[pt] A revista luso-brasileira Atlântida, criada pelo jornalista e cronista carioca
Paulo Barreto (João do Rio) e por seu sócio e amigo português João de Barros, em
1915, teve o objetivo de agir como uma ponte intelectual que religasse os dois
continentes, aproximando Brasil e Portugal. Naquele momento, principalmente na
segunda década do século XX, dava-se uma nova fase de antilusitanismo no Rio
de Janeiro, a exemplo do que já ocorrera no governo de Floriano Peixoto, após a
Proclamação da República. Os novos jacobinos pregavam a nacionalização por
completo dos mais diversos segmentos, da imprensa ao comércio, do Teatro à
Marinha, e viam nas tentativas de aproximação, principalmente econômica, rasgos
imperialistas de Portugal. O auge dos embates contra a presença portuguesa na
vida nacional ocorreu no governo do presidente Epitácio Pessoa, momento crucial
de intervenção de João do Rio, que na coluna Bilhete do jornal A Pátria, do
qual era diretor e sócio majoritário, pregou a luso-brasilidade e combateu
tenazmente aqueles que incitavam o ódio ao português e defendiam um
nacionalismo xenófobo. Nos anos 40 e 50, décadas após a morte de Paulo Barreto,
em 1921, amigos buscaram reabilitar a sua memória, no Rio e em Lisboa. / [en] The Luso-Brazilian magazine Atlântida, created by the Rio de Janeiroborn
journalist and columnist Paulo Barreto (João do Rio) and his Portuguese
partner and friend João de Barros, in 1915, intended to act as an intellectual bridge
that could reconnect the two continents, bringing together Brazil and Portugal. At
that time, especially in the second decade of the 20th century, there was a new
phase of antilusitanism in Rio de Janeiro, as had already occurred in Floriano
Peixoto’s administration, following the Announcement of the Republic. The new
Jacobins preached the full nationalization of several different segments, from the
press to the commerce, from the theater to the Navy, and saw the attempts of
approach, especially the economic approach, as imperialist bursts of Portugal. The
peak of the opposition to the Portuguese presence in the national life occurred in
Epitacio Pessoa’s administration, a crucial moment of intervention of João do Rio.
In the column entitled Bilhete, in the newspaper A Pátria, of which he was
director and full partner, he preached the luso-brazilianness and fiercely fought
against those who stirred up the hate towards the Portuguese and advocate for a
xenophobic nationalism. In the 40’s and 50’s, some decades after Paulo Barreto’s
death, in 1921, friends tried to rehabilitate his memory, both in Rio and Lisboa.
Identifer | oai:union.ndltd.org:puc-rio.br/oai:MAXWELL.puc-rio.br:15982 |
Date | 27 July 2010 |
Creators | CRISTIANE DAVILA LYRA ALMEIDA |
Contributors | RENATO CORDEIRO GOMES |
Publisher | MAXWELL |
Source Sets | PUC Rio |
Language | Portuguese |
Detected Language | Portuguese |
Type | TEXTO |
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