[pt] A presente dissertação procura situar a obra de Alberto da
Veiga Guignard vis-à-vis o moderno, isto é, acrescentar-lhe
uma visão contemporânea que a recoloque, problematicamente,
para o conjunto da arte brasileira. Guignard, ao
longo dos anos, acabou por assumir a face estável de um
valor de referência. Ele é, para muitos, o maior pintor
brasileiro do nosso primeiro modernismo. No entanto, este
julgamento, acertado ou não, em nada contribui para o
aprofundamento da discussão acerca da sua obra - pelo
contrário - mantém-na cativa em uma espécie de mito
funcional, isto é, como um fato convenientemente já
explicado. Há algumas décadas, a historiografia de arte
brasileira busca resgatá-lo dessa cristalização
empobrecedora. Devemos citar Ronaldo Brito, Carlos Zílio e,
mais recentemente, Rodrigo Naves, como alguns dos que deram
origem e avançaram nessa revisão crítica. Minha intenção,
dessa forma, é dar prosseguimento a esses estudos no
sentido de investigar, tanto quanto possível a partir das
obras elas mesmas, a possibilidade de se pensar uma
modernidade distinta, oculta, deslocada, desviada, enfim,
outra. Naturalmente, isso pressupõe a possibilidade da
coexistência no tempo de múltiplas modernidades, muitas
vezes contraditórias em relação ao moderno, e que
exigem o exame de caso. Em Guignard, é o caso que exige
essa hipótese. Ou imaginamos uma modernidade demarcada
pelas vivências do artista, ou estaremos condenados a
reproduzir, em maior ou menor grau, o quadro totalizante
que o aprisiona e sistematicamente o rebaixa. Assim, mais
uma vez, a obra de Guignard se coloca no centro de uma
discussão mais ampla - um lugar que, na verdade, nunca
deixou de ocupar. / [en] This dissertation attempts to situate the work of Alberto
da Veiga Guignard vis-à-vis the modern, that is, to shed
upon it a contemporary light that repositions it
problematically within the frame of Brazilian art as a
whole.Guignard, over the years, ended up being rendered as
the stable image of a reference value. He is, for many, the
greatest Brazilian painter of our first Modernism.
Nonetheless, such judgment, whether right or wrong, has in
no way contributed to broaden the discussion of his work -
on the contrary - it is kept in captivity as a kind of
functional myth, that is, as a fact that has conveniently
been already explained. Some decades ago, the Brazilian art
historiography tried to rescue him from this unfavorable
crystallization. Reference should be made to Ronaldo Brito,
Carlos Zílio and, more recently, Rodrigo Naves, as some
of those who have originated and developed such critical
revision. My intention, therefore, is to resume and advance
these studies in the sense of investigating, having as much
as possible the works themselves as a starting point, the
possibility of thinking a distinct, obscured, dislocated,
deviated, at last, other modernity. Naturally, this
presupposes the possibility of coexistence, in time, of
multiple modernities, many times contradictory concerning
the modern, which demand examination. In Guignard, it is
the case that demands such hypothesis. Either we imagine a
modernity marked by the experiences of the artist, or we
will be doomed to reproduce, in a higher or lower degree,
the totalizing frame that systematically imprisons him and
undervalues him. Therefore, again, Guignard`s work is found
at the center of a broader discussion - a place that,
actually, it has never ceased to occupy.
Identifer | oai:union.ndltd.org:puc-rio.br/oai:MAXWELL.puc-rio.br:11851 |
Date | 26 June 2008 |
Creators | FLAVIO REZENDE DE CARVALHO |
Contributors | RONALDO BRITO FERNANDES |
Publisher | MAXWELL |
Source Sets | PUC Rio |
Language | Portuguese |
Detected Language | Portuguese |
Type | TEXTO |
Page generated in 0.0024 seconds