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O Malabarista: um estudo sobre o professor de sala multisseriada por meio do município de Jussara - GO

Toledo, Maria Cristina Moiana de 01 September 2005 (has links)
Made available in DSpace on 2016-07-27T13:52:37Z (GMT). No. of bitstreams: 1 Maria Cristina Moiana de Toledo.pdf: 1184148 bytes, checksum: 99922ea1067b883e1588573ecc06efe9 (MD5) Previous issue date: 2005-09-01 / Formal education, which historically was aimed at agricultural workers, was noteworthy for the exclusive attitude of the ruling class, reducing education to mere schooling, and established the notion that the rural worker needed no more than basic literacy. This belief has led, over the years, to the precarious situation of rural schools, both in their physical structure and in the inadequate preparation of teachers. Consisting essentially of a mixed level or one-teacher class, this school is defined as having one class and a single teacher who teaches the first four levels of primary education in the same place at the same time. This is the context of our research theme and the teachers of mixed level classes in rural areas were the focus of our study. Often overlooked in educational research, the teacher of mixed level classes tends to be represented as a juggler dividing herself between the various roles imposed on her, and a teacher who manages to facilitate the learning of up to eighteen children at the same time. by giving these teachers a voice, a dialogue was established. We could then reveal the social inequality and the contradictions of the rural and non-rural school. For theoretical support, we took as a basis the studies of Sérgio Leite (1999); Jadir Pessoa (1997); Carlos Brandão (1990); Julieta Calazans (1993); Márcia Regina Andrade and Maria Clara Di Pierro ([20--]); Edgar Kolling, Nery and Mônica Molina (1999) in relation to research on rural education. The foundation for the arguments was found in Marx and Engels (1977); Marilena Chauí (2003); Gaudêncio Frigotto (1995); Miguel Arroyo (1995); Iria Brzezinski, Maria Esperança Carneiro and Wanderley Brito (2004); Acácia Kuenzer (1987); Osmar Fávero (2001); Carlos Jamil Cury (2001) and others. An effort was made to understand the movement, the process, the contradictions (dialectic method) in historical materialism (methodology) which seek the basis of societies in the socio-historical formation and in relation to production. Taking dialectic materialism as its starting point, this study took a cross-section to get to know and to show the reality of the mixed-level teachers, of the students and of the parents. Qualitative research was used in this study. Descriptive/analytical study was also decided upon, using the following techniques: open interviews, free observation, filed trip notes and closed questionnaires in order to collect socio-economic data. The criterion for the selection of teachers was that the school in which they work should be situated on the farms. Understanding of the thin line separating the urban from the rural shows itself when many of the inhabitants of the poor suburbs, which are characterised more as a product of the deterioration of the cities than of urban development, have a tense relationship with urban culture. As they worked in the rural areas, they maintain the rural culture of their origin. It is apparent, moreover, that the rural school arises as a result of interests linked to industrialisation and urban growth, that rural education receives marginal treatment in official documents, and that the rural school is distinguished by its link to the work and culture of the rural area. We have tried to show that education in the rural area at the beginning of the 21st century is going through a process of change, demanded by social movements, bringing together the forgotten voices of groups socially repressed, but at the same time generators of knowledge and means of survival. The jugglers . i.e. the rural teachers, students and parents, who in their statements show a quite different reality from that described by municipal authorities. / O ensino formal, que historicamente se destinou aos trabalhadores do campo, foi marcado pelo consenso de exclusão por parte da classe dominante, reduzindo a educação à escolarização e estabeleceu, ideologicamente, que ao homem do campo era suficiente o domínio das primeiras letras. Essa realidade tem gerado, ao longo dos anos, a situação de precariedade em que viveu e ainda vive a escola do campo, seja em relação à estrutura física, seja pelo insuficiente grau de formação do professor. Constituída essencialmente por sala multisseriada ou unidocente, essa escola se caracteriza por possuir uma sala e ter um só professor que ministra aulas para as quatro séries iniciais do Ensino Fundamental, no mesmo local e ao mesmo tempo. Nesse contexto recaiu o tema da pesquisa e o professor da zona rural de sala multisseriada constituiu o nosso objeto de estudo. Pouco lembrado nas pesquisas sobre educação, o professor de sala multisseriada acabou por apresentar-se como um malabarista no sentido de desdobrar-se entre as variadas atribuições que lhe foram impingidas e o professor que consegue mediar aprendizagem para até dezoito crianças, simultaneamente. Ao dar voz a esses professores, estabeleceu-se um diálogo. Pudemos, então, desvendar a desigualdade social e as contradições da escola no campo e não do campo. Para o apoio teórico tomamos por base os estudos de Sérgio Leite (1999); Jadir Pessoa (1997); Carlos Brandão (1990); Julieta Calazans (1993); Márcia Regina Andrade e Maria Clara Di Pierro ([20--]); Edgar Kolling, Nery e Mônica Molina (1999) em relação ao estudo da pesquisa no sentido da educação no campo. O fundamento para as discussões foi encontrado em Marx e Engels (1977); Marilena Chauí (2003); Gaudêncio Frigotto (1995); Miguel Arroyo (1995); Iria Brzezinski, Maria Esperança Carneiro e Wanderley Brito (2004); Acácia Kuenzer (1987); Osmar Fávero (2001); Carlos Jamil Cury (2001) e outros. Procurou-se apreender o movimento, o processo, as contradições (método dialético) no materialismo histórico (metodologia) que buscam os fundamentos das sociedades nas formações sócio-históricas e na relação de produção. Tomando por fundamentação o materialismo dialético, esta pesquisa fez um recorte para conhecer e tornar evidente a realidade dos professores de sala multisseriada, dos alunos e pais. A pesquisa qualitativa foi utilizada para este estudo. Optou-se, também, pelo estudo descritivo/analítico, utilizando as seguintes técnicas: entrevistas abertas, observação livre, anotações de campo e questionário fechado para o levantamento de dados sócio-econômicos. O critério para a seleção dos professores foi que a escola, em que eles trabalham, estivesse situada nas fazendas. O entendimento da tênue linha que separa o urbano do rural apresenta-se quando muitos moradores nas periferias pobres, que se caracterizam mais como produto da degradação da cidade do que, propriamente, do desenvolvimento urbano, acabam tendo uma relação tensa com a cultura urbana. Como trabalhavam no campo, reafirmam sua cultura rural de origem. Explicita, ainda, que a escola rural surge em função de interesses ligados à industrialização e urbanização, recebendo a educação rural tratamento periférico nos textos oficiais, e a Escola do Campo que se distingue pelo vínculo com o trabalho e a cultura do campo. Buscou-se mostrar que o ensino na zona rural passa, no início do século XXI, por um processo de mudança, reivindicada pelos movimentos sociais, acolhendo as vozes esquecidas de grupos sociais subalternos, mas produtores de saberes e formas de sobrevivência. Pertencem a esse grupo os malabaristas , ou seja, os professores da roça , alunos e pais, que em seus depoimentos mostraram uma realidade diversa do discurso das autoridades municipais.

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