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A configuração de conflitos socias e ambientais nas franjas da metrópole de São Paulo: o caso de Juquitiba / The configuration of social and environmental conflicts in the fringe of São Paulo: the case of Juquitiba

Rallo, Priscila Petri 21 August 2014 (has links)
A proposta deste trabalho é investigar a constituição de conflitos entre moradia e proteção da natureza nas mais longínquas periferias (franjas) da metrópole de São Paulo para trazer à tona uma questão maior: a reprodução da urbanização crítica dessa metrópole, que extrapola os limites territoriais contíguos e contínuos de seu tecido espraiado, avançando e instaurando-se em fragmentos próprios do período mais recente de sua expansão urbana. Para tal feito, partiu-se da análise de um fragmento específico: o município de Juquitiba, pois, integralmente inserido em áreas de mananciais e detentor de parte da mata conservada da metrópole, ele vem testemunhando nas últimas décadas considerável crescimento populacional. Usou-se o método materialista dialético para situar a problemática dos conflitos em uma totalidade espacial, qual seja, a metrópole de São Paulo, num movimento constante de expansão da periferia urbana que promove a ocupação das áreas naturais protegidas por lei mais distantes do centro da capital. O método regressivo-progressivo, por sua vez, possibilitou encontrar no tempo o fundamento, os processos, os sujeitos e as contradições que estão por trás dessa expansão urbana geradora de conflitos, estes reduzidos pela lógica dominante a uma mera questão ecológica. Esse percurso teórico adotado pôde melhor explicar o que o trabalho de campo e a análise de leis e dados estatísticos diziam sobre a realidade estudada. As descobertas encontradas permitiram nos posicionar contra a linha de pensamento que responsabiliza a moradia do mais pobre pela degradação da natureza e pelo impedimento a uma possível saída para a crise de abastecimento de água na metrópole, considerando que as águas de Juquitiba são fortes candidatas a abastecimento dessa região no futuro. Assim, o trabalho procurou demonstrar que a expansão da periferia urbana de São Paulo, a qual está na base de seu processo de urbanização, é contraditória no sentido de se dar sob a expulsão dos moradores mais pobres para áreas sem infraestrutura e cada vez mais distantes devido à lógica do capital que valoriza áreas centrais bem equipadas e precariza as condições de trabalho, ocasionando grande segregação socioespacial e deteriorando as condições sociais e ambientais nas periferias metropolitanas / The propose of this work is investigate how conflicts between housing and protection of nature take place in the most far periphery of São Paulo metropolis to bring up a larger issue: the reproduction of critical urbanization of this metropolis which goes beyond the territorial boundaries of his contiguous and continuous sprawling, advancing and introducing themselves in fragments of the latter period of his urban expansion. For this, we analyze a specific fragment: Juquitiba, because it is a fully inserted into watersheds area municipality and owner of part of the metropolis´s forest kept while in recent decades it has witnessed considerable population growth. We used the dialectical materialist method to situate this problem in a spatial totality, namely the metropolis of São Paulo, in a movement of ever-expanding urban sprawl that promotes occupation in far natural areas protected by law. The regressive-progressive method, in turn, allowed finding in the historicity of metropolis the reasoning, processes, subjects and contradictions that are behind the urban sprawl that generates conflicts, these reduced by dominant logic to a mere ecological issue. This theoretical path could explain better what the fieldwork, the analysis of laws and the statistics said about the reality studied. The findings of this work allowed us stand against the line of thought that blames the poorest housing for the degradation of nature or for preventing a possible solution to the crisis of supply water in the metropolis, if we can think that waters of Juquitiba are strong candidates for supply this region in the future. Thus we tried demonstrate the expansion of the urban periphery of São Paulo, which is the basis of its urbanization process, is contradictory in order to be done under the expulsion of the poorest residents to more distant and poor areas as a result of logic of capital that value central and well-equipped areas and undermines the work conditions promoting a large socio-spatial segregation and deteriorating of social and environmental conditions on metropolitans peripheries
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Reprodução da metrópole e a luta pelo uso do espaço: o movimento pela preservação do quarteirão do Itaim Bibi / Metropoliss reproduction and the struggle for the use of space: the movement for preservation of Itaim Bibi block

Fernandes, Patricia Barbosa 23 November 2015 (has links)
A presente pesquisa busca examinar o movimento pela preservação do quarteirão do Itaim Bibi, o qual, no contexto atual da reprodução da metrópole, configura-se como uma luta pelo uso do espaço. Partimos, primeiramente, dos pressupostos mais gerais sobre a produção do espaço, que, sob a influência da mundialização, momento específico do capitalismo, determina-o como condição da reprodução do capital. Também considerando que a metrópole se torna um dos momentos necessários da acumulação, buscamos compreender os processos contraditórios que emergem da reprodução do urbano, tomando como referência a Operação Urbana Faria Lima e o bairro do Itaim Bibi. Assim, nosso trabalho é desenvolvido no sentido de compreender tanto o significado do quarteirão do Itaim no contexto da metrópole e do próprio bairro quanto da luta que se formou em defesa de sua preservação. Nesse percurso, nossa análise procurou desvendar de que maneira o quarteirão do Itaim nos revela em sua própria produção a contradição entre o valor de uso (apropriação) e o valor de troca (dominação) do espaço, mais precisamente a contradição, materializada inclusive na paisagem urbana atual do bairro, entre o uso público do espaço e a reprodução da cidade como negócio. Procuramos analisar o papel do Movimento SOS Quarteirão do Itaim como expressão das mobilizações sociais em defesa do patrimônio cultural, inclusive apontando seus aspectos ambivalentes, isto é, ora com potencial político de questionar os processos hegemônicos em curso, ora reafirmando seus discursos conservadores. Nesse sentido, levando em consideração o ponto de vista social e não somente do poder da classe capitalista que domina o processo urbano, discutimos ainda o significado das lutas pelo espaço, que evidenciam as contradições do processo da reprodução da metrópole e podem ter o potencial de produzir uma sociedade mais democrática e espaços socialmente mais justos. / The present research seeks to examine the movement for the preservation of the Itaim Bibi block, which, in the current context of reproduction of the metropolis, appears as a struggle for space. We start, first, from the most general assumptions on the production of space, which, under the influence of globalization, a specific moment of capitalism, determine it as the condition to the reproduction of capital. Also considering that the metropolis becomes one of the necessary stages of accumulation, we try to understand the contradictory processes that emerge from the reproduction of the city, with reference to the Urban Operation Faria Lima and the Itaim Bibi neighborhood. Our work is developed in order to understand both the meaning of the Itaim block in the context of the metropolis and the neighborhood itself, and the struggle that was formed in defense of their preservation. Along this route, our analysis sought to unveil how the Itaim block reveals in its own production the contradiction between use value (appropriation) and exchange value (domination) of space, more precisely the contradiction, embodied even in the current urban landscape of the district, between the public use of space and the reproduction of the city as a business. We seek to analyze the role of SOS Itaim Movement as an expression of social mobilizations in defense of cultural heritage, pointing also their ambivalent aspects, that is, sometimes with political potential to challenge hegemonic processes, sometimes reaffirming their conservative discourses. In that sense, taking into account the social point of view, and not only the power of the capitalist class that dominates the urban process, we also discussed the significance of the struggles for space, which show that the contradictions of the metropolis reproduction process and could have the potential to produce a more democratic society and spaces that are more socially just.
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Produção e consumo do lugar: espaços de desindustrialização na reprodução da metrópole / production and consumption of area: spaces of deindustrialization in the reprodution of the metropolis

Padua, Rafael Faleiros de 01 March 2012 (has links)
Presenciamos hoje em São Paulo uma expansão acelerada do setor imobiliário (incorporadoras, construtoras, imobiliárias) para regiões tradicionalmente industriais da metrópole que sofrem, a partir da década de 1990, profundas reestruturações em suas atividades, com o retraimento da atividade industrial. Esse movimento se deve à progressiva escassez de terrenos nas regiões mais valorizadas da cidade para a incorporação imobiliária, contexto no qual os espaços de desindustrialização aparecem como lugares propícios para este avanço, pois contam com grande disponibilidade de terrenos e localização relativamente privilegiada em relação a regiões mais valorizadas e eixos viários importantes. O nosso estudo busca apreender o movimento de transformação de lugares cuja urbanização foi profundamente marcada pela grande industrialização ocorrida a partir da década de 1950, em lugares que atualmente são forjados pelos agentes hegemônicos da produção do espaço (Estado e empreendedores imobiliários privados) como localizações privilegiadas na metrópole. Estudamos a expansão do setor imobiliário sobre a Vila Leopoldina e Santo Amaro, que se tornam no momento atual objeto das estratégias dos agentes hegemônicos da produção do espaço no sentido da formação de novas fronteiras econômicas na cidade de São Paulo. O discurso hegemônico busca sedimentar a idéia de que a construção de novos empreendimentos residenciais nesses lugares se trata de uma revitalização dos lugares, como se se tratasse de um espaço vazio, como se os lugares não contassem com moradores e uma vida social ligada ao cotidiano desses moradores. Desenvolvemos a hipótese de que nesse processo, há um aprofundamento da fragmentação e da segregação na vida urbana, já que se constituem nos lugares novas desigualdades e descompassos entre o novo e o que permanece. Nosso ponto de partida é a prática socioespacial, tentando visualizar como o processo de transformação se realiza na vida dos moradores, numa intrincada relação das mudanças na paisagem com as mudanças nas relações sociais no lugar. Nesse processo, verificamos que há a destituição dos espaços habituais de sociabilidade dos moradores, com a imposição de um novo ritmo aos lugares, com a chegada dos grandes condomínios-clube voltados para classes com maior poder de consumo. Trata-se da imposição de uma sociabilidade baseada no alto-consumo, a vida circunscrita a espaços fechados (casa, trabalho, shopping, clube, etc.) cujo acesso se faz com o deslocamento de carro pela cidade. Nesse movimento, a segregação se realiza não somente quando a população tradicional do lugar é expulsa do lugar (seja compulsória e arbitrariamente seja pela valorização do espaço), mas se realiza também quando os próprios moradores antigos dos lugares passam a viver os lugares como exterioridade, quando não podem mais usufruir dos seus espaços tradicionais do cotidiano. Grande parte da vizinhança não permanece no lugar, novos comércios voltados para outro padrão de consumo se instalam nas pequenas casas, há o aumento do fluxo de carros, a imposição de outro ritmo aos lugares. É a perda de laços e referências concretas dos moradores, numa transformação radical e rápida dos lugares, na sua paisagem e em seus conteúdos. Os lugares vão perdendo uma unidade residual que pudessem ainda conter, para serem integrados aos mecanismos mais gerais da reprodução da metrópole. Do ponto de vista da realização do setor imobiliário, é produzido um novo lugar, com discursos ideológicos potentes (sustentabilidade, qualidade de vida, segurança) que mascaram os conteúdos do processo social e naturalizam a segregação produzida. Esses aparatos ideológicos difundem e justificam uma determinada prática socioespacial que se impõe como norma, se realizando para uns como consumo do espaço e para outros como privação do espaço. Para os pobres e as comunidades carentes dos lugares, o processo é vivido como a mais radical segregação, numa ameaça contínua e violenta da expulsão do seu lugar. Essas populações são expulsas ou sofrem violentas pressões para a sua saída dos lugares, mas há resistências que trazem para a nossa análise elementos concretos da cidade como o lugar da reprodução da vida, mostrando que a luta pela permanência no lugar pode apontar para outras lutas que transcendem a luta pela moradia, apontam para a luta por uma outra cidade possível. / In todays São Paulo, we can observe a pronounced expansion of real estate activity (led by developers, builders, brokers) to previously industrial areas of the city that have experienced, since the 1990s, far-reaching restructurings in their economic conditions with the decline in industrial activities. This trend is triggered by the lack of developable land in the most valuable areas of the city, which makes areas of deindustrialization attractive due to the existence of developable land plots and their proximity to valuable sections of the city and key thoroughfares. This study aims to understand changes in areas where urbanization has been deeply marked by industrialization from the 1950s on and that now are being converted into privileged locations by hegemonic agents involved in the production of space (the state and private developers). We have studied the real estate sectors expansion to Vila Leopoldina and Santo Amaro, two districts that have become targets for hegemonic agents of the production of space interested in developing new economic frontiers in São Paulo. Their hegemonic discourse attempts to promote the idea that, by building new residential developments, they are revitalizing the neighborhood, as if this area was unoccupied, as if there were neither inhabitants nor a social life tied with the inhabitants life in the area. We have put forward the hypothesis that this process has intensified the fragmentation and segregation of urban life, since it has given rise to new inequalities and asymmetries between the new and what has remained from a previous time. Our starting point is the socio-spatial practice. We have tried to look at how this process of change has affected residents lives in a complex interaction between changes in the landscape and changes in social relations. We have verified the dissolution of the neighborhoods habitual places of sociability due to the imposition of new rhythms with the appearance of large condominiums for upper-income social strata. What has emerged is a sociability based on high-end consumption in which daily life becomes restricted to indoor spaces (home, work, shopping mall, club, etc) spatially connected with the use of cars. These circumstances produce segregation not only because the traditional residents are displaced (either compulsorily or by rising property prices), but also because the old residents experience their place as foreign, because they cannot enjoy their traditional spaces. Most neighbors leave, new high-end stores open in small houses, traffic increases and new rhythms are imposed. All this loosens the neighbors ties and suppresses their concrete references, bringing about a rapid and profound transformation of the place, of its landscape and its meanings. The place loses any remaining unity it might still have and becomes integrated into the more general mechanisms of the reproduction of the metropolis. From the standpoint of the real estate sector, a new place is produced, wrapped up in an efficient ideological rhetoric (sustainability, quality of life, security) that obscures the actual contents of the social process and naturalizes segregation. These ideological apparatuses promote and justify a certain socio-spatial practice that becomes the norm. For some, this norm materializes in spaces of consumption, whereas for others it amounts to a deprivation of space. For the poor households and communities that remain in such places, these changes are experienced as the most profound segregation, especially in the permanent and ruthless threat of displacement. These people are either evicted or put under pressure to leave the area. But resistance springs up, thus bringing to our analysis a concrete illustration of the city as the place of the reproduction of life and demonstrating that the struggle to stay put can point to other struggles that, by moving beyond the demand for housing, suggest another city is possible.
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Reprodução da metrópole e a luta pelo uso do espaço: o movimento pela preservação do quarteirão do Itaim Bibi / Metropoliss reproduction and the struggle for the use of space: the movement for preservation of Itaim Bibi block

Patricia Barbosa Fernandes 23 November 2015 (has links)
A presente pesquisa busca examinar o movimento pela preservação do quarteirão do Itaim Bibi, o qual, no contexto atual da reprodução da metrópole, configura-se como uma luta pelo uso do espaço. Partimos, primeiramente, dos pressupostos mais gerais sobre a produção do espaço, que, sob a influência da mundialização, momento específico do capitalismo, determina-o como condição da reprodução do capital. Também considerando que a metrópole se torna um dos momentos necessários da acumulação, buscamos compreender os processos contraditórios que emergem da reprodução do urbano, tomando como referência a Operação Urbana Faria Lima e o bairro do Itaim Bibi. Assim, nosso trabalho é desenvolvido no sentido de compreender tanto o significado do quarteirão do Itaim no contexto da metrópole e do próprio bairro quanto da luta que se formou em defesa de sua preservação. Nesse percurso, nossa análise procurou desvendar de que maneira o quarteirão do Itaim nos revela em sua própria produção a contradição entre o valor de uso (apropriação) e o valor de troca (dominação) do espaço, mais precisamente a contradição, materializada inclusive na paisagem urbana atual do bairro, entre o uso público do espaço e a reprodução da cidade como negócio. Procuramos analisar o papel do Movimento SOS Quarteirão do Itaim como expressão das mobilizações sociais em defesa do patrimônio cultural, inclusive apontando seus aspectos ambivalentes, isto é, ora com potencial político de questionar os processos hegemônicos em curso, ora reafirmando seus discursos conservadores. Nesse sentido, levando em consideração o ponto de vista social e não somente do poder da classe capitalista que domina o processo urbano, discutimos ainda o significado das lutas pelo espaço, que evidenciam as contradições do processo da reprodução da metrópole e podem ter o potencial de produzir uma sociedade mais democrática e espaços socialmente mais justos. / The present research seeks to examine the movement for the preservation of the Itaim Bibi block, which, in the current context of reproduction of the metropolis, appears as a struggle for space. We start, first, from the most general assumptions on the production of space, which, under the influence of globalization, a specific moment of capitalism, determine it as the condition to the reproduction of capital. Also considering that the metropolis becomes one of the necessary stages of accumulation, we try to understand the contradictory processes that emerge from the reproduction of the city, with reference to the Urban Operation Faria Lima and the Itaim Bibi neighborhood. Our work is developed in order to understand both the meaning of the Itaim block in the context of the metropolis and the neighborhood itself, and the struggle that was formed in defense of their preservation. Along this route, our analysis sought to unveil how the Itaim block reveals in its own production the contradiction between use value (appropriation) and exchange value (domination) of space, more precisely the contradiction, embodied even in the current urban landscape of the district, between the public use of space and the reproduction of the city as a business. We seek to analyze the role of SOS Itaim Movement as an expression of social mobilizations in defense of cultural heritage, pointing also their ambivalent aspects, that is, sometimes with political potential to challenge hegemonic processes, sometimes reaffirming their conservative discourses. In that sense, taking into account the social point of view, and not only the power of the capitalist class that dominates the urban process, we also discussed the significance of the struggles for space, which show that the contradictions of the metropolis reproduction process and could have the potential to produce a more democratic society and spaces that are more socially just.
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Produção e consumo do lugar: espaços de desindustrialização na reprodução da metrópole / production and consumption of area: spaces of deindustrialization in the reprodution of the metropolis

Rafael Faleiros de Padua 01 March 2012 (has links)
Presenciamos hoje em São Paulo uma expansão acelerada do setor imobiliário (incorporadoras, construtoras, imobiliárias) para regiões tradicionalmente industriais da metrópole que sofrem, a partir da década de 1990, profundas reestruturações em suas atividades, com o retraimento da atividade industrial. Esse movimento se deve à progressiva escassez de terrenos nas regiões mais valorizadas da cidade para a incorporação imobiliária, contexto no qual os espaços de desindustrialização aparecem como lugares propícios para este avanço, pois contam com grande disponibilidade de terrenos e localização relativamente privilegiada em relação a regiões mais valorizadas e eixos viários importantes. O nosso estudo busca apreender o movimento de transformação de lugares cuja urbanização foi profundamente marcada pela grande industrialização ocorrida a partir da década de 1950, em lugares que atualmente são forjados pelos agentes hegemônicos da produção do espaço (Estado e empreendedores imobiliários privados) como localizações privilegiadas na metrópole. Estudamos a expansão do setor imobiliário sobre a Vila Leopoldina e Santo Amaro, que se tornam no momento atual objeto das estratégias dos agentes hegemônicos da produção do espaço no sentido da formação de novas fronteiras econômicas na cidade de São Paulo. O discurso hegemônico busca sedimentar a idéia de que a construção de novos empreendimentos residenciais nesses lugares se trata de uma revitalização dos lugares, como se se tratasse de um espaço vazio, como se os lugares não contassem com moradores e uma vida social ligada ao cotidiano desses moradores. Desenvolvemos a hipótese de que nesse processo, há um aprofundamento da fragmentação e da segregação na vida urbana, já que se constituem nos lugares novas desigualdades e descompassos entre o novo e o que permanece. Nosso ponto de partida é a prática socioespacial, tentando visualizar como o processo de transformação se realiza na vida dos moradores, numa intrincada relação das mudanças na paisagem com as mudanças nas relações sociais no lugar. Nesse processo, verificamos que há a destituição dos espaços habituais de sociabilidade dos moradores, com a imposição de um novo ritmo aos lugares, com a chegada dos grandes condomínios-clube voltados para classes com maior poder de consumo. Trata-se da imposição de uma sociabilidade baseada no alto-consumo, a vida circunscrita a espaços fechados (casa, trabalho, shopping, clube, etc.) cujo acesso se faz com o deslocamento de carro pela cidade. Nesse movimento, a segregação se realiza não somente quando a população tradicional do lugar é expulsa do lugar (seja compulsória e arbitrariamente seja pela valorização do espaço), mas se realiza também quando os próprios moradores antigos dos lugares passam a viver os lugares como exterioridade, quando não podem mais usufruir dos seus espaços tradicionais do cotidiano. Grande parte da vizinhança não permanece no lugar, novos comércios voltados para outro padrão de consumo se instalam nas pequenas casas, há o aumento do fluxo de carros, a imposição de outro ritmo aos lugares. É a perda de laços e referências concretas dos moradores, numa transformação radical e rápida dos lugares, na sua paisagem e em seus conteúdos. Os lugares vão perdendo uma unidade residual que pudessem ainda conter, para serem integrados aos mecanismos mais gerais da reprodução da metrópole. Do ponto de vista da realização do setor imobiliário, é produzido um novo lugar, com discursos ideológicos potentes (sustentabilidade, qualidade de vida, segurança) que mascaram os conteúdos do processo social e naturalizam a segregação produzida. Esses aparatos ideológicos difundem e justificam uma determinada prática socioespacial que se impõe como norma, se realizando para uns como consumo do espaço e para outros como privação do espaço. Para os pobres e as comunidades carentes dos lugares, o processo é vivido como a mais radical segregação, numa ameaça contínua e violenta da expulsão do seu lugar. Essas populações são expulsas ou sofrem violentas pressões para a sua saída dos lugares, mas há resistências que trazem para a nossa análise elementos concretos da cidade como o lugar da reprodução da vida, mostrando que a luta pela permanência no lugar pode apontar para outras lutas que transcendem a luta pela moradia, apontam para a luta por uma outra cidade possível. / In todays São Paulo, we can observe a pronounced expansion of real estate activity (led by developers, builders, brokers) to previously industrial areas of the city that have experienced, since the 1990s, far-reaching restructurings in their economic conditions with the decline in industrial activities. This trend is triggered by the lack of developable land in the most valuable areas of the city, which makes areas of deindustrialization attractive due to the existence of developable land plots and their proximity to valuable sections of the city and key thoroughfares. This study aims to understand changes in areas where urbanization has been deeply marked by industrialization from the 1950s on and that now are being converted into privileged locations by hegemonic agents involved in the production of space (the state and private developers). We have studied the real estate sectors expansion to Vila Leopoldina and Santo Amaro, two districts that have become targets for hegemonic agents of the production of space interested in developing new economic frontiers in São Paulo. Their hegemonic discourse attempts to promote the idea that, by building new residential developments, they are revitalizing the neighborhood, as if this area was unoccupied, as if there were neither inhabitants nor a social life tied with the inhabitants life in the area. We have put forward the hypothesis that this process has intensified the fragmentation and segregation of urban life, since it has given rise to new inequalities and asymmetries between the new and what has remained from a previous time. Our starting point is the socio-spatial practice. We have tried to look at how this process of change has affected residents lives in a complex interaction between changes in the landscape and changes in social relations. We have verified the dissolution of the neighborhoods habitual places of sociability due to the imposition of new rhythms with the appearance of large condominiums for upper-income social strata. What has emerged is a sociability based on high-end consumption in which daily life becomes restricted to indoor spaces (home, work, shopping mall, club, etc) spatially connected with the use of cars. These circumstances produce segregation not only because the traditional residents are displaced (either compulsorily or by rising property prices), but also because the old residents experience their place as foreign, because they cannot enjoy their traditional spaces. Most neighbors leave, new high-end stores open in small houses, traffic increases and new rhythms are imposed. All this loosens the neighbors ties and suppresses their concrete references, bringing about a rapid and profound transformation of the place, of its landscape and its meanings. The place loses any remaining unity it might still have and becomes integrated into the more general mechanisms of the reproduction of the metropolis. From the standpoint of the real estate sector, a new place is produced, wrapped up in an efficient ideological rhetoric (sustainability, quality of life, security) that obscures the actual contents of the social process and naturalizes segregation. These ideological apparatuses promote and justify a certain socio-spatial practice that becomes the norm. For some, this norm materializes in spaces of consumption, whereas for others it amounts to a deprivation of space. For the poor households and communities that remain in such places, these changes are experienced as the most profound segregation, especially in the permanent and ruthless threat of displacement. These people are either evicted or put under pressure to leave the area. But resistance springs up, thus bringing to our analysis a concrete illustration of the city as the place of the reproduction of life and demonstrating that the struggle to stay put can point to other struggles that, by moving beyond the demand for housing, suggest another city is possible.
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A configuração de conflitos socias e ambientais nas franjas da metrópole de São Paulo: o caso de Juquitiba / The configuration of social and environmental conflicts in the fringe of São Paulo: the case of Juquitiba

Priscila Petri Rallo 21 August 2014 (has links)
A proposta deste trabalho é investigar a constituição de conflitos entre moradia e proteção da natureza nas mais longínquas periferias (franjas) da metrópole de São Paulo para trazer à tona uma questão maior: a reprodução da urbanização crítica dessa metrópole, que extrapola os limites territoriais contíguos e contínuos de seu tecido espraiado, avançando e instaurando-se em fragmentos próprios do período mais recente de sua expansão urbana. Para tal feito, partiu-se da análise de um fragmento específico: o município de Juquitiba, pois, integralmente inserido em áreas de mananciais e detentor de parte da mata conservada da metrópole, ele vem testemunhando nas últimas décadas considerável crescimento populacional. Usou-se o método materialista dialético para situar a problemática dos conflitos em uma totalidade espacial, qual seja, a metrópole de São Paulo, num movimento constante de expansão da periferia urbana que promove a ocupação das áreas naturais protegidas por lei mais distantes do centro da capital. O método regressivo-progressivo, por sua vez, possibilitou encontrar no tempo o fundamento, os processos, os sujeitos e as contradições que estão por trás dessa expansão urbana geradora de conflitos, estes reduzidos pela lógica dominante a uma mera questão ecológica. Esse percurso teórico adotado pôde melhor explicar o que o trabalho de campo e a análise de leis e dados estatísticos diziam sobre a realidade estudada. As descobertas encontradas permitiram nos posicionar contra a linha de pensamento que responsabiliza a moradia do mais pobre pela degradação da natureza e pelo impedimento a uma possível saída para a crise de abastecimento de água na metrópole, considerando que as águas de Juquitiba são fortes candidatas a abastecimento dessa região no futuro. Assim, o trabalho procurou demonstrar que a expansão da periferia urbana de São Paulo, a qual está na base de seu processo de urbanização, é contraditória no sentido de se dar sob a expulsão dos moradores mais pobres para áreas sem infraestrutura e cada vez mais distantes devido à lógica do capital que valoriza áreas centrais bem equipadas e precariza as condições de trabalho, ocasionando grande segregação socioespacial e deteriorando as condições sociais e ambientais nas periferias metropolitanas / The propose of this work is investigate how conflicts between housing and protection of nature take place in the most far periphery of São Paulo metropolis to bring up a larger issue: the reproduction of critical urbanization of this metropolis which goes beyond the territorial boundaries of his contiguous and continuous sprawling, advancing and introducing themselves in fragments of the latter period of his urban expansion. For this, we analyze a specific fragment: Juquitiba, because it is a fully inserted into watersheds area municipality and owner of part of the metropolis´s forest kept while in recent decades it has witnessed considerable population growth. We used the dialectical materialist method to situate this problem in a spatial totality, namely the metropolis of São Paulo, in a movement of ever-expanding urban sprawl that promotes occupation in far natural areas protected by law. The regressive-progressive method, in turn, allowed finding in the historicity of metropolis the reasoning, processes, subjects and contradictions that are behind the urban sprawl that generates conflicts, these reduced by dominant logic to a mere ecological issue. This theoretical path could explain better what the fieldwork, the analysis of laws and the statistics said about the reality studied. The findings of this work allowed us stand against the line of thought that blames the poorest housing for the degradation of nature or for preventing a possible solution to the crisis of supply water in the metropolis, if we can think that waters of Juquitiba are strong candidates for supply this region in the future. Thus we tried demonstrate the expansion of the urban periphery of São Paulo, which is the basis of its urbanization process, is contradictory in order to be done under the expulsion of the poorest residents to more distant and poor areas as a result of logic of capital that value central and well-equipped areas and undermines the work conditions promoting a large socio-spatial segregation and deteriorating of social and environmental conditions on metropolitans peripheries
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Políticas públicas e a revalorização do espaço no centro de São Paulo / Public policies for the revaluation of space in São Paulo downtown

Soares, Gilmar dos Santos 14 December 2015 (has links)
Considerando o movimento de explosão da metrópole a partir do processo de industrialização, esta pesquisa buscou compreender o atual processo de revalorização do Centro de São Paulo como um resultado histórico que deriva do processo de reprodução da metrópole. Assim, orientado pela tríade valorização-desvalorização-revalorização, o referencial de análise para o momento atual consistiu no movimento das políticas de intervenção no espaço do Centro de São Paulo, postas em prática pelo Estado a partir da década de 1990. Conforme houve o movimento de explosão da metrópole, houve também a implosão do Centro em função da escassez de espaço que impediu sua adequação às novas necessidades, resultando no desdobramento da centralidade econômica e, por conseguinte, em sua desvalorização. Marcado pela intensificação de um processo de ocupação por classes mais populares, cujo resultado será o das ocupações dos edifícios vazios a partir da década de 1990, a desvalorização será marcada pela deterioração do espaço e por este fator ligado à intensificação da sua ocupação proletária. Neste processo a propriedade privada do solo urbano passa por um processo de apropriação cujo fundamento se realiza em função do uso do espaço. Neste contexto, as políticas para a intervenção no espaço do Centro de São Paulo desenvolvem seus mecanismos para revalorizar o espaço e, ao mesmo tempo, reverter o quadro cada vez maior desta proletarização do Centro. De estratégias pontuais estas passaram para estratégias espaciais, por meio da delimitação estratégica de territórios que visam produzir novas formas de uso para o espaço. Neste movimento, as intervenções para a revalorização do espaço no Centro de São Paulo se realizam enquanto políticas urbano-territoriais que se articulam e, ao mesmo tempo, são complementadas pelas estratégias da cultura, responsáveis pelas novas representações do espaço. Conforme a metrópole em seu processo de reprodução torna-se força produtiva, o Centro torna-se capital fixo para o processo de reprodução que se realiza por meio da expansão por novas áreas espacialmente contíguas. O resultado é uma disputa pelo espaço conforme o interesse das classes sociais pelo espaço no Centro de São Paulo. / Considering the movement of explosion of the metropolis from the industrialization process, this research sought to understand the current of the revaluation process of downtown São Paulo as a historical result that derives from the metropolis reproduction process. Thus, oriented by valuation-devaluation-revaluation triad, the referential of analysis for the current moment consisted in the movement of policy interventions within the São Paulo downtown, implemented by the State from the 1990s. As was the movement of the metropolis explosion, there was also the downtown implosion due to the scarcity of space which prevented their adaptation to new needs, resulting in the deployment of the economic centrality and consequently, in its devaluation. Marked by the intensification of a process of occupation by popular classes, whose result will be the occupations of empty buildings from the 1990s, the devaluation will be marked by the deterioration of space and this factor linked to the intensification of its proletarian occupation. In this process the private ownership of urban land goes through a process of appropriation whose fundament is realized due to the use of space. In this context, policies for intervention in the space of downtown São Paulo develop its mechanisms to revalue the space and at the same time, reverse the situation of this proletarianization of the downtown São Paulo. Of specific strategies these have to spatial strategies, through the strategic demarcation of territories that aim to produce new forms of use for the space. In this movement, interventions to the revaluation of the downtown São Paulo are held as urban-territorial policies that articulate and at the same time, are complemented by strategies of culture, responsible for new representations of space. Therefore, as the metropolis in their reproduction process becomes productive force, the downtown becomes fixed capital for the reproduction process that takes place through the expansion of new spatially contiguous areas. The result is a fight for space as the interest of social classes through space in São Paulo downtown.
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Políticas públicas e a revalorização do espaço no centro de São Paulo / Public policies for the revaluation of space in São Paulo downtown

Gilmar dos Santos Soares 14 December 2015 (has links)
Considerando o movimento de explosão da metrópole a partir do processo de industrialização, esta pesquisa buscou compreender o atual processo de revalorização do Centro de São Paulo como um resultado histórico que deriva do processo de reprodução da metrópole. Assim, orientado pela tríade valorização-desvalorização-revalorização, o referencial de análise para o momento atual consistiu no movimento das políticas de intervenção no espaço do Centro de São Paulo, postas em prática pelo Estado a partir da década de 1990. Conforme houve o movimento de explosão da metrópole, houve também a implosão do Centro em função da escassez de espaço que impediu sua adequação às novas necessidades, resultando no desdobramento da centralidade econômica e, por conseguinte, em sua desvalorização. Marcado pela intensificação de um processo de ocupação por classes mais populares, cujo resultado será o das ocupações dos edifícios vazios a partir da década de 1990, a desvalorização será marcada pela deterioração do espaço e por este fator ligado à intensificação da sua ocupação proletária. Neste processo a propriedade privada do solo urbano passa por um processo de apropriação cujo fundamento se realiza em função do uso do espaço. Neste contexto, as políticas para a intervenção no espaço do Centro de São Paulo desenvolvem seus mecanismos para revalorizar o espaço e, ao mesmo tempo, reverter o quadro cada vez maior desta proletarização do Centro. De estratégias pontuais estas passaram para estratégias espaciais, por meio da delimitação estratégica de territórios que visam produzir novas formas de uso para o espaço. Neste movimento, as intervenções para a revalorização do espaço no Centro de São Paulo se realizam enquanto políticas urbano-territoriais que se articulam e, ao mesmo tempo, são complementadas pelas estratégias da cultura, responsáveis pelas novas representações do espaço. Conforme a metrópole em seu processo de reprodução torna-se força produtiva, o Centro torna-se capital fixo para o processo de reprodução que se realiza por meio da expansão por novas áreas espacialmente contíguas. O resultado é uma disputa pelo espaço conforme o interesse das classes sociais pelo espaço no Centro de São Paulo. / Considering the movement of explosion of the metropolis from the industrialization process, this research sought to understand the current of the revaluation process of downtown São Paulo as a historical result that derives from the metropolis reproduction process. Thus, oriented by valuation-devaluation-revaluation triad, the referential of analysis for the current moment consisted in the movement of policy interventions within the São Paulo downtown, implemented by the State from the 1990s. As was the movement of the metropolis explosion, there was also the downtown implosion due to the scarcity of space which prevented their adaptation to new needs, resulting in the deployment of the economic centrality and consequently, in its devaluation. Marked by the intensification of a process of occupation by popular classes, whose result will be the occupations of empty buildings from the 1990s, the devaluation will be marked by the deterioration of space and this factor linked to the intensification of its proletarian occupation. In this process the private ownership of urban land goes through a process of appropriation whose fundament is realized due to the use of space. In this context, policies for intervention in the space of downtown São Paulo develop its mechanisms to revalue the space and at the same time, reverse the situation of this proletarianization of the downtown São Paulo. Of specific strategies these have to spatial strategies, through the strategic demarcation of territories that aim to produce new forms of use for the space. In this movement, interventions to the revaluation of the downtown São Paulo are held as urban-territorial policies that articulate and at the same time, are complemented by strategies of culture, responsible for new representations of space. Therefore, as the metropolis in their reproduction process becomes productive force, the downtown becomes fixed capital for the reproduction process that takes place through the expansion of new spatially contiguous areas. The result is a fight for space as the interest of social classes through space in São Paulo downtown.

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