A literatura internacional sobre abertura de capital é ampla e vários artigos foram publicados a respeito do tema. No entanto, no Brasil, ainda são poucos os pesquisadores que se dedicam ao estudo de tal fenômeno, haja vista que o crescimento relevante do mercado de capitais nacional ainda é recente. O objetivo deste trabalho é identificar, com base em indicadores contábeis, de mercado e características das empresas, quais são os fatores determinantes para a abertura de capital de empresas brasileiras. A metodologia utilizada no estudo foi de regressão logística com dados agrupados e de regressão logística com dados em painel. A amostra total contém 1720 empresas-ano entre os anos de 2004 e 2010, dos quais 182 são relativos a empresas que abriram o capital no período. Os resultados apontados indicam que as firmas que fizeram oferta de ações no período foram aquelas que vinham investindo significativamente, que possuíam maior nível de rentabilidade e aquelas que aumentaram seu nível de endividamento. O IPO foi uma alternativa para adequar a estrutura de capital e/ou captar recursos para continuar investindo no seu crescimento. Adicionalmente, as empresas que abriram o capital foram aquelas que aproveitaram janela de oportunidade (Market timing) oferecida no período e iniciaram a negociação de suas ações em Bolsa de Valores. O tamanho das empresas não foi estatisticamente significante para o IPO, haja vista que algumas companhias relativamente pequenas e outras pré-operacionais iniciaram a negociação de suas ações. Além disso, diversas outras empresas com porte suficiente, por algum motivo, não fizeram IPO. A pesquisa apontou que o tempo de mercado da empresa (idade desde a fundação) afeta negativamente a probabilidade de abertura de capital, tendo em vista que o mercado já dispõe de regras de governança corporativa bem estabelecidas e que tais regras contribuiriam para que investidores tivessem confiança mesmo em empresas com pouco tempo de mercado. Outro resultado da pesquisa aponta que as companhias localizadas na região Sudeste do país tem maior propensão para realizar o IPO, uma vez que os empresários de outras regiões estão mais distantes do polo financeiro do país, vivem em um ambiente de negócios menos intenso, e, consequentemente, têm menos atitude para buscar alternativas de financiamento (menor importância é dada por eles aos benefícios de captar recursos em mercado de capitais). Por fim, o trabalho identificou que empresas subsidiárias e estatais são menos propensas à abertura de capital, conforme esperado. O trabalho abrange a discussão de possíveis argumentos para diminuição do potencial de crescimento do mercado de capitais e das razões pelas quais muitas empresas ainda não se motivaram a vender suas ações no mercado. / IPO has a wide international literature with many papers published on this subject. However, in Brazil, there are a few researchers who are dedicated to study this phenomenon, considering that the relevant growth of the national capital market is still recent. The objective of this study is to identify, based on accounting and market indicators and firm characteristics, which are the determining factors for the IPO of Brazilian companies. The methodology used in this study was the pooled logistic regression and the panel logistic regression. The total sample contains 1720 firm years between 2004 and 2010, of which 182 belongs to companies that went public on this period. The results indicate that the companies which made an equity offering in the period were investing on their expansion, increased their debt structure and/or had higher profitability. IPO was an alternative to adjust their capital structure and/or to raise funds to continue investing on their growth. In addition, the firms that went public took advantage of the windows opportunity (market timing) they had in the period to sell their shares. The size of companies was not statistically significant, since relatively small and preoperating firms began trading their shares. Also, several other companies with relevant size did not do their IPO due to any specific reason. Moreover, the age of the company affects negatively the probability of going public, since the Brazilian market already has well established corporate governance regulation and these rules contribute to increase investor\'s confidence on the companies, even if they are still young firms. Another result of this research indicate that firms located in the Southeast of Brazil are more likely to go public, because the entrepreneurs of other regions are far away from the Brazilian financial center, with a less intense business environment and, consequently, with less attitude to search for funding alternatives (less importance is given for the benefits to go public). Finally, the study has identified that subsidiaries and state-owned companies are less likely to go public, as expected. This work also includes the discussion of possible arguments of the potential growth decrease of stock markets in Brazil and the reasons why many companies are still not motivated to sell their shares in the market.
Identifer | oai:union.ndltd.org:usp.br/oai:teses.usp.br:tde-15122011-170553 |
Date | 13 December 2011 |
Creators | Oliveira, Bruno Cals de |
Contributors | Martelanc, Roy |
Publisher | Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP |
Source Sets | Universidade de São Paulo |
Language | Portuguese |
Detected Language | English |
Type | Dissertação de Mestrado |
Format | application/pdf |
Rights | Liberar o conteúdo para acesso público. |
Page generated in 0.2382 seconds