[pt] Este trabalho pretende oferecer uma nova abertura para a temporalidade a partir da escuta musical e, por meio desta, alargar as considerações filosóficas sobre o tempo. Tal abertura é acessada quando, primeiramente, são questionados alguns dos modos de compreensão da temporalidade concebidos ao longo da história da Filosofia em sua relação prioritária com o sentido da visão; e, em segundo lugar, quando discorremos sobre como os músicos experimentam e compreendem aquilo que denominam por tempo musical. Perseguindo esses propósitos, esta tese empreendeu um conjunto de discussões filosóficas sobre a temporalidade (Zeitlichkeit), as tonalidades afetivas (Befindlichkeit/Stimmung) e a finitude (Endlichkeit) tendo como referência a obra de Martin Heidegger, filósofo que contribuiu significantemente para o alargamento das considerações sobre a questão do tempo. Todavia, conforme a tradição do pensamento filosófico, Heidegger esteve também ele próximo daquilo que este trabalho chamou como
primado da visão, cuja origem remonta, segundo esta tese, aos escritos de Homero, de Platão e de Aristóteles. Por esse motivo, a fim de nos afastarmos do paradigma visual e nos situarmos próximos à escuta da temporalidade musical, tivemos também de questionar algumas das considerações heideggerianas, o que nos levou, indiretamente, às perguntas acerca da espacialidade do espaço, sobre o
si-mesmo (Selbstheit) e sobre sensação (Empfindung), conforme discutidos em Ser e Tempo. Como forma de auxílio aos propósitos musicais desta tese, textos sobre teoria da música escritos por Arnold Schoenberg, Bohumil Med e Maria Luisa Priolli embasaram as discussões sobre a temporalidade musical e nos ajudaram a investigar, juntamente com o texto A Questão da Técnica, também de Heidegger, o privilégio dado à visão na produção bibliográfica proveniente das academias de música. / [en] This paper intends to offer a new opening to temporality from the musical listening and, in through this one, to extend the philosophical considerations on the time. Such an opening is accessed when, firstly, some of the ways of understanding temporality conceived throughout the history of Philosophy in its priority relation to the sense of sight are questioned; and secondly, when we discuss how musicians experience and understand what they call musical time. In pursuit of these aims, this thesis undertook a set of philosophical discussions on temporality (Zeitlichkeit), affections (Befindlichkeit / Stimmung) and finitude (Endlichkeit) with reference to the work of Martin Heidegger, a philosopher who contributed significantly to the considerations on the question of time. However, according to the tradition of philosophical thought, Heidegger was close to what this work called the primacy of sight, whose origin goes back, according to this thesis, to the writings of Homer, Plato and Aristotle. For this reason, in order to
move away from the sight s paradigm and to be close to listening to musical temporality, we also had to question some of Heidegger s considerations, which indirectly led us to questions about the spatiality of space, about the self (Selbstheit) and about sensation (Empfindung) as discussed in Being and Time. As
a way of aiding the musical purposes of this thesis, texts on music theory written by Arnold Schoenberg, Bohumil Med and Maria Luisa Priolli underpinned the discussions about musical temporality and helped us to investigate, along with the text The Question of Technique, also written by Heidegger, the privilege given to the sense of sight in the bibliographical production coming from the academies of music.
Identifer | oai:union.ndltd.org:puc-rio.br/oai:MAXWELL.puc-rio.br:45972 |
Date | 21 November 2019 |
Creators | VICTOR DI FRANCIA ALVES DE MELO |
Contributors | EDGAR DE BRITO LYRA NETTO |
Publisher | MAXWELL |
Source Sets | PUC Rio |
Language | Portuguese |
Detected Language | English |
Type | TEXTO |
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