte, espécies e gêneros marinhos, como Actinoptychus splendens, Paralia sulcata, Coscinodiscus radiatus, Coscinodiscus sp e Thalassiosira sp. Táxons continentais como Actinella sp1, Aulacoseira, Eunotia zygodon, Desmogonium e Pinnularia foram registrados em uma única amostra no topo do testemunho TSM8. Informações faciológicas, juntamente com dados isotópicos, elementares, \'ANTPOT.14 C\', palinológicos e de diatomáceas, são consistentes com a existência de paleoestuário com domínio de onda no Pleistoceno Tardio e Holoceno no nordeste da Ilha do Marajó, previamente ao estabelecimento do lago Arari. As fases iniciais propostas para a interrupção do influxo fluvial para o paleoestuário Arari coincidem com a formação de vegetação aberta na ilha e a conseqüente diminuição das áreas de mangue no Holoceno médio. O efeito da tectônica regional parece ter sido de grande contribuição nas mudanças da paisagem do Marajó durante o Pleistoceno e Holoceno. Divergência do nível relativo do mar proposto para a Ilha do Marajó em relação ao padrão global, combinado com o aumento de registro de atividade tectônica no Pleistoceno Tardio e Holoceno, levaram à hipótese de que eventos transgressivos poderiam ter sido devidos à subsidência tectônica, e não à eustasia. A transgressão registrada antes de 29.000 anos A.P. ocorreu simultaneamente à forte tendência de queda eustástica após o Último Máximo Interglacial. Além disto, a transgressão holocênica no Marajó é registrada entre 9.000 e 5.000 anos A.P., portanto tendo início antes do pico transgressivo global do Holoceno médio. Durante este período de ascensão eustática, o nível relativo do mar na Ilha de Marajó começou a estabilizar, processo este que culminou com a significativa progradação da costa no final deste período. Da mesma forma, é improvável que a abertura da vegetação, com aumento significativo em espécies herbáceas, registrada a partir do Holoceno médio tenha efeito climático, uma vez que ela ocorreu simultaneamente à mudança de clima relativamente mais árido para relativamente mais úmido. A hipótese mais provável é que vegetação aberta tenha se estabelecido no leste da Ilha de Marajó em função de mudança hidrológicas, talvez promovida pela subsidência tectônica e subseqüente estabilização, culminada com a recente progradação da linha de costa. / The record of Quaternary deposits has increased in coastal areas of the Amazon region. However, detailed studies are still needed aiming to interpret their depositional environments, as well as reconstruct their evolution throughout the Quaternary. In particular, there is a lack of information about the reconstruction of relative sea level along the Brazilian equatorial margin to enable the inclusion of this area in discussions of regional and global interest focusing climate, tectonics and eustasy. The present work represents an effort to integrate vários types of data, i.e., sedimentology, stratigraphy, palinology, diatoms, \'ANTPOT.14 C\' dating, \'ANTPOT.13 C\', \'delta\' \'ANTPOT.15 N\' and C/N, aiming to reconstruct landscape evolution in eastern Marajó Island during the late Quaternary. Aspects related to sedimentary paleoenvironments, vegetation patterns, climate fluctuations and relative sea level changes will be approached. A total of 98 samples of muddy and sandy sediments was obtained from 85 m of cores collected with a percusion Robotic Key System (RKS). These cores derive from five drills (TSM12, TSM11, TSM10, TSM8 and TSM4) that reached depths ranging from 10 to 24 m, which were distributed in a proximal-distal transect corresponding to a funnel paleomorphology related to a paleoestuary. Reported ages range from 42, 580 ± (1430) \'ANTPOT.14 C\' yr B.P and 3,184 ± (37) \'ANTPOT.14 C\' yr B.P. Facies analysis showed parallel laminated or cross stratified, fine- to coarse-grained sands, massive or laminated muds and heterolithic deposits. These deposits are often arranged into coarsening and fining upward cycles. Values of \'delta\'\'ANTPOT.13 C\', \'delta\'\'ANTPOT.15 N\' and C/N suggest organic matter from several sources, with contributions from terrestrial plants (mainly \'C IND.3\' plants), as well as freshwater and marine phytoplankton, as typically expected in estuaries. Combination of isotope data, C/N and facies associations led to identify depositional settings corresponding to fluvial channel, floodplain, tidal channel/tidal flat, central basin, tidal delta, inlet/barrier complex and lagoon. Pollen analysis showed a mixture of taxa typical of forest, open vegetation and mangrove. In general, drastic changes in vegetation patterns were not detected in eastern Marajó Island in the last 40,000 years. Pollen assemblages were better represented in cores TSM8 and TSM4. In the latter, the eight basal samples (i.e., MR248 to MR258) recorded arboreal types sucha as Alchornea, Euphorbiaceae, Euterpe, Malpighiaceae e Moraceae/Urticaceae. Among mangrove vegetation, Rhizophora constitutes the most common genera, while Poacea and Cyperacea were the most frequent among the herb taxa. The proportion between forest and herb pollen was constant in all zones inserted in the Late Pleistocene. However, significant increase of herbaceous pollen types, with pioneer species represented by Alchornea and Moraceae/Urticaceae, were recorded from 6,790 (±60) \'ANTPOT.14 C\' yr B.P. Thus, this is the age considered for the establishment of the open vegetation of eastern Marajó Island. Diatom analyses of the cores TSM8, TSM10 e TSM11, which did not record pollen, were consistent with the isotope and C/N values, indicating intervals with higher contribution of organic matter derived from marine phytoplankton. Diatoms identified from these cores are, in great part, marine species and genera, such as Actinoptychus splendens, Paralia sulcata, Coscinodiscus radiatus, Coscinodiscus sp and Thalassiosira sp. Continental taxa such as Actinella sp1, Aulacoseira, Eunotia zygodon, Desmogonium and Pinnularia were recorded only in one sample from the top of the core TSM8. Facies infomration, together with isotope, elementar, \'ANTPOT.14 C\', palinological, and diatom data, are consistent with the existence of a wave-dominated paleoestuary during the Late Pleistocene and Holocene in northeastern Marajó Island, previously to the establishment of Lake Arari. The initial stages proposed for the interruption of fluvial inflow to the paleoestuary Arari coincide with the formation of open vegetation in the island and the consequent reduction of mangrove areas at the mid Holocene. The effect of regional tectonics seems to have been of a great contribution to change the Marajó landscape during Pleistocene and Holocene. Divergency of relative sea level proposed for the Marajó Island with respect to the global pattern, combined with the increased record of tectonic activity in the Late Pleistocene and Holocene, led to the hypothesis of successive transgressions linked to tectonic subsidence as opposed to eustary. The transgression recorded before nearly 29,000 yr B.P. took place simultaneously to the pronounced tendency of sea level drop after the Last Interglacial Maximum. Additionally, the Holocene transgression in Marajó is recorded between 9,000 and 5,000 yr. B.P., thus it initiated before the global transgressive peak of the mid Holocene. During this period of eustatic rise, the relative sea level in Marajó Island started to stabilize, a process that culminated with a significant coast progradation at the end of this period. It is also unlikely that the change to open vegetation recorded from the mid Holocene had a climatic response, as this change took place simultaneously to climate fluctuation from relatively more arid to relatively more humid. The most likely hypothesis is that the open vegetation became established in eastern Marajó Island in response to hydrological changes, perhaps promoted by tectonic subsidence and subsequent estabilization, culminated with the recent coastline progradation.
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Sedimentologia, isótopos estáveis e palinologia de depósitos quaternários no leste da Ilha do Marajó, Estado do Pará / Sedimentology, stable isotopes and palinology of quaternary deposits from eastern of Marajó Island, Pará State

Maria Carolina da Cruz Miranda 05 April 2010 (has links)
Análise de depósitos sedimentares quaternários da Região Amazônica é de grande interesse para a reconstituição da dinâmica de evolução de sua bacia de drenagem, bem como para subsidiar discussões relacionadas com paleoclima, nível do mar e tectônica. Existem, ainda, poucos estudos dedicados a este tipo de abordagem, o que se deve, principalmente, à ausência de exposições naturais devido à baixa topografia da área. Este trabalho integra análise de fácies, datação radiogênica, e análise de 13C, 15N e C/N de um testemunho de 124 m de espessura, obtido próximo ao Lago Arari, nordeste da Ilha do Marajó, Estado do Pará. Os sedimentos estudados foram depositados nos últimos 50 ka, e registram os seguintes ambientes deposicionais: canal fluvial, representado por areia maciça fina a grossa, localmente conglomerática, moderadamente selecionada e, subordinadamente, argilas laminadas plano-paralelas, arranjados em vários ciclos granodecrescente ascendentes com espessuras de até 8 m; bacia estuarina externa a marinho raso, consiste principalmente em argila com laminação paralela a streaky, intercalada com camadas heterolíticas lenticular e wavy/flaser, formando sucessões granocrescente ascendentes; bacia estuarina proximal, litofaciologicamente similar aos depósitos de bacia estuarina externa, tendo espessura menor (até 10 m), com estratos arranjados em ciclos granocrescente e granodecrescente ascendentes; planície de maré, formada por camadas heterolíticas dos tipos lenticular e wavy/flaser, o localmente interacamadadas com pacotes de areia maciça de até 1 m de espessura, formando ciclos granodecrescentes ascendentes de até 4 m de espessura; canal estuarino, formado por sucessão com cerca de 15 m de espessura, constituída de areias finas a grossas e, secundariamente, depósitos heterolíticos, arranjados em ciclos com adelgaçamento e granodecrescência ascendentes; e laguna, representada dominantemente por argila com laminação paralela a streaky, intercalada a pacotes heterolíticos de até 3 m de espessura, formando ciclos granodecrescente e granocrescente ascendentes. A interpretação faciológica foi complementada por análises de 13C, 15N e C/N, obtidas a partir da matéria orgânica dos sedimentos. Os valores confirmam ambiente com contribuição de diferentes fontes de matéria orgânica, como esperado em ambientes costeiros estuarinos e deltaicos sujeitos a fontes de matéria orgânica alóctones (fitoplâncton marinho, mais comumente trazidos por correntes de maré) e autóctones (fitoplâncton de água doce e matéria orgânica terrígena). Análises palinológicas foram realizadas em 108 amostras síltico-argilosas, que foram selecionadas com base em variações faciológicas. Os dados obtidos revelaram baixas concentrações de palinomorfos e frequência descontínua ao longo do testemunho estudado. Dois intervalos estratigráficos foram mais ricos em material palinológico. O primeiro compreende os 18 m superficiais do testemunho, sendo correspondente a depósitos lagunares, os quais registraram idade de até 10.000 AP. Neste intervalo, a taxa de concentração de polens calculada variou de 3.539,6 a 13.124,2 grãos/cm3. O tipo polínico dominante é a Rhizophora (20,8%-45,0%), elemento índice de manguezais. Outros arbóreos identificados incluem Alchornea (1-7,8%), Anacardiaceae (0- 6%), Euphorbiaciae (0-4,9%), Fabaceae (1-8,2%), Mauritia (0-4%), Melastomataceae (0,8-9,8%), Moraceae/Urticaceae (0-5%), Rubiaceae (0-6%). Vegetação herbácea inclui espécies de Amaranthaceae/Chenopodiaceae (0-4%), Cyperaceae (1-20%) e Poaceae (1,3-11%). O segundo intervalo localiza-se entre 77 e 93 m de profundidade e corresponde a sedimentos de ambiente de bacia estuarina proximal, de idade basal calculada em 50.795± 5.090 AP. A concentração varia de 9.095,5 a 22.688,5 grãos/ cm3. Polens herbáceos apresentam maiores concentrações (1.330,0-7.911,6 grãos/ cm3) do que no primeiro intervalo e, dentre este grupo, predominam os elementos de Poaceae (9- 26,5%). Entre os tipos arbóreos, as maiores frequências foram de Alchornea (0-6%), Celtis (0-7,1%), Euphorbiaceae (0-8%), Fabaceae I (tipo psilado) (1-14%), Ilex (0- 4,1%), Mauritia (1-10,7%), Malpigiaceae (0 7,1%), Melastomataceae/Combretaceae (1-10%) e Rubiaceae (0-7%). A análise da arquitetura estratal dos depósitos pleistocênicos tardios e holocênicos da região do Lago Arari revela que a sedimentação aconteceu dominantemente sob condições estuarinas, desenvolvolvidas ao longo de episódios de transgressão e regressão, como indicado pela natureza cíclica dos depósitos. Deposição fluvial ocorreu entre 40.950 (±590) e 50.795 14C AP, seguido de episódio de elevação do nível relativo do mar (NRM) iniciado entre 35.567 (±649) e 39.079 (±1.114) 14C AP. Ampla transgressão ocorreu até 29.340 (±340) 14C AP, indicado pelos depósitos de bacia estuarina externa a marinho raso, seguido de fase de declínio do NRM, que favoreceu rejuvenescimento e incisão do vale. Nova fase de elevação do NRM ocorreu por volta de 10.479 (±34) 14C AP, a qual culminou com o preenchimento do vale por depósitos estuarinos. O influxo fluvial foi interrompido em torno de 10.479 (±34) 14C AP, como resultado da evolução do estuário, provavelmente para uma laguna. O declínio do NRM aconteceu no final do Holoceno, que resultou em progradação costeira em direção a norte, processo este que teria culminado com a evolução da laguna para o sistema lacustre do Lago Arari atual. Apesar da influência de flutuações eustáticas, o contexto geológico permite sugerir que a tectônica regional desempenhou papel importante na criação de espaço acomodacional para a deposição dos sedimentos pleistocênicos-holocênicos da área do entorno do Lago Arari. / Analysis of Quaternary sediments in Amazonia is of great interest for reconstructing the dynamic evolution of its drainage basin, and to support discussions related to paleoclimate, sea level and tectonics. Few studies emphasize this type of approach, which is mainly due to lack of natural exposures due to the low topography of the area. This work integrates facies analysis, radiogenic dating, 13C, 15N and C/N analyses of an 124 m-thick obtained in the area located near Lake Arari, northeastern Marajó Island, State of Pará. The studied sediments were deposited in the last 50 ka, and record the following depositional environments: fluvial channel, represented by massive, moderately sorted, fine- to coarse-grained, locally conglomeratic, sand, and subordinate mud with parallel lamination, which are arranged in several fining upward cycles up to 8 m thick; outer estuarine basin to shallow marine, mainly consisting of mud with parallel to streaky lamination, interbedded with lenticular and wavy/flaser heterolithic layers, forming a coarsening upward succession; inner estuarine basin, lithologically similar to the outer estuarine basin to shallow marine deposits, with smaller thickness (up to 10 m), and with layers arranged in coarsening and fining upward cycles; tidal flat, formed by lenticular and wavy/flaser heterolithic layers, which are locally interbedded with massive sand packages up to 1 m thick, forming finning upward cycles up to 4 m thick; estuarine channel, formed by a succession about 15 m thick, consisting of fine to coarse-grained sand and, secondarily, heterolithic deposits, which are arranged in both

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