[pt] Esta tese representa a segunda parte da pesquisa: Razão e
Psicanálise. A
pesquisa tem por objetivo investigar, no âmbito do
contemporâneo debate
epistemológico anglo-saxão, os fundamentos epistemológicos
da teoria
psicanalítica e se a mesma se apresenta como um competente
instrumento de
investigação para o fenômeno da loucura. A primeira parte
da tese corresponde a
um resumo atualizado de diversas avaliações filosóficas da
psicanálise, na
tradição em que se desenvolve a pesquisa. São apresentadas
as avaliações de: Karl
Popper, Adolf Grünbaum, Gregório Klimovsky e a crítica e
alternativa de Larry
Laudan acerca dos impasses da epistemologia anglo-saxã.
Segue-se a avaliação de
Marcia Cavell, já no âmbito da moderna filosofia da
linguagem, iniciando-se
assim a segunda parte da pesquisa. Em seguida discutimos:
Wittgenstein e a
Psicanálise - sua complexa relação com a proposta
freudiana, seu entusiasmo e
crítica. Fazemos uma avaliação própria da contribuição de
Wittgenstein,
articulando-a com um desenvolvimento da psicanálise: a
teoria de relações de
objeto. Dentro desta, tomamos a vertente kleiniana como
referencial e, em
particular, as contribuições de W. R. Bion. O Caso
Schreber (Freud,1911) é
apresentado e discutido como um estudo de caso, com o
objetivo de avaliar a
validade das noções filosófica e psicanalíticas expostas
anteriormente;
especialmente as noções de irracionalismo interno (em
Cavell) e as de formas de
vida e certeza (em Wittgenstein). A tese propõe que se
veja o delírio (como
paradigma da loucura) como: uma bizarra forma de vida,
sugerindo também
alguns candidatos a invariantes para o fenômeno da loucura
nos diversos
contextos. Discutimos sumariamente a relação: terapia
filosófica e psicanálise.
A tese tem como pano de fundo o que se denominou: a crise
da psicanálise, a
qual inserimos em outra, mais ampla e de longa duração: a
crise da
modernidade. A tese privilegia a dimensão clínica do
projeto psicanalítico, propondo novas perspectivas para o
mesmo, sobretudo, através de sua dimensão
de crítica da cultura, chamando a atenção para os dois
aspectos - clínico e cultural
- na obra de Freud e a importância de estabelecer suas
diferenças e relações. / [en] This thesis represents the second part of the research:
Reason and
Psychoanalysis. The research aims to investigate, within
the contemporary Anglo-
Saxon debate, the epistemological foundations of
psychoanalytical theory and
whether it presents itself as an adequate tool for
investigating madness and its
manifestations. The first part of the thesis corresponds
to a current summary of
philosophical appraisals of psychoanalysis, in the
traditional field of research
development. It presents the following appraisals: Karl
Popper s, Adolf
Grünbaum s, Gregorio Klimovsky´s and Larry Laudan s
criticism and alternative
regarding Anglo-Saxon epistemology. The next appraisal is
Marcia Cavell s one,
already in the scope of the modern philosophy of language,
initiating the second
part of research. The next topic is: Wittgenstein and
Psychoanalysis - his complex
relation to the Freudian proposal, his enthusiasm and
criticism. We show our own
appraisal of Wittgenstein s contribution, linking it to a
development of
psychoanalysis: the object-relation theory. From the
latter we took the Kleinian
vision as referential and particularly W. R. Bion s
contributions. The Case of
Schreber (Freud,1911) is presented and investigated as a
case study, with the aim
of evaluating the validity of the philosophical and
psychoanalytic notions
previously exposed; particularly the notions of internal
irrationalism (Cavell) and
ways of living and certainty (Wittgenstein). The thesis
suggests that delusion
(taken as a paradigm of madness) may be seen as: a bizarre
way of living, also
suggesting some candidates as invariants for madness and
its manifestations in
varied contexts. We briefly discuss the relation between
philosophical therapy
and psychoanalysis. The background to the thesis is
identified as what is known as
the crisis of psychoanalysis, which we have placed within
another, more
comprehensive and durable one, the crisis of modernity.
The thesis favours the
clinical dimension of psychoanalytic project, suggesting
new perspectives for it,
through its dimension as a critique of culture. It calls
attention to the two facets - clinical and cultural - of
Freud´s work and the importance of establishing their
differences and relations.
Identifer | oai:union.ndltd.org:puc-rio.br/oai:MAXWELL.puc-rio.br:8964 |
Date | 05 September 2006 |
Creators | NEY COUTO MARINHO |
Contributors | DANILO MARCONDES DE SOUZA FILHO |
Publisher | MAXWELL |
Source Sets | PUC Rio |
Language | Portuguese |
Detected Language | English |
Type | TEXTO |
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