[pt] A presente dissertação parte dos estudos de Michel Foucault acerca da
governamentalidade com o intuito de compreender a temática do desenvolvimento
internacional e, mais especificamente, o Acordo do Nordeste firmado em 1962
entre os Estados Unidos e o Brasil. Tal acordo surge da convergência de dois
projetos distintos de desenvolvimento: a Operação Nordeste e a Aliança para o
Progresso. Os anos iniciais do Acordo, contudo, foram marcados por uma série de
divergências entre seus órgãos executores, quais sejam, a Superintendência do
Desenvolvimento do Nordeste (SUDENE) e a Agência dos Estados Unidos para o
Desenvolvimento Internacional (USAID). Tendo em vista a noção de que o
desenvolvimento é um dispositivo de saber- poder que rearticula a maneira de se
pensar sobre os limites temporais da Modernidade, situando a diferença entre
sujeitos autônomos (civilizados) e não-autônomos (bárbaros) no contexto das
normalidades e anormalidades que caracterizam uma população, adota-se como
hipótese a idéia de que as discordâncias entre a SUDENE e a USAID
representavam uma disputa política em torno da delimitação das categorias que
definem os casos normais e anormais de desenvolvimento. Nesse sentido, trata-se
também de uma disputa acerca dos próprios limites da Modernidade. Para indicar
os principais pontos que compunham essa disputa, fez-se necessária a análise e a
comparação das diferentes teorias que balizavam a Operação Nordeste e a Aliança
para Progresso. / [en] This dissertation uses Michel Foucault s study of governmentality with the
purpose of understanding the issue of international development and, more
specifically, the Northeast Agreement that was signed in 1962 between the United
Stated and Brazil. This agreement results from the convergence of two distinct
development projects: Operation Northeast and the Alliance for Progress. The
initial years of the Agreement, however, were characterized by a number of
disagreements between the two agencies that were responsible for its
implementation, the Superintendency for the Development of the Northeast
(SUDENE) and the United States Agency for International Development
(USAID). Considering the notion that development is a dispositif of power and
knowledge that refashions the way we think about the temporal limits of
Modernity by placing the difference between autonomous (civilized) and
dependent (barbarian) subjects in the context of the normalities and abnormalities
that characterize any population, we assume the hypothesis that the discord
between SUDENE and USAID represented a political dispute regarding the
delimitation of categories that define the normal and abnormal cases of
development. In this sense, it is also a dispute regarding the temporal limits of
Modernity. The analysis and comparison of the different theories that guided
Operation Northeast and the Alliance for Progress was necessary to indicate the
main points of this dispute.
Identifer | oai:union.ndltd.org:puc-rio.br/oai:MAXWELL.puc-rio.br:17445 |
Date | 16 May 2011 |
Creators | IGOR ANDRADE VIDAL BARBOSA |
Contributors | JOAO FRANKLIN ABELARDO PONTES NOGUEIRA |
Publisher | MAXWELL |
Source Sets | PUC Rio |
Language | Portuguese |
Detected Language | English |
Type | TEXTO |
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