O ensino de inglês em São Paulo, apesar de contar com uma sólida tradição histórica, ainda hoje não acontece de maneira satisfatória nas escolas regulares, sobretudo as da rede pública. Diante dessa dificuldade, a presente pesquisa buscou, com a análise do discurso, investigar as representações que sujeitos-alunos da 5ª série e do 3º ano do Ensino Médio fazem sobre o aprender inglês na escola pública. Para tanto, foram feitas entrevistas com alguns alunos e elas constituem o corpus da pesquisa. Partindo de uma perspectiva discursiva, que entende a língua como um fenômeno histórico, ideológico e social, iniciamos a pesquisa com uma contextualização histórica do ensino público. Nesse primeiro momento, um espaço de memória foi delineado, trazendo a trajetória de um ensino marcado por restrições, improvisos e ausência de qualidade. Assumindo essa memória que constitui o ensino público no Brasil, foram analisados os dizeres dos alunos com o intuito de compreender suas representações sobre a possibilidade de se aprender inglês na escola. Inicialmente encontramos duas representações dominantes: a escola como espaço onde se aprende bastante inglês e escola como espaço onde o ensino não acontece. Essas representações, que inicialmente pareciam opostas, alcançaram um ponto de chegada bastante semelhante devido ao efeito da memória e à capacidade de deslizamento dos significados. Assim, a representação da escola pública como local da não aprendizagem foi identificada como parte de uma formação discursiva predominante. Prosseguindo a análise, focalizamos o olhar nos dizeres sobre o gostar de inglês e, nesse momento, a heterogeneidade discursiva apontou para um sujeito descentralizado que, atravessado pelo inconsciente, construía afirmações conflituosas que estavam de acordo com as representações e memórias que ele trazia da escola. Assim, admitindo os sentidos como elementos históricos que são reconstruídos nos dizeres pela força da memória, concluímos que a representação da escola como espaço onde o ensino não acontece é um já-dito que constitui uma posição ideológica determinante nos processos de representação do aprender inglês na escola pública regular. / Although the teaching of English in São Paulo has a solid historical tradition, it does not yet happen in a satisfactory way in our secondary schools. Due to this difficulty, and with the aid of discourse analysis as the theoretical background, this research aims to investigate the representations that students from the 5th grade and from the 3rd year of Senior High School have concerning the learning of English in the public state-subsidized schools. Focusing on this topic, interviews with students were made and they constitute the corpus of the research. From a discourse analysis perspective, which considers language as a historical, ideological and social phenomenon, we started the research with a historical contextualization of public education. At this moment, a space of memory was delineated, showing the trajectory of a system of education marked by restrictions, impromptu and lack of quality. Presupposing that this memory constitutes public education in Brazil, the discourse of the students was analyzed with the aim of understanding their representations about the possibility of learning English at school. Initially, two main representations were found: the school as a place where people learn a lot of English and the school as a place where learning is not possible. These representations, which seemed to be opposite, reached a common endpoint due to the effect of memory and the capacity of meaning to slip. Thus, the representation of public school as the place where learning is not possible was identified as part of the predominant discursive formation. Continuing on the analyses, we focused our attention on the sayings about liking or disliking English and, at this time, the heterogeneity of discourse showed a decentralized subject who, constituted by the unconscious, produced conflicting utterances that were in accordance with the representations and memories that they had about school. Therefore, assuming that meanings are historical elements that are reconstructed in the discourse with the power of memory, we conclude that the representation of school as a place where learning does not happen is a preconstructed meaning that constitutes an ideological position. And this position is determinant in the processes of representation concerning the learning of English at public schools.
Identifer | oai:union.ndltd.org:IBICT/oai:teses.usp.br:tde-01102010-111540 |
Date | 13 August 2010 |
Creators | Andreia Cristina Alves de Oliveira Silva |
Contributors | Marisa Grigoletto, Maria José Rodrigues Faria Coracini, Deusa Maria de Souza Pinheiro Passos |
Publisher | Universidade de São Paulo, Letras (Estudos Lingüísticos e Literários em Inglês), USP, BR |
Source Sets | IBICT Brazilian ETDs |
Language | Portuguese |
Detected Language | English |
Type | info:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis |
Source | reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP, instname:Universidade de São Paulo, instacron:USP |
Rights | info:eu-repo/semantics/openAccess |
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