O trabalho de análise não se encerra quando se encerra a sessão analítica. Não se encerra nem para o paciente - que segue em análise - nem para o analista que, a partir das sessões, pode seguir o trabalho na direção da construção do caso clínico. No entanto, o relato das sessões não faz o caso. Dessa inferência, surge nossa questão: o que é essa operação de construção realizada pelo analista que viabiliza essa transformação? E, mais ainda, quais os efeitos que essa construção possibilita? Dessa maneira, esta pesquisa tem como objetivo investigar a construção do caso clínico em psicanálise, de maneira a compreender essa operação e seus efeitos. Deste primeiro objetivo, desdobram-se três objetivos específicos, que correspondem aos objetivos de cada capítulo de nossa organização. O método utilizado foi a investigação da bibliografia específica da área. De cada capítulo, que organizam nossos resultados, temos que: 1) a noção de construção em psicanálise é uma noção que embasa a construção dos casos clínicos, 2) a noção de caso clínico em psicanálise corresponde a um depósito de tradições específicas, tornando o caso clínico escrito para publicação um gênero literário e 3) a construção do caso clínico em psicanálise pode ser organizada didaticamente em objetivos, funções e elementos que a compõem. Elaboramos ainda um quarto capítulo em que a experiência clínica é discutida, com base em nossos achados, a fim de elencar alguns efeitos clínicos que as noções investigadas implicam no tratamento e na clínica psicanalítica. Concluímos que, para que um paciente em psicanálise possa ser chamado de caso, é preciso que o material clínico passe pelo trabalho de construção, realizado por um analista, ou seja, um rearranjo dos elementos recolhidos das sessões analíticas e que possibilita a construção do caso. Apesar dos diversos objetivos, elementos e articulações que elencamos, possíveis na construção de um caso clínico, é dado que a maneira de construir é singular e é determinada pela prática de cada um e pelo destinatário da construção. No entanto, concluímos que se há uma construção, é possível um analista comunicar o caso para além de seu relato, trazendo elementos 10 clínicos, noções e conceitos psicanalíticos que formam a essencial dialética entre teoria e prática / The psychoanalytical work does not stop at the end of the psychoanalytical session. It does not end either for the patient - who keeps on going under analysis - nor for the analyst who, from the sessions, can continue the work in the direction of the construction of the clinical case. However, the report of the sessions does not mean the case. From this inference, our question arises: what is this construction operation carried out by the analyst that makes this transformation viable? And, what\'s more, what effects does this construction implies? Thus, this research aims to investigate the construction of the clinical case in psychoanalysis, in order to understand this operation and its effects. From this first objective, three specific objectives are defined, which correspond to the objectives of each chapter of our organization. The method used was the investigation of the specific bibliography of the area. From each chapter, which organizes our results, we have: 1) the notion of construction in psychoanalysis is a notion that bases the construction of clinical cases, 2) the notion of clinical case in psychoanalysis corresponds to a deposit of specific traditions, what makes the clinical case a literary genre and 3) the construction of the clinical case in psychoanalysis can be organized in objectives, functions and elements that compose it. We also elaborated a fourth chapter in which clinical experience is discussed, based on our findings, in order to list some clinical effects that have the construction of the case for the psychoanalytic clinic. We conclude that for a patient in psychoanalysis to be called a case, it is necessary that the clinical material goes through the construction work performed by an analyst, that is, a rearrangement of the elements collected from the analytical sessions and that allows the construction of the case. Despite the stated objectives of building the case, the way of building is unique and is determined by the practice of each and the recipient of the construction. However, if there is a construct, it is possible for an analyst to communicate the case rather than a report, bringing up psychoanalytical clinical elements, notions e concepts that make the constant dialogue and dialectic between theory and practice
Identifer | oai:union.ndltd.org:IBICT/oai:teses.usp.br:tde-24092018-110521 |
Date | 28 June 2018 |
Creators | Wilian Donnangelo Fender |
Contributors | Maria Livia Tourinho Moretto, Christian Ingo Lenz Dunker, Daniele Rosa Sanches, Niraldo de Oliveira Santos |
Publisher | Universidade de São Paulo, Psicologia Clínica, USP, BR |
Source Sets | IBICT Brazilian ETDs |
Language | Portuguese |
Detected Language | Portuguese |
Type | info:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis |
Source | reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP, instname:Universidade de São Paulo, instacron:USP |
Rights | info:eu-repo/semantics/openAccess |
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