[pt] Meu trabalho, Walter Benjamin. A verdade em imagens, procura mostrar
a especificidade da filosofia de Walter Benjamin. Essa filosofia dirige-se à
plenitude da experiência humana, guiada por sua convicção de que a dimensão
expressiva da linguagem é o campo histórico, no qual a verdade pode ser
construída em imagens. Benjamin valoriza a natureza simbólica da linguagem
percorrendo o caminho que se desvia tanto das teorias clássicas como das teorias
linguísticas que marcaram o início século XX. O filósofo articula experiência e
linguagem e enfrenta a questão de a linguagem ser, ao mesmo tempo,
comunicação e expressão, imergindo em uma reflexão sobre a força da imagem e
sua temporalidade: sua possibilidade de eterna atualização na história como um
nome que acabou de nascer, como o radicalmente novo. Na palavra, o mundo é
percebido, da palavra saltam as imagens obscuras que constroem a escrita da
memória humana. As raízes de seu pensamento se encontram na mística judaica,
na filosofia kantiana, no romantismo alemão e no encontro com as obras de sua
contemporaneidade. Escavando os vários extratos de significação desse terreno
com o rigor de sua crítica, Benjamin apresenta um novo modo de conceber o
conhecimento e um novo conceito de história e de tempo. A partir de um
paradigma epistemológico, estético-teológico-político, o filósofo une o espiritual e
o histórico, recusa as ideias de continuidade, de causalidade e de progresso, que
selam os preceitos do século XIX, e propõe que a filosofia seja um exercício de
apresentação da verdade. O conhecimento só pode ser pensado como
experiência da verdade que aparece num instante, em toda sua beleza e mistério.
Trata-se de um processo de leitura e escrita, a partir do presente do
filósofo/historiador que promove a redenção do passado, do presente e do futuro,
pela ruptura. A categoria estética da alegoria vai atender à quintessência das suas
interrogações: buscar na relação linguística entre tempo e imagem a objetividade
capaz de responder ao caráter destrutivo da crítica filosófica. A forma alegórica
expressa a fragmentação do pensamento, da linguagem e do tempo, a
incompletude da história e da verdade. A forma alegórica atende à exigência de,
no agora de uma cognoscibilidade, apresentar a verdade em imagens. / [en] My work, Walter Benjamin. Truth in Images, intends to convey
specificities of Walter Benjamin’s philosophy, which is directed to the plenitude
of the human experience. This philosophy is guided by his conviction that the
expressive dimension of language is the historical field, in which truth may be
construed in images. Benjamin values the symbolic nature of language while
investigating the path that deviates both from classical theory, such as the
linguistic theories that marked the beginning of the 20th Century. The philosopher
articulates experience and language and takes on the issue of language as being, at
the same time, communication and expression, diving into a reflection about the
power of images and its temporality: its possibility of eternally updating history as
a name that has just been born, as the radically new. In the realm of words, the
world is perceived; from words, obscure images derive, making up the written
form of the human memory. The basis of his thinking may be found in Jewish
mysticism, in Kantian philosophy, in German romanticism and in his encounter
with contemporary works. While excavating various extracts of meaning in this
field with the rigorousness of his criticism, Benjamin presents a new means of
conceiving knowledge and a new concept of history and time. By means of an
epistemological paradigm, at the same time aesthetic, theological and political, the
philosopher unites the spiritual and the historic, refuses the ideas of continuity, of
causality and of progress, which characterizes the conceptions of the 19th Century,
and proposes that philosophy be an exercise of presenting the truth. Knowledge
may only be thought of as an experience of truth that appears in an instant, with
all its beauty and mystery. It is a process of reading and writing, starting with the
present of the philosopher/historian that promotes redemption from the past, from
the present and the future, through rupture. The aesthetic category of the Allegory
will attend to the quintessential aspect of his interrogations: to seek objectivity
capable of responding to the destructive character of philosophical criticism
through the linguistic relationship between time and imagery. The Allegorical
form expresses the fragmentation of thought, of language and of time, the
incompleteness of history and of truth. The Allegorical form attends to the
demand of - in the now of cognoscibility - presenting truth in images. / [fr] Ma thèse, Walter Benjamin: la vérité en images, essaie de montrer la
spécificité de la philosophie de Walter Benjamin, qui s’adresse à la plenitude de
l’expérience humaine, guidée par sa conviction que la dimension expressive du
langage est le champ historique, dans lequel la vérité peut être construite en
images. Benjamin valorise la nature simbolique du langage, parcourt le chemin
qui se détourne aussi bien des théories classiques que des théories linguistiques
qui ont marqué le début du XXe. Le philosophe articule l’expérience et le langage
et fait face à la question du langage comme étant, en même temps, communication
et expression, en plongeant dans une réflexion sur la forme de l’image et de sa
temporalité: sa possibilité d’une éternelle mis-à-jour dans l’histoire comme un
nom qui vient de naître, comme le radicalement neuf. À l’intérieur du mot, le
monde est perçu; des images obscures surgissent du mot et construisent l’écriture
de la mémoire humaine. Les racines de sa pensée se trouvent dans la mystique
juive, dans la philosophie kantienne, dans le romantisme allemand et dans la
rencontre avec les oeuvres de sa contemporaineté. En fouillant les divers extraits
de la signification de ce terrain avec la rigueur de sa critique, Benjamin présente
une nouvelle manière de concevoir la connaissance et un nouveau concept de
l’histoire et du temps. À partir d’un paradigme épistémologique, à la fois
esthétique, théologique et politique, le philosophe réunit le spirituel et
l’historique, refuse les idées de continuité, de causalité et de progrès qui marquent
les préceptes du XIXe, et propose que la philosophie soit un exercice de
présentation de la vérité. La connaissance ne peut être pensée que comme
expérience de la vérité qui apparaît dans un instant, en toute sa beauté et mystère.
Il s’agit d’un processus de lecture et d’écriture, à partir du présent du
philosophe/historien qui réalise la rédemption du passé, du présent et du futur par
la rupture. La catégorie esthétique de l’allégorie va à la rencontre de la
quintessence de ses interrogations: chercher dans la relation linguistique entre le
temps et l’image l’objectivité capable de répondre au caractère destructif de la
critique philosophique. La forme alégorique exprime la fragmentation de la
pensée, du langage et du temps, l’incomplétude de l’histoire et de la vérité. La
forme allégorique répond à l’exigence de, dans le maintenant d’une
connaissabilité, présenter la vérité en image.
Identifer | oai:union.ndltd.org:puc-rio.br/oai:MAXWELL.puc-rio.br:16662 |
Date | 28 December 2010 |
Creators | ANA LUIZA VARELLA FRANCO |
Contributors | KATIA RODRIGUES MURICY |
Publisher | MAXWELL |
Source Sets | PUC Rio |
Language | Portuguese |
Detected Language | French |
Type | TEXTO |
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