O tabagismo vem sendo considerado um grave problema de saúde pública pela OMS visto que milhares de pessoas morrem anualmente vítimas de doenças relacionadas ao tabaco. O objetivo desta pesquisa foi analisar o padrão do consumo do tabaco entre os acadêmicos da área de saúde da Universidade de São Paulo Campus de Ribeirão Preto no ano letivo de 2009. Trata-se de um estudo epidemiológico, descritivo, modelo inquérito, com uma abordagem metodológica quantitativa. Participaram 745 alunos de três cursos da área de saúde: Medicina, Enfermagem Bacharelado e Enfermagem Licenciatura de ambos os sexos. Foi utilizado um questionário baseado no questionário adotado pelo INCA para avaliação do tabagismo e o Teste de Fagerström para Dependência Nicotínica utilizado para medir o grau de Dependência Nicotínica. A prevalência de fumantes foi de 57 indivíduos (7,7%). Os homens constituíram a maior parte dos fumantes (52,6%) enquanto as mulheres ficaram um pouco abaixo (47,4%). A média de idade foi de 21,9 para fumantes e de 20,8 anos para os não fumantes. A idade de experimentação do cigarro concentrou-se na faixa dos 11 aos 17 anos. Os amigos foram os maiores influenciadores na experimentação do tabaco (78,2%), seguido do cinema/TV (10,2%) e fumo dos pais (6,1%). A maioria dos entrevistados (61,8%) declarou que o pai e/ou mãe fumam ou já fumaram. Em relação à renda familiar, a maioria (48,5%) ficou acima dos seis salários mínimos vigentes à época da pesquisa. A religião mostrou-se como um fator de proteção ao vício do tabaco, pois 16,1% dos tabagistas não possuíam religião. Grande parte dos entrevistados (79,9%) acredita que pode exercer alguma influência no paciente na cessação do hábito de fumar bem como revelam-se um modelo de comportamento para seu paciente (65%). Nesse sentido, a maioria (55,7%) também acredita que os profissionais que fumam são menos propensos a aconselhar seus pacientes a parar de fumar. O desejo de parar de fumar foi manifestado por 63,2% dos fumantes e a Dependência Nicotínica avaliada ficou como Baixa ou Muito Baixa na maioria dos tabagistas. A experimentação de outros produtos do tabaco foi observada em 58,3% de toda a amostra e 86% dos fumantes declararam já ter experimentado a maconha. Entre os não fumantes esse número foi de 22,8%. Na comparação com a prevalência encontrada em 1986 houve uma queda acentuada de 14,2% neste ano para 7,7% em 2009. A tendência de declínio da prevalência de fumantes nos estudantes da área de saúde parece seguir os mesmos caminhos da sociedade em geral, mas esse percentual ainda é muito alto especialmente por tratar-se de estudantes da saúde. Espera-se que este estudo viabilize uma discussão por setores da sociedade e acadêmicos em geral para propor medidas preventivas e de controle do tabagismo entre universitários, sobretudo nos estudantes da área de saúde. / Smoking habits have been considered a serious public health problem by the OMS (WHO em ingles) since thousands of people die from smoking-related diseases. The aim of the current report was to evaluate pattern and prevalence of smoking among public health students at the University of São Paulo (College of Ribeirão Preto) during the 2009-2010 school years. The results were statistically elaborated by using descriptive methods. This study was conducted with 745 medicine and nursing (bachelor and graduation degrees) students who answered a questionnaire adopted by INCA and the Fagerström Teste for Nicotine Dependence. The prevalence of current smoking was 7.7% (57 students - 52.6% were male and 47.4% female), where the influence of friends (78.2%), movies, tv (10.2%) and the parents (6.1%) were the most cited reason to commence such habit. Most subjects informed that they have started smoking at the age group of 11 to 17 years old. 61.8% of the interviewed had a smoking family member (father and/or mother). Religion practice is probably a factor that prevents the tobacco addiction because 16.1% of the smokers are atheist. 79.9% of the interviewed stated that they provide information to their patients about smoking risks and assume they could be a role model for their patients (65%). In addition, 55.7% of the students believe that professionals in the public health care who smoke are less inclined to advise their patients to stop smoking. 63.4% of the students reported to be willing to quit smoking and the nicotine dependence assessed was considered lower or very lower. Smokers (86%) and non-smokers (22,8%) reported having experimented pot. A significant decrease in smoking prevalence among public health student at the University of São Paulo (College of Ribeirão Preto) was observed comparing data from a study in 1986 (that reported a smoking prevalence of 14.2%). Thus, our data corroborates the world trend decline in prevalence of smokers in public health students. However, the number of smokers in health professionals is still high. Knowledge of prevalence of smoking is needed to implement adequate institutional programs to help reduction of smokerers, especially among health professional who were supposed to be a role model to our society.
Identifer | oai:union.ndltd.org:IBICT/oai:teses.usp.br:tde-13012011-161707 |
Date | 10 December 2010 |
Creators | Fransley Lima Santos |
Contributors | Antonio Ruffino Netto, Jose Antonio Baddini Martinez, Pericles Alves Nogueira |
Publisher | Universidade de São Paulo, Saúde na Comunidade, USP, BR |
Source Sets | IBICT Brazilian ETDs |
Language | Portuguese |
Detected Language | Portuguese |
Type | info:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis |
Source | reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP, instname:Universidade de São Paulo, instacron:USP |
Rights | info:eu-repo/semantics/openAccess |
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