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Sociologia no ensino médio : cenários biopolíticos e biopotência em sala de aula

Tema: análise de ações pedagógicas construídas para a disciplina de Sociologia no ensino médio em sete turmas do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul câmpus Bento Gonçalves durante o ano letivo de 2011. Justificativas: observa-se a contemporaneidade da crise na educação e, assim, preocupa-se com a constituição de espaços públicos e com as tendências de vinculação da formação humana aos interesses neoliberais. Problemas de pesquisa: neste estudo pergunta-se sobre as possibilidades de se constituírem ações pedagógicas em Sociologia que ponham em movimento a potência, a criatividade e a abertura dos educandos para introduzirem alguma novidade no mundo; sobre a possibilidade de se apresentar o mundo aos educandos a partir das concepções teóricas sobre a biopolítica; sobre as possibilidades de se construir espaços de conexão das atividades de ensino produzidas pelos educandos e da transformação dessas atividades em novos materiais pedagógicos; sobre as possibilidades da sala de aula se converter num lugar propício para experiências de conversações entre estudantes de diferentes turmas em torno de assuntos em comum. Objetivos: construir um currículo escolar para a disciplina de Sociologia no ensino médio não vinculado às pretensões modernas de ordenamento populacional; analisar o contexto político-pedagógico da obrigatoriedade da inclusão da disciplina de Sociologia no ensino médio; conhecer e analisar aspectos sociais e culturais dos educandos que compuseram a pesquisa; conhecer e analisar aspectos político-pedagógicos do espaço escolar onde se realizou o estudo; problematizar a vinculação jurídico-legal do ensino de Sociologia com a formação para a cidadania em nossa democracia realmente existente; construir e analisar ações pedagógicas para a disciplina de Sociologia em torno do conceito de biopolítica; construir e analisar atividades de ensino que possibilitem a manifestação da criatividade, da singularidade e da inteligência dos educandos; construir espaços de troca simbólica entre os educandos de diferentes turmas sobre as temáticas das aulas de Sociologia. Referenciais teórico-metodológicos: estudo empírico e experimental realizado em cursos técnicos integrados ao ensino médio, envolvendo sete turmas com 170 jovens. Foram confeccionados materiais didáticos inspirados nas elaborações teóricas sobre a biopolítica em Michel Foucault e Giorgio Agamben. As atividades de ensino foram construídas a partir das metáforas biopolíticas presentes em obras audiovisuais, tais como: Matrix (EUA, 1999), Coisas Belas e Sujas (Reino Unido, 2002), Maria Cheia de Graça (Colômbia/EUA, 2004), House M.D (EUA, 2004) e E.T o extraterrestre (EUA, 1982). Como encaminhamento das reflexões e debates em sala de aula sobre os cenários biopolíticos dos filmes, assim como, sobre as relações de poder constituídas entre os personagens, foram sugeridas atividades de ensino de alguma forma abertas às potencialidades criativas, imaginativas e críticas dos educandos. Estas atividades foram inspiradas, principalmente, nas definições de biopotência em Peter Pal Pelbart, nas potencialidades da amizade segundo Giorgio Agamben, das noções de vida em comum e do vir a ser no mundo conforme Hannah Arendt e André Duarte. Tudo isso, como forma de resistência aos poderes biopolíticos anteriormente analisados, criando um espaço comum de conversação entre os educandos. Considerações finais: debate-se sobre as possibilidades de construção de espaços públicos na contemporaneidade; conclui-se que há possibilidades para construir um currículo de Sociologia não vinculado a qualquer ordem social; que há possibilidades de construir atividades de ensino em Sociologia abertas à novidade, à criatividade e à conversação entre os educandos sobre temas em comum; que há possibilidades de se trabalhar conceitos relativos à biopolítica no ensino médio de forma que os educandos percebam na realidade social seres que são abandonados e utilizados para que outros possam viver mais e melhor. Por fim, argumenta-se que as aulas de Sociologia não precisam delimitar o futuro dos educandos, ajustando-os a determinados princípios do viver em sociedade, mas elas podem, de alguma forma, proporcionar momentos de abertura para o novo, para o vir a ser e para conversações sobre temáticas comuns. Senão, o ensino da Sociologia no nível médio perderia em muito de sua riqueza ao ficar restrito a conteúdos fixos e predeterminados, onde o trabalho escolar fosse nada mais do que uma simplificação dos conceitos sociológicos acadêmicos. / Theme: analysis of pedagogical actions built into the discipline of sociology in high school in seven classes from Federal Institute of Education, Science and Technology of Rio Grande do Sul campus Bento Gonçalves during the 2011 school year. Justifications: it observes the contemporary crisis in education, thus it concerns with the creation of public spaces and the trends to link the human formation to neoliberal interests. Search problems: this study asks about the possibilities of constituting pedagogical actions in Sociology to put in movement the power, creativity and openness of students to introduce something new in the world, about the possibility to introduce the world to the students from the theoretical conceptions about biopolitics, about the possibilities of building spaces connecting learning activities produced by the students and the processing of these activities into new teaching materials, on the possibilities to transform the classroom into a suitable place for chats between students from different groups around common themes. Objectives: to build an academic discipline of sociology in high school which not linked to the pretensions of modern spatial population; to analyze the political and pedagogical context of the mandatory inclusion of the discipline of Sociology in high school; to understand and analyze social and cultural aspects of students that comprised the research; to understand and analyze political and educational aspects of the school where the study was conducted; to discuss the legal linked between Sociology and the education for citizenship in our existing democracy; to build and analyze pedagogical actions for the discipline of sociology around the concept of biopolitics; to build and analyze teaching activities that facilitate the manifestation of creativity, of the uniqueness and intelligence of students; to build spaces of symbolic exchange between students from different classes on issues of Sociology classes. Theoretical and methodological referential: empirical and experimental study conducted in technical courses integrated into high school, involving seven groups with 170 youths. Teaching materials were prepared inspired by theoretical elaborations on biopolitics in Michel Foucault and Giorgio Agamben. The teaching activities were constructed from the biopolitical metaphors present in audiovisual works such as: Matrix (USA, 1999), Dirty and Pretty Things (UK, 2002), Maria Full of Grace (Colombia / USA, 2004), House M.D (USA, 2004) and E.T. the extraterrestrial (USA, 1982). As routing of reflection and discussion in the classroom about the biopolitical scenarios of movies, as well as on the power relations established between the characters, teaching activities somehow open to creative potential, imaginative and critical of learners were suggested. These activities were inspired mainly in definitions of biopotency in Peter Pal Pelbart, the potential of friendship by Giorgio Agamben, the notions of life in common and to become in the world as Hannah Arendt and André Duarte. All this as a form of resistance to biopolitical powers previously analyzed, creating a common space for conversation among students. Final thoughts: it debates the possibilities of building public spaces nowadays, it is concluded that there are possibilities to build a resume of Sociology not linked to any social order, that there are possibilities to build teaching activities in Sociology open to novelty, to creativity and conversation among students about issues in common, that there are opportunities to work with concepts related to biopolitics in high school so that the students actually perceive social beings who are abandoned and used so that others can live longer and better. Finally, it is argued that sociology classes do not need to define the future of the students, adjusting them to certain principles of living in society, but they can somehow provide moments of openness to the new, to become and for chats on common themes. Otherwise, the teaching of Sociology in high school would lose much of his wealth being restricted to fixed and predetermined content, where school work was nothing more than a simplification of the academic sociological concepts.

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:lume56.ufrgs.br:10183/69924
Date January 2013
CreatorsGuimarães, Rodrigo Belinaso
ContributorsSilveira, Rosa Maria Hessel
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguageEnglish
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
Formatapplication/pdf
Sourcereponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS, instname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul, instacron:UFRGS
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

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