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Brasileiros que retornam: o impacto de recomeçar em São Paulo

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Previous issue date: 2014-09-12 / Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior / The 2008 global financial crisis has shaken rich countries financial health, once
immune to topics like unemployment, underpayment and welfare state precariousness.
Because of their strength and stability, these nations also attracted immigrants for years,
including Brazilians. Mainly, as of the decade of 1980, they thought that the only way of
being successful in times of hyperinflation and unfavorable social and economic perspectives
was by leaving Brazil. Such logic changed with the global financial crisis that hit European
countries, The United States and Japan in the late 2000s as Brazil was going through, for the
very first time in years, employment rate, better incomes and purchasing power on the
increase.
A great deal of people decided to come back. According to Foreign and
Commonwealth Office of Brazil data, around four hundred thousand Brazilians arrived in
their home country between 2008 and 2012. It is a significant and previously unseen number.
Never have so many emigrants returned at the same time. But the ones who came back with
some qualification, such as college and post-graduation degrees, experiencing solid career or
building it abroad, despite local opportunities, had to face inevitable culture shock along with
the feeling of no longer totally fitting in the place where they came from.
The purpose of this paper is to discuss and analyze the return of Brazilian citizens after
years of living abroad and the impact of moving back to São Paulo City, with its advantages
and disadvantages from social, economic, urban and emotional points of view. Traveling from
place to place is considered to be multicausal, which in its turn, leads to reflections about
identities in reconstruction. On the other hand, the balance between expectations and
achievements end up revealing urban questions of a global city, with its contradictions.
The interviewees are college graduates and have left the countries where they had
been living for years or intended to stay longer due to the effects of the global financial crisis.
They do not belong to the group of immigrants who had to be manual laborers (except for one
of the interviewees who did it in order to complement her income to pay tourism travels).
They sounded optimistic about their returning. Most of them, however, feel disappointed
when it comes to situations that seem to never improve such as security, transportation,
education, corruption.
The interviewees were also dissatisfied with the quick decline of the so-called constant
growth. Soon after their return, around 2012, they realized that economy had slowed down,
the cost of living in São Paulo had become too high by comparison with other metropolis in
the world, and the salaries were not that good anymore. Many of them consider to immigrate
again. This is a qualitative research. Its data was collected through semi-structured interviews,
which were all recorded. Institutional and governmental data complement our paper, which
portrays a new face of traveling from place to place, migrations and human mobility in the
twenty-first century, in the midst of a globalized scenario with an urban means (São Paulo
City) that directly affects the identity in society as well as the way people behave or deal
towards one another / A crise econômica internacional de 2008 abalou a saúde financeira de países ricos que
antes pareciam imunes a questões como desemprego, baixas remunerações e precariedade.
Bem como no Estado de bem-estar social. Por sua pujança e estabilidade, essas nações
também atraíram durante anos imigrantes, inclusive brasileiros. Principalmente a partir da
década de 1980, eles viram na saída do Brasil a única chance de ascensão numa época de
hiperinflação e perspectivas socioeconômicas desfavoráveis. Tal lógica se inverteu com a
crise que atingiu no final dos anos 2000 países europeus, os Estados Unidos e o Japão,
enquanto o Brasil experimentava, pela primeira vez em muito tempo, taxas de pleno emprego,
melhora na renda e crescimento da capacidade de consumo.
Um contingente grande de pessoas resolveu voltar. Segundo dados do Ministério das
Relações Exteriores, cerca de 400 mil brasileiros desembarcaram na terra de origem entre
2008 e 2012. O número é expressivo e inédito. Nunca tantos emigrados regressaram em um
mesmo período. Mas para os retornados qualificados, graduados, pós-graduados, com carreira
construída ou em construção lá fora, apesar das oportunidades aqui, o choque cultural foi
inevitável, assim como a sensação de não mais pertencer totalmente ao local de onde
partiram.
O objetivo do trabalho é discutir e analisar o retorno de brasileiros depois de anos no
exterior e o impacto de voltar a viver na cidade de São Paulo, com suas vantagens e
desvantagens do ponto de vista social, econômico, urbano e emocional. Os deslocamentos são
vistos como multicausais e provocam, por sua vez, reflexões sobre identidade em
reconstrução. Por outro lado, o balanço entre expectativas e conquistas acaba por revelar as
questões urbanas de uma cidade global, com suas contradições.
Os entrevistados têm nível superior e deixaram os países em que viviam há anos ou
pensavam passar mais tempo devido aos reflexos da crise internacional. Não são parte do
contingente de imigrantes que se submeteram a qualquer trabalho braçal (apenas uma
entrevistada realizou esse tipo de função para obter renda complementar enquanto estudava e,
assim, poder fazer turismo). Estavam esperançosos quanto ao retorno. A maior parte, porém,
demonstrou decepção com situações que parecem nunca mudar, como segurança, transporte,
educação, corrupção.
Pesou também na insatisfação dos entrevistados o declínio rápido do que era
anunciado como um crescimento constante. Pouco depois do retorno, por volta de 2012,
perceberam que a economia desacelerou, o custo de vida em São Paulo se tornou elevado
demais na comparação com outras metrópoles do mundo e os salários já não eram tão
vantajosos. Muitos deles consideram imigrar novamente. A pesquisa é qualitativa. Os dados
foram coletados por meio de entrevistas semi-estruturadas, todas gravadas. Dados
institucionais e governamentais complementam nosso trabalho, retrato de uma nova face dos
deslocamentos, das migrações e da mobilidade humana no século XXI num cenário
globalizado e com um ambiente urbano (cidade de São Paulo) que afeta diretamente a
identidade na sociedade e a maneira de se relacionar

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:leto:handle/2489
Date12 September 2014
CreatorsFrutuoso, Suzane Caroline Gil
ContributorsVeras, Maura Pardini Bicudo
PublisherPontifícia Universidade Católica de São Paulo, Ciências Sociais, PUC-SP, BR, Ciências Sociais
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguageEnglish
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis
Formatapplication/pdf
Sourcereponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da PUC_SP, instname:Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, instacron:PUC_SP
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

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