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Montar uma ruÃna: Clube AlagoinhaLis Paim Duarte 25 April 2017 (has links)
nÃo hà / Desde que foi erguida dentro dâÃgua, na ponta da orla marÃtima, a edificaÃÃo do
ALAGOAS IATE CLUBE â o Alagoinha â referenciou de tal forma a junÃÃo das praias da
Ponta Verde e da PajuÃara que a presenÃa da sua ruÃna passou a pairar sobre a
paisagem urbana de Maceià como um Ãcone cultural e uma verruga indesejada. Unidos
pelo tempo, nÃo se pode pensar sobre o antigo clube na cidade sem que os escombros
do edifÃcio venham à tona como uma sombra, precisamente impressa sobre os arrecifes
que lhe servem de terreno. Esta à sobretudo a viga mais resistente da sua arquitetura â a
localizaÃÃo em que foi construÃda. Ã como se nesta exata coordenada (do mapa, das
Ãguas, da cidade) pudesse estar concentrada, sempre atravÃs da degeneraÃÃo, uma
narrativa que se apresenta ao pensamento como uma explosÃo de destroÃosâ De inÃcio
acompanhada por uma equipe pequena, e, logo depois, sozinha, desde dezembro de
2012 passei a visitar semestralmente as ruÃnas do Alagoinha, a fim de capturar em filme e
arquivar os fragmentos de tal explosÃo. Em paralelo, deparei-me com os registros do
passado do prÃdio atravÃs do acervo de fotografias e de fitas em VHS e K7 cedido a mim
pela FamÃlia Costa, fundadora do clube. A soma do meu arquivo abrange hoje cerca de
40 horas de gravaÃÃes em vÃdeos, 1800 fotografias e 20 horas de ambiÃncias sonoras e
conversas gravadas na ruÃna com narradores que emprestaram seus diferentes pontos de
vista à minha construÃÃo. MONTAR UMA RUÃNA: CLUBE ALAGOINHA propÃe, portanto,
uma investigaÃÃo da poÃtica da montagem que se configura num duplo movimento: por
um lado, hà uma exposiÃÃo do jogo de procedimentos na criaÃÃo e manipulaÃÃo desse
arquivo na montagem dentro e fora da cÃmera, entre o espaÃo da ruÃna, da mente e da
ilha de ediÃÃo; por outro, a operaÃÃo de montagem que aqui se realiza à tambÃm a do
despedaÃar da possibilidade de uma narrativa linear do declÃnio do Alagoinha, alvo de
ocupaÃÃes transitÃrias e de ameaÃas constantes de desaparecimento, principalmente
apÃs o anÃncio da obra do âMarco Referencial do Turismoâ em MaceiÃ. Ao desdobrar a
matÃria fragmentada e heterogÃnea desse arquivo precÃrio (e ainda em aberto) numa
primeira trama possÃvel, experimento o exercÃcio de montagem de uma dissertaÃÃo-filme
(ou seria um filme-dissertaÃÃo?), por meio de imagens fotogrÃficas ou descritas, palavras
sonoras, relatos de processo e interlocuÃÃes de diversas naturezas. / From the moment its foundations were settle within the sea so that its facade could rest
over the surface at a famous corner by the seafront, ALAGOAS YACHT CLUB
(âAlagoinhaâ)âs presence stamped Ponta Verde and PajuÃaraâs beaches encounter in such
a remarkable way that, nowadays, its remains still hang over MaceiÃâs urban landscape
both as a cultural icon and an undesirable wart. Bound together by the force of time, one
cannot think about the city unless the already diluted shape of the ruins rising from the
reefs comes to mind. The ancient beach club location is in fact the strongest and toughest
beam of this architecture. As if in that exact point of Ocean and geography, and always
through a degeneration process, a bigger narrative could be surprisingly agglutinated,
erupting as a precise explosion amongst the wreckageâ Formerly with a small team, later
by myself, I kept visiting Alagoinhaâs ruins every six months, in order to capture in film the
fragments of such eruption. In parallel, I came across the rare photograph and VHS/ K7
tape registers owned by clubâs founders, the Costa family, all of which were personally
handed to me. My collection was then extended to more than 40 hours in video footages,
1800 photos, and about 20 hours in audio tapes fully recorded inside the ruins, including a
number of ambient sounds plus testimonials by different narrators in a series of
conversations with me. The (re)combination of all this material is what gives my own
construction its particular form. MOUNTING A RUIN: ALAGOINHA CLUB proposes,
therefore, an investigation on the poetics of montage that is performed in a double
movement: on the one hand, it is a disclosure of the game proceedings involved in the
creation and treatment of that archive inside and outside the camera, through the spaces
of the very ruins, the mind, and the editing room/island; on the other, the montage
operation itself is also that of the disruption of the possibility to create a linear narrative on
the ongoing decline of Alagoinha, while its ruins are being targeted by transitory
occupations and, especially after the announcement of a plan to build there a âtouristic
milestoneâ, by the imminent threat of disappearance as well. Unfolding the fragmented
content of that precarious archive in a prime possible plot, and so connecting
photographic, and descriptive, images, sonorous words, process reports, and distinct
conversations, I get to experience the assembling of an authentic thesis-film (or would it be
a film-thesis?).
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