Der Regisseur Akira Takayama und seine Gruppe Port B haben in den letzten Jahren mit genreübergreifenden Arbeiten in urbanen Räumen innerhalb wie auch außerhalb Japans auf sich aufmerksam gemacht. Der Text untersucht anhand zweier Arbeiten aus dem Jahr 2009, „Sunshine 63“ und „Compartment City Tokyo“, wie Port B Antagonismen des japanischen Geschichtsbildes sowie tabuisierte Zonen im städtischen Raum von Tokyo aufspürt und markiert. Beide Arbeiten wurden im Rahmen des Festival/Tokyo gezeigt, einem Theaterfestival, das als Teil des „Culture Creation Project“ der Stadt Tokyo die (inzwischen gescheiterte) Bewerbung Tokyos für die Olympischen Sommerspiele 2016 promoten sollte. Der Text stellt auch die Frage, welche Konnotationen der geschichtskritische, auf im öffentlichen Bild weitgehend verdrängte Bereiche abzielende Ansatz von Port B im Kontext des olympiaambitionierten Festivals sichtbar macht.

O conceito de 'acontecimento' emerge nas artes cênicas após a Segunda Guerra Mundial, no momento em que o conceito moderno, normativo de teatro – a configuração “drama“, se quisermos – é radicalmente criticado. Os primeiros Happenings dos anos 1950 e o seu desenvolvimento nas artes cênicas – por exemplo, no “Teatro-Happening“ de Tadeusz Kantor – contestam a ideia de obra de arte como forma acabada, previamente dada, assim como a divisão essencialista, modernista das artes. A arte se torna “arte conceitual“, arte que opera na percepção ready-made das coisas. Mas uma parte significativa da teoria teatral contemporânea, que emprega o conceito de 'acontecimento' e que defende os artistas cênicos não-mais-dramáticos contra críticas conservadoras, mobiliza, porém, ela mesma uma concepção conservadora e contraditória de acontecimento para entender o novo teatro. Nesta tese, faço numa crítica teórico-analítica dessa abordagem conservadora através do contra-conceito de 'desacontecimento' e da análise de quatro trabalhos contemporâneos: 'Bloody mess' e 'Speak bitterness', do grupo Forced Entertainment; 'Um circo de rins e fígados', da cia. Ópera Seca de Gerald Thomas; e 'Viagem a Nova York', da cia. Teatro Número Três.:SUMÁRIO // INHALT INTRODUÇÃO: Entre ovo e forma oval . . .1 PRIMEIRA PARTE, Discussão teórica 1. O acontecimento como experiência estética. . . 9 O problema do sensível. . .10 Estética da força esclarecida. . .12 Estética da força obscura. . .16 Arte estética ou estetização das formas (da arte também). . . 21 2. Teatro e acontecimento. . . 27 Sujeito e forma dramática. . . 34 Artaud e a perda de si. . . 37 Arte em processo. . . 41 3. Acontecimento sem (participação da) forma. . . 48 O acontecimento atordoante da Presença Real (1) - Féral e o “performer infrassimbólico”. . . 53 O acontecimento atordoante da Presença Real (2) - Fischer-Lichte e o “choque do corpo fenomênico”. . . 56 Uma missão sacrificial para o teatro contemporâneo. . . 58 O acontecimento atordoante da Presença Real (3) – Cassiano Quilici e a “experiência da não forma”. . . 59 Crítica do (novo) naturalismo performativo. . . 61 4. A forma do ponto zero da forma. . . 66 No beco sem saída do não pensamento. . . 69 Concluindo a primeira parte. . . 74 SEGUNDA PARTE, Análise de trabalhos 1. Desacontecimento do performativo: “teatro de escada rolante” (sobre o Forced Entertainment). . . 77 'Bloody mess' (2004), ou “alguma coisa em mim simplesmente não está acontecendo”. . . 79 Análise do solo de Cathy Naden. . . 85 'Speak bitterness' (1994) e o “nós” da confissão. . .98 2. Desacontecimento da informação: “algo de grave aconteceu. Não sei o que houve” (sobre 'Um circo de rins e fígados' (2005) da Ópera Seca). . .107 Uma missão para o ator Nanini . . .109 I. . .114 “Morfologias achadas em Júlio César, de Shakespeare”. . .117 O problema de não se ir ao teatro é confiar na própria realidade. . .125 II. . .130 III. . .135 IV. . .144 3. Desacontecimento do autobiográfico: o Marcio é um outro (sobre 'Viagem a Nova York' (2018) do Teatro Número Três) . . .155 I. . .155 Uma definição (literária) de “autobiografia”. . .156 Freitas e a crítica do teatro-sem-teatro autobiográfico. . .157 Dois modos apresentacionais da sinceridade autobiográfica. . .160 O problema do clichê da sinceridade. . .164 Produzindo a máscara nua do real: o irreal estruturante. . .166 A forma-relato objetiva como opressão da memória. . .168 Autobiografia como vida exemplar. . .170 Uma vontade técnico-midiática do teatro. . .172 II. . .175 Um aparato inusitado. . .178 Hiperfalsidades. . .183 A sinceridade formalizada é duvidosa. . .188 CONSIDERAÇÕES FINAIS. . .193 REFERÊNCIAS. . .199 ZUSAMMENFASSUNG AUF DEUTSCH // RESUMO EM ALEMÃO. . .203 / Der Begriff „Ereignis“ taucht bei den Darstellenden Künsten nach dem Zweiten Weltkrieg auf, als der moderne, normative Theaterbegriff – die Konfiguration „Drama“, wenn wir so wollen – radikal kritisiert wird. Die ersten Happenings der 50iger Jahre und ihre Entwicklung in den Darstellenden Künsten – z. B. bei Tadeusz Kantors „Theater-Happening“ – bestreiten die Idee des Kunstwerks als fertige, vorhergegebene Form, sowie die essentialistische, modernistische Abteilung der Künste. Die Kunst wird dann „Konzeptkunst“, also Kunst, die in die ready made (vorgefertigte) Wahrnehmung der Dinge hineinwirkt. Aber ein bedeutender Teil der zeitgenössischen Theatertheorie, welcher den Begriff „Ereignis“ benutzt und die „nicht-mehr-Dramatik“- darstellenden Künstler verteidigt, hält nichtdestotrotzt an einer widersprüchlichen, konservativen Vorstellung des Begriffs „Ereignis“ für das neue Theater fest. Meine Dissertation versucht deshalb eine theoretische und analytische Kritik an diesem konservativen Ansatz durch den Gegenbegriff „Unereignis“ und die Analyse von vier zeitgenössischen Werke: „Bloody mess“ und „Speak bitterness“ von Forced Entertainment; „Um circo de rins e fígados“ von Gerald Thomas Ópera Seca; und „Viagem a Nova York“ von Teatro Número Três.:SUMÁRIO // INHALT INTRODUÇÃO: Entre ovo e forma oval . . .1 PRIMEIRA PARTE, Discussão teórica 1. O acontecimento como experiência estética. . . 9 O problema do sensível. . .10 Estética da força esclarecida. . .12 Estética da força obscura. . .16 Arte estética ou estetização das formas (da arte também). . . 21 2. Teatro e acontecimento. . . 27 Sujeito e forma dramática. . . 34 Artaud e a perda de si. . . 37 Arte em processo. . . 41 3. Acontecimento sem (participação da) forma. . . 48 O acontecimento atordoante da Presença Real (1) - Féral e o “performer infrassimbólico”. . . 53 O acontecimento atordoante da Presença Real (2) - Fischer-Lichte e o “choque do corpo fenomênico”. . . 56 Uma missão sacrificial para o teatro contemporâneo. . . 58 O acontecimento atordoante da Presença Real (3) – Cassiano Quilici e a “experiência da não forma”. . . 59 Crítica do (novo) naturalismo performativo. . . 61 4. A forma do ponto zero da forma. . . 66 No beco sem saída do não pensamento. . . 69 Concluindo a primeira parte. . . 74 SEGUNDA PARTE, Análise de trabalhos 1. Desacontecimento do performativo: “teatro de escada rolante” (sobre o Forced Entertainment). . . 77 'Bloody mess' (2004), ou “alguma coisa em mim simplesmente não está acontecendo”. . . 79 Análise do solo de Cathy Naden. . . 85 'Speak bitterness' (1994) e o “nós” da confissão. . .98 2. Desacontecimento da informação: “algo de grave aconteceu. Não sei o que houve” (sobre 'Um circo de rins e fígados' (2005) da Ópera Seca). . .107 Uma missão para o ator Nanini . . .109 I. . .114 “Morfologias achadas em Júlio César, de Shakespeare”. . .117 O problema de não se ir ao teatro é confiar na própria realidade. . .125 II. . .130 III. . .135 IV. . .144 3. Desacontecimento do autobiográfico: o Marcio é um outro (sobre 'Viagem a Nova York' (2018) do Teatro Número Três) . . .155 I. . .155 Uma definição (literária) de “autobiografia”. . .156 Freitas e a crítica do teatro-sem-teatro autobiográfico. . .157 Dois modos apresentacionais da sinceridade autobiográfica. . .160 O problema do clichê da sinceridade. . .164 Produzindo a máscara nua do real: o irreal estruturante. . .166 A forma-relato objetiva como opressão da memória. . .168 Autobiografia como vida exemplar. . .170 Uma vontade técnico-midiática do teatro. . .172 II. . .175 Um aparato inusitado. . .178 Hiperfalsidades. . .183 A sinceridade formalizada é duvidosa. . .188 CONSIDERAÇÕES FINAIS. . .193 REFERÊNCIAS. . .199 ZUSAMMENFASSUNG AUF DEUTSCH // RESUMO EM ALEMÃO. . .203

Der Regisseur Akira Takayama und seine Gruppe Port B haben in den letzten Jahren mit genreübergreifenden Arbeiten in urbanen Räumen innerhalb wie auch außerhalb Japans auf sich aufmerksam gemacht. Der Text untersucht anhand zweier Arbeiten aus dem Jahr 2009, „Sunshine 63“ und „Compartment City Tokyo“, wie Port B Antagonismen des japanischen Geschichtsbildes sowie tabuisierte Zonen im städtischen Raum von Tokyo aufspürt und markiert. Beide Arbeiten wurden im Rahmen des Festival/Tokyo gezeigt, einem Theaterfestival, das als Teil des „Culture Creation Project“ der Stadt Tokyo die (inzwischen gescheiterte) Bewerbung Tokyos für die Olympischen Sommerspiele 2016 promoten sollte. Der Text stellt auch die Frage, welche Konnotationen der geschichtskritische, auf im öffentlichen Bild weitgehend verdrängte Bereiche abzielende Ansatz von Port B im Kontext des olympiaambitionierten Festivals sichtbar macht.