[pt] A tese busca reunir um corpus de reflexão sobre a experiência da escrita pensada por escritoras mulheres. A escolha das autoras se estabeleceu através do nosso interesse em pensar a relação entre as experiências do escrever e a da loucura para mulheres que escrevem. Escritoras como Alfonsina Storni e Marguerite Duras figuram na base reflexiva da questão que aqui buscará se desenvolver a partir dos seguintes eixos: (a) no esforço de uma releitura crítica de Silvia Federici que pense sobre a opressão que o estabelecimento do capitalismo exerceu sobre as mulheres, unindo a opressão socioeconômica à opressão subjetiva e corporal (técnicas de reprodução e direito à sexualidade e ao uso do próprio corpo); e seus efeitos sobre a experiência da escrita, sua impossibilidade, estrangulamento e loucura; (b) uma releitura da psicanálise pelo feminismo contemporâneo, onde se buscará pensar como o constructo loucura feminina está relacionado diretamente à necessidade dessa exclusão; (c) como elaborações teóricas da crítica literária feminista pensam as especificidades da escrita de mulheres, tanto pelo viés das condições materiais da escrita quanto pelo próprio fazer literário, que convoca um corpo que escreve / um corpo-de-mulher que
escreve. A partir dessa empreitada, busca-se elaborar a leitura de algumas obras da argentina Alejandra Pizarnik e da brasileira Maura Lopes Cançado, em suas fulgurações de indomabilidade da língua/corpo, na força que faz escapar a normatividade da escrita, seu território da Lei, em direção (ou em devir) a uma
performatividade da língua indomável: trata-se não de escrever sobre a loucura mas sim de fazer enlouquecer a Letra. / [en] This thesis seeks to gather a corpus of thoughts about writing experiences from women writers. The choice of authors was established through our interest in the relationship between the experiences of writing and of madness for women who write. Writers such as Alfonsina Storni and Marguerite Duras figure at the basis of these reflexions, sought to be developed from the following axes: (a) in an effort toward a critical reading of Silvia Federici, to think the essential role that oppression of women had on the establishment of capitalism, linking socioeconomic oppression to subjective and corporal oppression (reproduction techniques, the right to sexuality and the use of one s own body); and its effects on the experience of writing, its impossibility, strangulation and madness; (b) a rereading of psychoanalysis by contemporary feminism, through which we will try to think how the construct feminine madness is directly related to the necessity of this exclusion; (c) how certain feminist literary theory thinks the specificities of women s writing, both from the bias of the material conditions of writing and from the literary work itself, which summons a body that writes / a woman s body that writes. From then, we try to elaborate a reading of some of the Argentinean Alejandra Pizarnik s and the Brazilian Maura Lopes Cançado s works, their
indomability fulgurating on language / body, the force that helps writing s normativity escape its territory of the Law, towards (or becoming) a tameless language and its performativity: it matters not writing about madness but driving crazy the Letter.
Identifer | oai:union.ndltd.org:puc-rio.br/oai:MAXWELL.puc-rio.br:47650 |
Date | 24 April 2020 |
Creators | MAIRA FERNANDES RIBAS DE MELO E SILVA |
Contributors | ANA PAULA VEIGA KIFFER |
Publisher | MAXWELL |
Source Sets | PUC Rio |
Language | Portuguese |
Detected Language | English |
Type | TEXTO |
Page generated in 0.0031 seconds