[pt] Observa-se um crescente interesse na determinação da
incerteza de medição para a avaliação de conformidade e
garantia da qualidade, principalmente nos setores de meio-
ambiente, segurança, saúde e indústria, nos quais o
resultado da medição é considerado crítico por lidar
diretamente com seres humanos. Na medição da pressão
arterial, conforme estudos realizados em países como a
Austrália, Inglaterra, Turquia e Brasil, observa-se uma
grande preocupação com a confiabilidade dos resultados
obtidos por esfigmomanômetros mecânicos não invasivos.
Nestes estudos, erros de até 4,4 kPa (33 mmHg) foram
encontrados nos instrumentos avaliados, contra o valor de
erro máximo de 0,53 kPa (4 mmHg) definido
na OIML R 16-1:2002. Atualmente, a avaliação da
confiabilidade dos esfigmomanômetros
mecânicos é obtida considerando apenas o erro de medição,
sem considerar a incerteza de medição. Com a motivação de
contribuir para a garantia da confiabilidade metrológica
dos esfigmomanômetros mecânicos não invasivos,
usados mundialmente em hospitais e residências, o presente
trabalho tem por objetivo associar a incerteza de medição
na avaliação da confiabilidade metrológica
destes instrumentos. Para a realização das medições foi
montado um aparato envolvendo instrumentos de monitoração
ambiental conforme recomendações internacionais
(OIML R-16-1:2002) e nacionais (ABNT NBR-14105:1998 e
NIEDIMEL- 006). Os dados do presente trabalho foram obtidos
por meio de medições diretas em esfigmomanômetros novos e
usados utilizando um padrão de pressão. Foram avaliados: o
erro de medição, a histerese, o erro fiducial e a incerteza
de medição. Os resultados obtidos com o presente trabalho
mostram que, em função da incerteza de medição, o erro
máximo permissível de 0,53 kPa (4 mmHg) pode
não fornecer a confiabilidade adequada. Se for considerado
apenas o erro de medição do manômetro conforme a OIML R 16-
1:2002, 60 % dos esfigmomanômetros avaliados foram
aprovados. Se for considerado o erro e a incerteza de
medição do manômetro, conforme proposto, apenas 12 % dos
esfigmomanômetros foram aprovados. Com base nos resultados
obtidos no presente trabalho, propõe-se reduzir o erro
máximo admissível para estes instrumentos, incorporando a
incerteza de medição, sem a necessidade de realizar na
prática o seu cálculo. Com base nos resultados do presente
trabalho recomenda-se uma revisão na faixa de
erro máximo permissível na avaliação da OIML, em conjunto
com a proposta de uma nova especificação do manômetro usado
nos esfigmomanômetros, com redução do erro intrínseco e
melhora de sua resolução. / [en] It is observed an increasing interest on the estimation of
measurement uncertainty
to deciding on conformity and quality assurance, mainly in
the fields of
environment, safety, health and industry, in which the
measurement results are
critical once they directly deal with human beings.
According to studies performed
in Australia, England, Turkey and Brazil, a great concern
is observed with
the reliability of the results obtained for blood pressure
measurements by noninvasive
mechanical sphygmomanometers. In these studies, errors of
up to 4,4 kPa
(33 mmHg) were obtained in the evaluated instruments,
against the value of maximum
error of 0,53 kPa (4 mmHg) required by OIML R 16-1:2002.
Nowadays,
the evaluation of the reliability of these measurement
instruments for medical diagnosis
is obtained considering only the measurement error
(according to OIML R
16-1:2002), without taking into account the measurement
uncertainty. Motivated
to contribute for the metrological reliability of non-
invasive mechanical sphygmomanometers,
globally used in hospitals and residences, the present work
aims
at developing a model to associate the measurement
uncertainty on the metrological
reliability evaluation of these instruments. In order to
perform the measurements
with the sphygmomanometers, a set-up were prepared with
environmental
monitoring according to international recommendation (OIML
R-16:2002) and
national standards (ABNT NBR-14105:1998 and NIE-DMEL-006).
The data of
the present work were obtained by means of direct
measurements in new and in
use sphygmomanometers, utilizing a pressure pattern.
Calculation of the following
parameters was performed: measurement error, hysteresis,
fiducial error and
measurement uncertainty. The obtained results show that, as
a function of the
measurement uncertainty, the maximum permissible error of
0.53 kPa (4 mmHg)
can be overcome. Considering the manometer measurement
error, according to OIML R 16-1:2002, 60 % of the non-
invasive mechanical sphygmomanometers
evaluated were approved. When considering not only the
measurement error, but
also measurement uncertainty of the manometer, only 12% of
the non-invasive
mechanical sphygmomanometers were approved. Based on the
present results, a
reduction of the maximum permissible error for these
instruments, incorporating
the measurement uncertainty, without the need to calculate
it in the verification
procedure, is proposed. This work recommends not only a
review of OIML maximum
permissible error for sphygmomanometers, but also proposes
a new configuration
of the instrument, with reduction of intrinsic error and
improvement of
resolution.
Identifer | oai:union.ndltd.org:puc-rio.br/oai:MAXWELL.puc-rio.br:12319 |
Date | 08 October 2008 |
Creators | SERGIO HENRIQUE SILVA JUNIOR |
Contributors | ELISABETH COSTA MONTEIRO |
Publisher | MAXWELL |
Source Sets | PUC Rio |
Language | Portuguese |
Detected Language | Portuguese |
Type | TEXTO |
Page generated in 0.003 seconds