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Compreendendo o Sofrimento Decorrente do Trabalho nos Motoboys de Fortaleza-CE

Andressa Alencar Gondim 13 March 2009 (has links)
FundaÃÃo Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Cientifico e TecnolÃgico / O trabalho dos motoboys tem ganhado espaÃo na contemporaneidade pela agilidade desses profissionais em realizar serviÃos em tempo reduzido â o que os torna indispensÃveis quando deles se necessita. Em contrapartida, esses trabalhadores sÃo rotulados de irresponsÃveis em virtude dos riscos a que se expÃem. Por isso, tÃm uma imagem negativa para a maioria dos atores do trÃnsito. Considerando, pois, que os motoboys se encontram sob condiÃÃes laborais precarizadas, trabalhando na informalidade e submetendo-se a riscos constantes, o presente estudo buscou compreender a relaÃÃo entre essa situaÃÃo de precarizaÃÃo laboral vivenciada por esses profissionais e os riscos de acidentes e de violÃncia a que estÃo expostos, assim como as conseqÃÃncias desse cenÃrio para esses trabalhadores e as estratÃgias que desenvolvem para permanecer na ocupaÃÃo. Para isso, foram realizadas entrevistas semi-estruturadas com cinco motoboys de Fortaleza (CE), seguindo o paradigma qualitativo. Posteriormente, os dados foram analisados a partir da AnÃlise de ConteÃdo TemÃtica. Foi possÃvel perceber que a organizaÃÃo do trabalho està diretamente relacionada aos riscos a que os motoboys estÃo submetidos em seu cotidiano. Essa organizaÃÃo laboral provoca um aumento de pressÃo sobre esses profissionais, jà que, visando à reduÃÃo de tempo na realizaÃÃo das atividades, faz com que os trabalhadores conduzam suas motocicletas em velocidade elevada, muitas vezes infringindo as leis de trÃnsito. O trabalho por produÃÃo, uma vez que nÃo hà salÃrio fixo, tambÃm à outro fator que potencializa os riscos de acidentes no trabalho dos motoboys, que aceleram suas motos para aumentar a renda e garantir a subsistÃncia. A violÃncia urbana à outro relevante elemento de risco para os motoboys, causando-lhes medo e obrigando-os a desenvolverem estratÃgias de defesa para continuarem na profissÃo. / Contemporaneously, motorcycle delivery workers â also known as motoboys â have become popular due to their capacity of accomplishing tasks in a short period of time. Nonetheless, because of the risks the motoboys accept to take, they have been labeled as irresponsible riders by drivers and pedestrians. Hence considering that this group is formed by subcontracted workers who have to perform their job under dangerous circumstances, the present study aimed to research the link between the labor precarization experienced by the motoboys and the accident/violence risks theyâre subject to. Their strategies to remain employed as well as the consequences of this relation were also discussed. Semi-structured interviews were undertaken with five motoboys from Fortaleza-CE, adopting the qualitative paradigm. The interviews were analyzed using thematic content analysis, methodology through which we came to understand that the job demands are directly related to the risks the motoboys are subject to on a regular basis. Since they need to optimize their time, trying to perform as much tasks as they can, in the shortest period of time possible, it turns out that they work under pressure and eventually violate traffic laws. The fact that they have no stable salary and that their income is proportional to their production is also another factor that increases the potential risks of work accidents. Urban violence is another important risk element against the motoboys, causing them to fear their work and forcing them to adopt defense strategies to remain on the job.
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Compreendendo o sofrimento decorrente do trabalho nos motoboys de Fortaleza-CE

GONDIM, Andressa Alencar January 2009 (has links)
GONDIM , Andressa Alencar. Compreendendo o sofrimento decorrente do trabalho nos motoboys de Fortaleza-CE . 2009. 106f. Dissertação (Mestrado em Psicologia) – Universidade Federal do Ceará, Departamento de Psicologia, Programa de Pós-Graduação em Psicologia, Fortaleza-CE, 2009. / Submitted by moises gomes (celtinha_malvado@hotmail.com) on 2011-11-30T20:14:36Z No. of bitstreams: 1 2009_dis_AAGondim.PDF: 807684 bytes, checksum: ebca05c3606e6eb6ce0c8547c6554943 (MD5) / Approved for entry into archive by Maria Josineide Góis(josineide@ufc.br) on 2012-01-09T15:26:47Z (GMT) No. of bitstreams: 1 2009_dis_AAGondim.PDF: 807684 bytes, checksum: ebca05c3606e6eb6ce0c8547c6554943 (MD5) / Made available in DSpace on 2012-01-09T15:26:47Z (GMT). No. of bitstreams: 1 2009_dis_AAGondim.PDF: 807684 bytes, checksum: ebca05c3606e6eb6ce0c8547c6554943 (MD5) Previous issue date: 2009 / Contemporaneously, motorcycle delivery workers – also known as motoboys – have become popular due to their capacity of accomplishing tasks in a short period of time. Nonetheless, because of the risks the motoboys accept to take, they have been labeled as irresponsible riders by drivers and pedestrians. Hence considering that this group is formed by subcontracted workers who have to perform their job under dangerous circumstances, the present study aimed to research the link between the labor precarization experienced by the motoboys and the accident/violence risks they’re subject to. Their strategies to remain employed as well as the consequences of this relation were also discussed. Semi-structured interviews were undertaken with five motoboys from Fortaleza-CE, adopting the qualitative paradigm. The interviews were analyzed using thematic content analysis, methodology through which we came to understand that the job demands are directly related to the risks the motoboys are subject to on a regular basis. Since they need to optimize their time, trying to perform as much tasks as they can, in the shortest period of time possible, it turns out that they work under pressure and eventually violate traffic laws. The fact that they have no stable salary and that their income is proportional to their production is also another factor that increases the potential risks of work accidents. Urban violence is another important risk element against the motoboys, causing them to fear their work and forcing them to adopt defense strategies to remain on the job. / O trabalho dos motoboys tem ganhado espaço na contemporaneidade pela agilidade desses profissionais em realizar serviços em tempo reduzido – o que os torna indispensáveis quando deles se necessita. Em contrapartida, esses trabalhadores são rotulados de irresponsáveis em virtude dos riscos a que se expõem. Por isso, têm uma imagem negativa para a maioria dos atores do trânsito. Considerando, pois, que os motoboys se encontram sob condições laborais precarizadas, trabalhando na informalidade e submetendo-se a riscos constantes, o presente estudo buscou compreender a relação entre essa situação de precarização laboral vivenciada por esses profissionais e os riscos de acidentes e de violência a que estão expostos, assim como as conseqüências desse cenário para esses trabalhadores e as estratégias que desenvolvem para permanecer na ocupação. Para isso, foram realizadas entrevistas semi-estruturadas com cinco motoboys de Fortaleza (CE), seguindo o paradigma qualitativo. Posteriormente, os dados foram analisados a partir da Análise de Conteúdo Temática. Foi possível perceber que a organização do trabalho está diretamente relacionada aos riscos a que os motoboys estão submetidos em seu cotidiano. Essa organização laboral provoca um aumento de pressão sobre esses profissionais, já que, visando à redução de tempo na realização das atividades, faz com que os trabalhadores conduzam suas motocicletas em velocidade elevada, muitas vezes infringindo as leis de trânsito. O trabalho por produção, uma vez que não há salário fixo, também é outro fator que potencializa os riscos de acidentes no trabalho dos motoboys, que aceleram suas motos para aumentar a renda e garantir a subsistência. A violência urbana é outro relevante elemento de risco para os motoboys, causando-lhes medo e obrigando-os a desenvolverem estratégias de defesa para continuarem na profissão.

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