[pt] Esta tese analisa o apagamento do sujeito na clínica contemporânea, tomando como exemplo a construção do campo discursivo da psiquiatria biológica. Investiga a construção deste campo como resultado da luta pelo monopólio da autoridade científica. Problematiza o predomínio da abordagem fisicalista acerca do sofrimento subjetivo e a medicalização do mal-estar. Ao longo dos capítulos, a tese discute a constituição de valores individualista e a noção de sujeito do inconsciente. Descreve a trajetória intelectual da psiquiatria para revelar a tensão entre as abordagens física e mental. Examina o projeto psiquiátrico de reduzir a subjetividade ao funcionamento cerebral. Analisa criticamente a classificação dos transtornos mentais, associando-a à inflação diagnóstica. A tese identifica que a psiquiatria biológica tem se deparado com limites clínicos para a imposição da leitura fisicalista. Estes limites relacionam-se à ausência de evidências que confirmem a premissa segundo a qual os transtornos mentais são transtornos cerebrais. Do ponto de vista da psicanálise, o limite está dado pelo fato de que o sujeito é efeito de linguagem e que, portanto, não é possível tomá-lo como duplo do cérebro nem reduzi-lo a categorias diagnósticas universalizantes. / [en] This thesis analyses the effacement of the subject in the contemporary clinic, taking as example the construction of the discursive field of biological psychiatry. It inquires the construction of the field as a result of the battle for monopoly of scientific authority and qualification. It questions the predominance of physicalism regarding subject suffering and the medicalization of uneasiness. Throughout its chapters, the thesis discusses the development of individualistic values and the notion of the unconscious subject. It describes the intellectual path of psychiatry in order to unveil the tension between the physical and mental approaches. Examines the psychiatric project to reduce subjectivity in brain functioning. It analyzes critically the classification of mental disorders in order to associate it to a diagnostic inflation. The thesis shows that the biological psychiatry has faced scientific limits for the imposition of the physicalistic reading. These limits refer to the lack of evidences that confirm the premise according to which mental disorders are brain disorders. From the psychoanalytical point of view, the limit is given by the fact that the subject is a result of language and that, therefore, it is not possible to consider it as a double of the brain, or reduce it to universalizing diagnostic categories.
Identifer | oai:union.ndltd.org:puc-rio.br/oai:MAXWELL.puc-rio.br:34910 |
Date | 27 August 2018 |
Creators | DEBORAH UHR |
Contributors | JUNIA DE VILHENA |
Publisher | MAXWELL |
Source Sets | PUC Rio |
Language | Portuguese |
Detected Language | English |
Type | TEXTO |
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