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Produção e consumo do lugar: espaços de desindustrialização na reprodução da metrópole / production and consumption of area: spaces of deindustrialization in the reprodution of the metropolis

Padua, Rafael Faleiros de 01 March 2012 (has links)
Presenciamos hoje em São Paulo uma expansão acelerada do setor imobiliário (incorporadoras, construtoras, imobiliárias) para regiões tradicionalmente industriais da metrópole que sofrem, a partir da década de 1990, profundas reestruturações em suas atividades, com o retraimento da atividade industrial. Esse movimento se deve à progressiva escassez de terrenos nas regiões mais valorizadas da cidade para a incorporação imobiliária, contexto no qual os espaços de desindustrialização aparecem como lugares propícios para este avanço, pois contam com grande disponibilidade de terrenos e localização relativamente privilegiada em relação a regiões mais valorizadas e eixos viários importantes. O nosso estudo busca apreender o movimento de transformação de lugares cuja urbanização foi profundamente marcada pela grande industrialização ocorrida a partir da década de 1950, em lugares que atualmente são forjados pelos agentes hegemônicos da produção do espaço (Estado e empreendedores imobiliários privados) como localizações privilegiadas na metrópole. Estudamos a expansão do setor imobiliário sobre a Vila Leopoldina e Santo Amaro, que se tornam no momento atual objeto das estratégias dos agentes hegemônicos da produção do espaço no sentido da formação de novas fronteiras econômicas na cidade de São Paulo. O discurso hegemônico busca sedimentar a idéia de que a construção de novos empreendimentos residenciais nesses lugares se trata de uma revitalização dos lugares, como se se tratasse de um espaço vazio, como se os lugares não contassem com moradores e uma vida social ligada ao cotidiano desses moradores. Desenvolvemos a hipótese de que nesse processo, há um aprofundamento da fragmentação e da segregação na vida urbana, já que se constituem nos lugares novas desigualdades e descompassos entre o novo e o que permanece. Nosso ponto de partida é a prática socioespacial, tentando visualizar como o processo de transformação se realiza na vida dos moradores, numa intrincada relação das mudanças na paisagem com as mudanças nas relações sociais no lugar. Nesse processo, verificamos que há a destituição dos espaços habituais de sociabilidade dos moradores, com a imposição de um novo ritmo aos lugares, com a chegada dos grandes condomínios-clube voltados para classes com maior poder de consumo. Trata-se da imposição de uma sociabilidade baseada no alto-consumo, a vida circunscrita a espaços fechados (casa, trabalho, shopping, clube, etc.) cujo acesso se faz com o deslocamento de carro pela cidade. Nesse movimento, a segregação se realiza não somente quando a população tradicional do lugar é expulsa do lugar (seja compulsória e arbitrariamente seja pela valorização do espaço), mas se realiza também quando os próprios moradores antigos dos lugares passam a viver os lugares como exterioridade, quando não podem mais usufruir dos seus espaços tradicionais do cotidiano. Grande parte da vizinhança não permanece no lugar, novos comércios voltados para outro padrão de consumo se instalam nas pequenas casas, há o aumento do fluxo de carros, a imposição de outro ritmo aos lugares. É a perda de laços e referências concretas dos moradores, numa transformação radical e rápida dos lugares, na sua paisagem e em seus conteúdos. Os lugares vão perdendo uma unidade residual que pudessem ainda conter, para serem integrados aos mecanismos mais gerais da reprodução da metrópole. Do ponto de vista da realização do setor imobiliário, é produzido um novo lugar, com discursos ideológicos potentes (sustentabilidade, qualidade de vida, segurança) que mascaram os conteúdos do processo social e naturalizam a segregação produzida. Esses aparatos ideológicos difundem e justificam uma determinada prática socioespacial que se impõe como norma, se realizando para uns como consumo do espaço e para outros como privação do espaço. Para os pobres e as comunidades carentes dos lugares, o processo é vivido como a mais radical segregação, numa ameaça contínua e violenta da expulsão do seu lugar. Essas populações são expulsas ou sofrem violentas pressões para a sua saída dos lugares, mas há resistências que trazem para a nossa análise elementos concretos da cidade como o lugar da reprodução da vida, mostrando que a luta pela permanência no lugar pode apontar para outras lutas que transcendem a luta pela moradia, apontam para a luta por uma outra cidade possível. / In todays São Paulo, we can observe a pronounced expansion of real estate activity (led by developers, builders, brokers) to previously industrial areas of the city that have experienced, since the 1990s, far-reaching restructurings in their economic conditions with the decline in industrial activities. This trend is triggered by the lack of developable land in the most valuable areas of the city, which makes areas of deindustrialization attractive due to the existence of developable land plots and their proximity to valuable sections of the city and key thoroughfares. This study aims to understand changes in areas where urbanization has been deeply marked by industrialization from the 1950s on and that now are being converted into privileged locations by hegemonic agents involved in the production of space (the state and private developers). We have studied the real estate sectors expansion to Vila Leopoldina and Santo Amaro, two districts that have become targets for hegemonic agents of the production of space interested in developing new economic frontiers in São Paulo. Their hegemonic discourse attempts to promote the idea that, by building new residential developments, they are revitalizing the neighborhood, as if this area was unoccupied, as if there were neither inhabitants nor a social life tied with the inhabitants life in the area. We have put forward the hypothesis that this process has intensified the fragmentation and segregation of urban life, since it has given rise to new inequalities and asymmetries between the new and what has remained from a previous time. Our starting point is the socio-spatial practice. We have tried to look at how this process of change has affected residents lives in a complex interaction between changes in the landscape and changes in social relations. We have verified the dissolution of the neighborhoods habitual places of sociability due to the imposition of new rhythms with the appearance of large condominiums for upper-income social strata. What has emerged is a sociability based on high-end consumption in which daily life becomes restricted to indoor spaces (home, work, shopping mall, club, etc) spatially connected with the use of cars. These circumstances produce segregation not only because the traditional residents are displaced (either compulsorily or by rising property prices), but also because the old residents experience their place as foreign, because they cannot enjoy their traditional spaces. Most neighbors leave, new high-end stores open in small houses, traffic increases and new rhythms are imposed. All this loosens the neighbors ties and suppresses their concrete references, bringing about a rapid and profound transformation of the place, of its landscape and its meanings. The place loses any remaining unity it might still have and becomes integrated into the more general mechanisms of the reproduction of the metropolis. From the standpoint of the real estate sector, a new place is produced, wrapped up in an efficient ideological rhetoric (sustainability, quality of life, security) that obscures the actual contents of the social process and naturalizes segregation. These ideological apparatuses promote and justify a certain socio-spatial practice that becomes the norm. For some, this norm materializes in spaces of consumption, whereas for others it amounts to a deprivation of space. For the poor households and communities that remain in such places, these changes are experienced as the most profound segregation, especially in the permanent and ruthless threat of displacement. These people are either evicted or put under pressure to leave the area. But resistance springs up, thus bringing to our analysis a concrete illustration of the city as the place of the reproduction of life and demonstrating that the struggle to stay put can point to other struggles that, by moving beyond the demand for housing, suggest another city is possible.
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Produção e consumo do lugar: espaços de desindustrialização na reprodução da metrópole / production and consumption of area: spaces of deindustrialization in the reprodution of the metropolis

Rafael Faleiros de Padua 01 March 2012 (has links)
Presenciamos hoje em São Paulo uma expansão acelerada do setor imobiliário (incorporadoras, construtoras, imobiliárias) para regiões tradicionalmente industriais da metrópole que sofrem, a partir da década de 1990, profundas reestruturações em suas atividades, com o retraimento da atividade industrial. Esse movimento se deve à progressiva escassez de terrenos nas regiões mais valorizadas da cidade para a incorporação imobiliária, contexto no qual os espaços de desindustrialização aparecem como lugares propícios para este avanço, pois contam com grande disponibilidade de terrenos e localização relativamente privilegiada em relação a regiões mais valorizadas e eixos viários importantes. O nosso estudo busca apreender o movimento de transformação de lugares cuja urbanização foi profundamente marcada pela grande industrialização ocorrida a partir da década de 1950, em lugares que atualmente são forjados pelos agentes hegemônicos da produção do espaço (Estado e empreendedores imobiliários privados) como localizações privilegiadas na metrópole. Estudamos a expansão do setor imobiliário sobre a Vila Leopoldina e Santo Amaro, que se tornam no momento atual objeto das estratégias dos agentes hegemônicos da produção do espaço no sentido da formação de novas fronteiras econômicas na cidade de São Paulo. O discurso hegemônico busca sedimentar a idéia de que a construção de novos empreendimentos residenciais nesses lugares se trata de uma revitalização dos lugares, como se se tratasse de um espaço vazio, como se os lugares não contassem com moradores e uma vida social ligada ao cotidiano desses moradores. Desenvolvemos a hipótese de que nesse processo, há um aprofundamento da fragmentação e da segregação na vida urbana, já que se constituem nos lugares novas desigualdades e descompassos entre o novo e o que permanece. Nosso ponto de partida é a prática socioespacial, tentando visualizar como o processo de transformação se realiza na vida dos moradores, numa intrincada relação das mudanças na paisagem com as mudanças nas relações sociais no lugar. Nesse processo, verificamos que há a destituição dos espaços habituais de sociabilidade dos moradores, com a imposição de um novo ritmo aos lugares, com a chegada dos grandes condomínios-clube voltados para classes com maior poder de consumo. Trata-se da imposição de uma sociabilidade baseada no alto-consumo, a vida circunscrita a espaços fechados (casa, trabalho, shopping, clube, etc.) cujo acesso se faz com o deslocamento de carro pela cidade. Nesse movimento, a segregação se realiza não somente quando a população tradicional do lugar é expulsa do lugar (seja compulsória e arbitrariamente seja pela valorização do espaço), mas se realiza também quando os próprios moradores antigos dos lugares passam a viver os lugares como exterioridade, quando não podem mais usufruir dos seus espaços tradicionais do cotidiano. Grande parte da vizinhança não permanece no lugar, novos comércios voltados para outro padrão de consumo se instalam nas pequenas casas, há o aumento do fluxo de carros, a imposição de outro ritmo aos lugares. É a perda de laços e referências concretas dos moradores, numa transformação radical e rápida dos lugares, na sua paisagem e em seus conteúdos. Os lugares vão perdendo uma unidade residual que pudessem ainda conter, para serem integrados aos mecanismos mais gerais da reprodução da metrópole. Do ponto de vista da realização do setor imobiliário, é produzido um novo lugar, com discursos ideológicos potentes (sustentabilidade, qualidade de vida, segurança) que mascaram os conteúdos do processo social e naturalizam a segregação produzida. Esses aparatos ideológicos difundem e justificam uma determinada prática socioespacial que se impõe como norma, se realizando para uns como consumo do espaço e para outros como privação do espaço. Para os pobres e as comunidades carentes dos lugares, o processo é vivido como a mais radical segregação, numa ameaça contínua e violenta da expulsão do seu lugar. Essas populações são expulsas ou sofrem violentas pressões para a sua saída dos lugares, mas há resistências que trazem para a nossa análise elementos concretos da cidade como o lugar da reprodução da vida, mostrando que a luta pela permanência no lugar pode apontar para outras lutas que transcendem a luta pela moradia, apontam para a luta por uma outra cidade possível. / In todays São Paulo, we can observe a pronounced expansion of real estate activity (led by developers, builders, brokers) to previously industrial areas of the city that have experienced, since the 1990s, far-reaching restructurings in their economic conditions with the decline in industrial activities. This trend is triggered by the lack of developable land in the most valuable areas of the city, which makes areas of deindustrialization attractive due to the existence of developable land plots and their proximity to valuable sections of the city and key thoroughfares. This study aims to understand changes in areas where urbanization has been deeply marked by industrialization from the 1950s on and that now are being converted into privileged locations by hegemonic agents involved in the production of space (the state and private developers). We have studied the real estate sectors expansion to Vila Leopoldina and Santo Amaro, two districts that have become targets for hegemonic agents of the production of space interested in developing new economic frontiers in São Paulo. Their hegemonic discourse attempts to promote the idea that, by building new residential developments, they are revitalizing the neighborhood, as if this area was unoccupied, as if there were neither inhabitants nor a social life tied with the inhabitants life in the area. We have put forward the hypothesis that this process has intensified the fragmentation and segregation of urban life, since it has given rise to new inequalities and asymmetries between the new and what has remained from a previous time. Our starting point is the socio-spatial practice. We have tried to look at how this process of change has affected residents lives in a complex interaction between changes in the landscape and changes in social relations. We have verified the dissolution of the neighborhoods habitual places of sociability due to the imposition of new rhythms with the appearance of large condominiums for upper-income social strata. What has emerged is a sociability based on high-end consumption in which daily life becomes restricted to indoor spaces (home, work, shopping mall, club, etc) spatially connected with the use of cars. These circumstances produce segregation not only because the traditional residents are displaced (either compulsorily or by rising property prices), but also because the old residents experience their place as foreign, because they cannot enjoy their traditional spaces. Most neighbors leave, new high-end stores open in small houses, traffic increases and new rhythms are imposed. All this loosens the neighbors ties and suppresses their concrete references, bringing about a rapid and profound transformation of the place, of its landscape and its meanings. The place loses any remaining unity it might still have and becomes integrated into the more general mechanisms of the reproduction of the metropolis. From the standpoint of the real estate sector, a new place is produced, wrapped up in an efficient ideological rhetoric (sustainability, quality of life, security) that obscures the actual contents of the social process and naturalizes segregation. These ideological apparatuses promote and justify a certain socio-spatial practice that becomes the norm. For some, this norm materializes in spaces of consumption, whereas for others it amounts to a deprivation of space. For the poor households and communities that remain in such places, these changes are experienced as the most profound segregation, especially in the permanent and ruthless threat of displacement. These people are either evicted or put under pressure to leave the area. But resistance springs up, thus bringing to our analysis a concrete illustration of the city as the place of the reproduction of life and demonstrating that the struggle to stay put can point to other struggles that, by moving beyond the demand for housing, suggest another city is possible.
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Políticas públicas e a revalorização do espaço no centro de São Paulo / Public policies for the revaluation of space in São Paulo downtown

Soares, Gilmar dos Santos 14 December 2015 (has links)
Considerando o movimento de explosão da metrópole a partir do processo de industrialização, esta pesquisa buscou compreender o atual processo de revalorização do Centro de São Paulo como um resultado histórico que deriva do processo de reprodução da metrópole. Assim, orientado pela tríade valorização-desvalorização-revalorização, o referencial de análise para o momento atual consistiu no movimento das políticas de intervenção no espaço do Centro de São Paulo, postas em prática pelo Estado a partir da década de 1990. Conforme houve o movimento de explosão da metrópole, houve também a implosão do Centro em função da escassez de espaço que impediu sua adequação às novas necessidades, resultando no desdobramento da centralidade econômica e, por conseguinte, em sua desvalorização. Marcado pela intensificação de um processo de ocupação por classes mais populares, cujo resultado será o das ocupações dos edifícios vazios a partir da década de 1990, a desvalorização será marcada pela deterioração do espaço e por este fator ligado à intensificação da sua ocupação proletária. Neste processo a propriedade privada do solo urbano passa por um processo de apropriação cujo fundamento se realiza em função do uso do espaço. Neste contexto, as políticas para a intervenção no espaço do Centro de São Paulo desenvolvem seus mecanismos para revalorizar o espaço e, ao mesmo tempo, reverter o quadro cada vez maior desta proletarização do Centro. De estratégias pontuais estas passaram para estratégias espaciais, por meio da delimitação estratégica de territórios que visam produzir novas formas de uso para o espaço. Neste movimento, as intervenções para a revalorização do espaço no Centro de São Paulo se realizam enquanto políticas urbano-territoriais que se articulam e, ao mesmo tempo, são complementadas pelas estratégias da cultura, responsáveis pelas novas representações do espaço. Conforme a metrópole em seu processo de reprodução torna-se força produtiva, o Centro torna-se capital fixo para o processo de reprodução que se realiza por meio da expansão por novas áreas espacialmente contíguas. O resultado é uma disputa pelo espaço conforme o interesse das classes sociais pelo espaço no Centro de São Paulo. / Considering the movement of explosion of the metropolis from the industrialization process, this research sought to understand the current of the revaluation process of downtown São Paulo as a historical result that derives from the metropolis reproduction process. Thus, oriented by valuation-devaluation-revaluation triad, the referential of analysis for the current moment consisted in the movement of policy interventions within the São Paulo downtown, implemented by the State from the 1990s. As was the movement of the metropolis explosion, there was also the downtown implosion due to the scarcity of space which prevented their adaptation to new needs, resulting in the deployment of the economic centrality and consequently, in its devaluation. Marked by the intensification of a process of occupation by popular classes, whose result will be the occupations of empty buildings from the 1990s, the devaluation will be marked by the deterioration of space and this factor linked to the intensification of its proletarian occupation. In this process the private ownership of urban land goes through a process of appropriation whose fundament is realized due to the use of space. In this context, policies for intervention in the space of downtown São Paulo develop its mechanisms to revalue the space and at the same time, reverse the situation of this proletarianization of the downtown São Paulo. Of specific strategies these have to spatial strategies, through the strategic demarcation of territories that aim to produce new forms of use for the space. In this movement, interventions to the revaluation of the downtown São Paulo are held as urban-territorial policies that articulate and at the same time, are complemented by strategies of culture, responsible for new representations of space. Therefore, as the metropolis in their reproduction process becomes productive force, the downtown becomes fixed capital for the reproduction process that takes place through the expansion of new spatially contiguous areas. The result is a fight for space as the interest of social classes through space in São Paulo downtown.
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Políticas públicas e a revalorização do espaço no centro de São Paulo / Public policies for the revaluation of space in São Paulo downtown

Gilmar dos Santos Soares 14 December 2015 (has links)
Considerando o movimento de explosão da metrópole a partir do processo de industrialização, esta pesquisa buscou compreender o atual processo de revalorização do Centro de São Paulo como um resultado histórico que deriva do processo de reprodução da metrópole. Assim, orientado pela tríade valorização-desvalorização-revalorização, o referencial de análise para o momento atual consistiu no movimento das políticas de intervenção no espaço do Centro de São Paulo, postas em prática pelo Estado a partir da década de 1990. Conforme houve o movimento de explosão da metrópole, houve também a implosão do Centro em função da escassez de espaço que impediu sua adequação às novas necessidades, resultando no desdobramento da centralidade econômica e, por conseguinte, em sua desvalorização. Marcado pela intensificação de um processo de ocupação por classes mais populares, cujo resultado será o das ocupações dos edifícios vazios a partir da década de 1990, a desvalorização será marcada pela deterioração do espaço e por este fator ligado à intensificação da sua ocupação proletária. Neste processo a propriedade privada do solo urbano passa por um processo de apropriação cujo fundamento se realiza em função do uso do espaço. Neste contexto, as políticas para a intervenção no espaço do Centro de São Paulo desenvolvem seus mecanismos para revalorizar o espaço e, ao mesmo tempo, reverter o quadro cada vez maior desta proletarização do Centro. De estratégias pontuais estas passaram para estratégias espaciais, por meio da delimitação estratégica de territórios que visam produzir novas formas de uso para o espaço. Neste movimento, as intervenções para a revalorização do espaço no Centro de São Paulo se realizam enquanto políticas urbano-territoriais que se articulam e, ao mesmo tempo, são complementadas pelas estratégias da cultura, responsáveis pelas novas representações do espaço. Conforme a metrópole em seu processo de reprodução torna-se força produtiva, o Centro torna-se capital fixo para o processo de reprodução que se realiza por meio da expansão por novas áreas espacialmente contíguas. O resultado é uma disputa pelo espaço conforme o interesse das classes sociais pelo espaço no Centro de São Paulo. / Considering the movement of explosion of the metropolis from the industrialization process, this research sought to understand the current of the revaluation process of downtown São Paulo as a historical result that derives from the metropolis reproduction process. Thus, oriented by valuation-devaluation-revaluation triad, the referential of analysis for the current moment consisted in the movement of policy interventions within the São Paulo downtown, implemented by the State from the 1990s. As was the movement of the metropolis explosion, there was also the downtown implosion due to the scarcity of space which prevented their adaptation to new needs, resulting in the deployment of the economic centrality and consequently, in its devaluation. Marked by the intensification of a process of occupation by popular classes, whose result will be the occupations of empty buildings from the 1990s, the devaluation will be marked by the deterioration of space and this factor linked to the intensification of its proletarian occupation. In this process the private ownership of urban land goes through a process of appropriation whose fundament is realized due to the use of space. In this context, policies for intervention in the space of downtown São Paulo develop its mechanisms to revalue the space and at the same time, reverse the situation of this proletarianization of the downtown São Paulo. Of specific strategies these have to spatial strategies, through the strategic demarcation of territories that aim to produce new forms of use for the space. In this movement, interventions to the revaluation of the downtown São Paulo are held as urban-territorial policies that articulate and at the same time, are complemented by strategies of culture, responsible for new representations of space. Therefore, as the metropolis in their reproduction process becomes productive force, the downtown becomes fixed capital for the reproduction process that takes place through the expansion of new spatially contiguous areas. The result is a fight for space as the interest of social classes through space in São Paulo downtown.

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