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A capacidade de estar só: a perspectiva psicanalítica de D. W. Winnicott

Batista, John Londerry 15 September 2017 (has links)
Submitted by Filipe dos Santos (fsantos@pucsp.br) on 2017-09-25T13:16:54Z No. of bitstreams: 1 John Londerry Batista.pdf: 1663439 bytes, checksum: cba1b0998a6c5b880c6b77d8ac869ad3 (MD5) / Made available in DSpace on 2017-09-25T13:16:54Z (GMT). No. of bitstreams: 1 John Londerry Batista.pdf: 1663439 bytes, checksum: cba1b0998a6c5b880c6b77d8ac869ad3 (MD5) Previous issue date: 2017-09-15 / Conselho Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento Científico e Tecnológico - CNPq / This work aims to understand the capacity to be alone from the psychoanalytic perspective of D. Winnicott, thus seeking the importance of this theoretical formulation for human maturation and, consequently, showing its relevance to the clinic. In our clinical experience, we find many people who fear being alone and are always in search of someone or something to do. And very often we listen to these individuals who, when alone, do not know what to do, feel lost, helpless, so they prefer to work without rest to feel alive. This led us to interest in the study of the capacity to be alone in the light of Winnicottian psychoanalytic thinking. For this, in view of the classical principle of hermeneutics, in which each concept of an author must be elucidated in the totality of his work, one sought the comprehension of the capacity to be alone in the whole psychoanalytic thought of D. W. Winnicott. In this way, we tried to contextualize the starting point of the Winnicottian psychoanalytic vision and global comprehension of its psychoanalytic perspective, emphasizing some concepts, such as: the human animal, the experience animal, the ego and id, his notion of Instinct and drive, that of false and true self, that of ego (egorelatedness), the paradox, that of favorable environment, and especially its fundamental theory of human emotional maturation. We emphasize these concepts, therefore, as they support the understanding of the study theme. From this, we sought to reflect on the ability to be alone and to explain the understanding of this original Winnicottian formulation, served as a clinical case attended and described by Winnicott himself, the so-called case B. From the theory of emotional maturity of DW Winnicott, the ability to be alone is associated with an important initial moment of human development: the essential solitude. With evolving from the integrative process of the individual, five fundamental themes need to be established for him to experience being alone, as ability: first, the status of a unitary identity; Acquisition of a personality and a personal identity (true self); Third, the organization of the egoic nucleus that makes possible to experience a personal environment; Fourth, personal development facilitated by the maternal environment and, finally, the recognition and incorporation of maternal (mother-environment) care as a good object. Thus, in Winnicott's perspective, being alone as a capacity is a highly sophisticated phenomenon, in which the individual enjoying emotional health can experience, with all confidence in himself and in the environment in which he is inserted, being with himself, calmly, Being able to rest, relax without losing contact with shared reality and, moreover, live their interpersonal relationships, be it friendship or loving, with personal sense, experiencing them as real and valiant / Este trabalho tem como objetivo compreender a capacidade de estar só desde a perspectiva psicanalítica de D. W. Winnicott, buscando, assim, a importância dessa formulação teórica para o amadurecimento humano e, consequentemente, mostrando a sua relevância para a clínica. Em nossa experiência clínica, encontramos muitas pessoas que temem estar sós e sempre estão em busca de alguém ou de algo para fazer. E, com muita frequência, escutamos desses indivíduos que, quando estão sós, não sabem o que fazer, sentem-se perdidos, desamparados, por isso, preferem trabalhar sem descanso para se sentirem vivos. Isso nos levou a nos interessar pelo estudo da capacidade de estar só à luz do pensamento psicanalítico winnicottiano. Para tanto, tendo em vista o princípio clássico da hermenêutica, no qual cada conceito de um autor deve ser elucidado na totalidade de sua obra, buscamos a compreensão da capacidade de estar só no conjunto do pensamento psicanalítico de D. W . Winnicott. Desse modo, procuramos contextualizar o ponto de partida da visão psicanalítica winnicottiana e compreensão global de sua perspectiva psicanalítica, enfatizando alguns conceitos, tais como: o de animal humano, o de experiência, o de ego e de id, a sua noção de instinto e de pulsão, o de falso e verdadeiro si-mesmo, o de relação de ego (egorelatedness), o paradoxo, o de ambiente favorável, e, especialmente, a sua fundamental teoria do amadurecimento emocional humano. Destacamos tais conceitos, pois, eles sustentam o entendimento do tema do estudo. A partir disso, procuramos refletir sobre a capacidade de estar só e, para explicitar a compreensão desta original formulação winnicottiana, servimos de um caso clínico atendido e descrito pelo próprio Winnicott, o denominado caso B. A partir da teoria do amadurecimento emocional de D. W. Winnicott, a capacidade de estar só se associa a um importante momento inicial do desenvolvimento humano: a solidão essencial. Com evoluir do processo integrativo do indivíduo, cinco temas fundamentais necessitam ser estabelecidos para que ele experimente o estar só como capacidade: primeiro, o estatuto de um identidade unitária, segundo, a aquisição de uma personalidade e uma identidade pessoal (si-mesmo verdadeiro), terceiro, a organização do núcleo egoico, que possibilita experimentar um ambiente pessoal, quarto, o desenvolvimento pessoal facilitado pelo ambiente materno e, por último, o reconhecimento e a incorporação dos cuidados maternos (mãe-ambiente) como um objeto bom. Assim, na perspectiva winnicottiana, o estar só, como capacidade, constitui um fenômeno altamente sofisticado, em que o indivíduo, gozando de saúde emocional, pode experimentar, com toda confiança em si e no ambiente em que está inserido, o estar consigo mesmo, tranquilamente, sendo capaz de descansar, relaxar sem perder o contato com a realidade compartilhada e, além disso, viver as suas relações interpessoais, seja de amizade ou amorosas, com sentido pessoal, experimentando-as como real e valorosas

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