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Efeitos do consumo da castanha-do-Brasil (Bertholletia excelsa H.B.K.) na modulação do estresse oxidativo e instabilidade genômica em indivíduos com diabetes mellitus tipo 2Macan, Tamires Pavei January 2017 (has links)
Tese de Doutorado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde da Universidade do Extremo Sul Catarinense para obtenção do título de Doutor em Ciências da Saúde. / A diabetes mellitus tipo 2 (DM2) é uma doença metabólica cada vez mais prevalente que ocorre, em grande parte, devido às mudanças ambientais e no estilo de vida. Os estados crônicos de hiperglicemia, hiperlipidemia e hiperinsulinemia podem levar ao estresse oxidativo e consequentemente, à oxidação do ácido desoxirribonucleico (DNA). Uma boa prescrição dietética é considerada essencial no tratamento e prevenção de complicações relacionadas à DM2. A castanha-do-Brasil (Bertholletia excelsa, H.B.K.) é a melhor fonte alimentar de selênio encontrada na natureza e, níveis adequados deste mineral no organismo apresentam diversos benefícios à saúde, incluindo melhora no estado redox celular e modulação da instabilidade genômica. Nesse contexto, o objetivo deste trabalho foi avaliar os efeitos do consumo desta oleaginosa sobre parâmetros bioquímicos, de estresse oxidativo e instabilidade genômica em indivíduos com DM2. Participaram deste estudo 37 homens e 37 mulheres, que consumiram 1 castanha-do-Brasil por dia (»210 μg de selênio) durante 6 meses. Foram coletadas amostras de sangue periférico e células esfoliadas da mucosa bucal imediatamente antes do início e ao final do estudo. Foram analisados os perfis glicêmico, lipídico, inflamatório, hepático e renal, além dos níveis séricos de selênio. Em relação ao estresse oxidativo, foram determinados os níveis de 2',7'-diclorofluoresceína (DCF), nitritos, tióis totais, grupamentos carbonila, malondialdeído (MDA), glutationa (GSH), glutationa peroxidase (GPx) e catalase (CAT). O ensaio cometa nas versões alcalina e modificada com o uso de formamidopirimidina glicosilase foi utilizado para análise dos danos basal e oxidativo ao DNA, respectivamente. O teste de micronúcleo em células esfoliadas da mucosa bucal foi utilizado para caracterização dos tipos celulares, anormalidades nucleares e presença de dano nuclear. As análises estatísticas foram feitas usando os testes t pareado ou de Wilcoxon e, correlação Spearman. Ao analisar os parâmetros bioquímicos, foram observados aumento dos níveis de glicemia de jejum, colesterol HDL e LDL e gama-glutamiltransferase. Os níveis de insulina e a relação triglicerídeos/HDL-colesterol foram diminuídos. O consumo de castanha-do-Brasil durante seis meses foi capaz de aumentar significativamente os níveis de selênio, GSH, GPx e CAT, sugerindo uma melhora do sistema antioxidante dos pacientes. Em relação à produção de oxidantes, os níveis de DCF e nitritos foram diminuídos. Observou-se um aumento dos níveis de tióis totais e diminuição do conteúdo de grupamentos carbonila e níveis de MDA, sugerindo uma redução na oxidação de proteínas e lipídios. Quanto à instabilidade genômica, os 16 danos ao DNA, avaliados através do ensaio cometa foram significativamente diminuídos, assim como a frequência de micronúcleos e brotos nucleares também. Os testes estatísticos revelaram que os níveis de selênio foram negativamente associados aos níveis de MDA, danos ao DNA e frequência de micronúcleos. Por outro lado, houve uma associação positiva entre os níveis de selênio e tióis totais, GSH, GPx e CAT. Os resultados do presente trabalho sugerem que a ingestão diária de castanha-do-Brasil pode ser uma aliada na modulação da instabilidade genômica em indivíduos com DM2, provavelmente através de mudanças no estado redox celular.
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