[pt] A partir de entrevistas com policiais do Rio de Janeiro, esta pesquisa tem por
objetivo investigar a relação tensa que há entre Polícia e violência. Com as
entrevistas, nota-se que os policiais evitam e resistem a discussões sobre violência
e à própria palavra violência. Em vez disso, empregam guerra como
instrumento retórico para pleitear autorização e leniência para o exercício de
violência na função policial. Posicionando a violência como parte do poder
discricionário da polícia, ele mesmo resultado de uma tensão inescapável entre lei,
que deveriam seguir, e ordem, que deveriam impor, a pesquisa apresenta que a
mesma estrutura das críticas da violência como excesso respalda e reitera as
possibilidades de emprego de violência extrajudicial por policiais. Os policiais, por
suas vezes, apresentam essa violência com ocultação e dubiedade, além de pelo uso
de eufemismos, negações e silêncios, em contraste e tensão com o uso da retórica
de guerra. Finalmente, a pesquisa apresenta a função policial como um trabalho
impossível. Atuando nas tensões e paradoxos entre lei e ordem, e entre autorização
de emprego da violência e rejeição à violência, policiais respondem às demandas
contraditórias com o uso da retórica de guerra, mas reconhecem que essa guerra
nunca vai cessar, que estão enxugando gelo. / [en] Based on interviews with police officers in Rio de Janeiro, this research aims
to investigate the uneasy relationship between Police and violence. With the
interviews, it is noted that police officers avoid and resist discussions about violence
and the word violence itself. Instead, they use war as a rhetorical device to
claim authorization and leniency for the exercise of violence in police duty.
Positioning violence as part of the police s discretionary power, itself the result of
an inescapable tension between law, which they should follow, and order, which
they should impose, the research shows that the same structure of criticism of
violence as excess supports and reiterates the possibilities of employment of
extrajudicial violence by police officers. The police officers, in turn, present this
violence with concealment and duplicity, in addition to the use of euphemisms,
denials and silences, in contrast and tension with the use of war rhetoric. Finally,
the research presents the police function as an impossible job. Acting on the
tensions and paradoxes between law and order, and between the authorization for
the use of violence and the rejection of violence, police officers respond to
contradictory demands using the rhetoric of war, but recognize that this war
will never cease, that they are drying ice.
Identifer | oai:union.ndltd.org:puc-rio.br/oai:MAXWELL.puc-rio.br:63719 |
Date | 17 August 2023 |
Creators | VICTOR DAMASCENO TOSCANO COSTA |
Contributors | JAMES CASAS KLAUSEN |
Publisher | MAXWELL |
Source Sets | PUC Rio |
Language | English |
Detected Language | English |
Type | TEXTO |
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