[pt] Esta pesquisa busca compreender como o movimento de mulheres indígenas
no Brasil apresenta concepções próprias de agência e resistência, em específico,
como as mulheres indígenas articulam a relação entre o empoderamento e gênero
em sua mobilização. As fontes analisadas são as trajetórias e os discursos das
mulheres indígenas, a partir de um escopo teórico, epistemológico e metodológico
feminista e decolonial. O empoderamento é o recorte que permite observar a
circulação discursiva de um vocabulário relacionado ao gênero desde uma
cosmovisão da modernidade ocidental, em que esse externamente definido é
friccionado e negociado pelas mulheres indígenas em seu processo de
autodefinição. Em vez de receptoras passivas de concepções universalizadas, essas
mulheres rompem com a oposição entre os direitos coletivos indígenas e os
individuais das mulheres através do enraizamento nas próprias culturas e
cosmologias como forma de resistência. Esta dissertação argumenta que as
mulheres indígenas engajam com o conceito de empoderamento em associação com
a sua demanda por maior protagonismo e autonomia política, enquanto que este
termo é amansado à medida que esta reivindicação é expressa como uma extensão
e reincorporação da sua agência como guardiãs de suas culturas e povos e
indigenizado ao articular a sua mobilização política a partir da complementaridade
entre as agências feminina e masculinas, entre os seres humanos e não-humanos e
da interconexão entre o corpo, território e espírito no fazer da mulher indígena. / [en] This research seeks to understand how the movement of indigenous women
in Brazil has its own conceptions of agency and resistance, specifically, how
indigenous women articulate the relationship between empowerment and gender in
their mobilization. The sources analyzed are the Indigenous women s trajectories
and discourses, from a feminist and decolonial theoretical, epistemological and
methodological scope. Empowerment as concept reflects the discursive circulation
of a gender-related vocabulary from a Western modern worldview, in which this
externally defined term is friccioned and negotiated by Indigenous women s selfdefinition
process. Instead of passive recipients of universalized conceptions, these
women break with the opposition between indigenous collective rights and the
individual rights of women, by rooting their resistance in their own cultures and
cosmologies. This study argues that indigenous women engage with the concept of
empowerment in association with their demand for greater protagonism and
political autonomy, meanwhile this term is tamed as this claim is expressed as an
extension and reincorporation of their agency as guardians of their cultures and
peoples and indigenized as their political mobilization departs from the
complementarity between feminine and masculine agencies, between human and
non-human beings and the interconnection between body, territory and spirit.
Identifer | oai:union.ndltd.org:puc-rio.br/oai:MAXWELL.puc-rio.br:51047 |
Date | 29 December 2020 |
Creators | LUMA FREITAS LESSA |
Contributors | PAULA DRUMOND RANGEL CAMPOS, PAULA DRUMOND RANGEL CAMPOS, PAULA DRUMOND RANGEL CAMPOS |
Publisher | MAXWELL |
Source Sets | PUC Rio |
Language | Portuguese |
Detected Language | Portuguese |
Type | TEXTO |
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