Estudo experimental com designação aleatória em dois grupos (Intervenção ou Controle) que avaliou a qualidade de vida relacionada à saúde e a adesão ao tratamento medicamentoso de pacientes que internaram para o ajuste da dosagem do anticoagulante oral, segundo a participação em um programa educativo (Grupo Intervenção - GI) ou cuidado de rotina (Grupo Controle - GC). Os grupos também foram comparados segundo a autoeficácia geral e presença de sintomas de ansiedade e de depressão em dois momentos: na internação (T1) e dois meses após a alta hospitalar (T2). O estudo foi desenvolvido em um hospital público do interior do Estado de São Paulo, de março de 2011 a dezembro de 2012. Foram considerados elegíveis para o estudo 113 pacientes, aleatorizados em GC (n=58) e GI (n=55). A aleatorização foi realizada após a estratificação pelo The Outpatient Bleeding Risk Index conforme o risco de sangramento (baixo, médio e alto risco). Os pacientes que participaram do programa educativo receberam orientações individualizadas, com uso de materiais ilustrativos na internação. Após a alta as orientações eram feitas por contatos telefônicos realizados na primeira e quarta semanas. Para a avaliação das variáveis de interesse foram utilizadas as versões validadas para o português do Brasil dos instrumentos Duke Anticoagulation Satisfaction Scale, Medidas de Adesão ao Tratamento, Hospital Anxiety and Depression Scale e General Perceived Self-Efficacy Scale. Ao final dos dois meses de seguimento, completaram o seguimento 44 participantes no GC (75,8% dos participantes em T1) e 38 no GI (69,1%). Os dados foram avaliados por estatística descritiva e de comparação das médias das variáveis de interesse entre os grupos (t de Student independente) e intragrupos (teste t de Student pareado), na internação e dois meses após a alta. O nível de significância adotado foi de 0,05. Na comparação dos grupos de pacientes que completaram ou não o seguimento, verificamos semelhanças sociodemográficas, clínicas e relacionadas à terapia de anticoagulação oral. Essas semelhanças também foram observadas ao compararmos os grupos, controle e intervenção, durante a internação. Com relação à qualidade de vida relacionada à saúde, adesão ao tratamento, sintomas de ansiedade e depressão e autoeficácia, os resultados obtidos constatam semelhanças entre GC e GI tanto em T1 quanto em T2, não confirmando as hipóteses do nosso estudo para T2. Em T2, não foi possível confirmar as diferenças entre as medidas de QVRS (p=0,65), adesão (p =0,89), ansiedade (p=0,20), depressão (p=0,27) e autoeficácia (p=0,65), considerando a participação no programa educativo. Diante dos resultados obtidos no presente estudo concluímos que para os pacientes que já possuem a experiência anterior do uso do anticoagulante oral a estratégia educativa utilizada não foi eficiente para melhorar as variáveis respostas escolhidas. Esse resultado, do ponto de vista clínico, tem uma relevante importância para os profissionais da saúde que assistem esta população de usuários de anticoagulantes orais. Nossa afirmação se pauta no conhecimento produzido por estudo anterior realizado pelo nosso grupo de pesquisa, o qual obteve resultados estatisticamente significantes e melhores para o grupo intervenção. Ao compararmos as populações dos dois estudos, ambos realizados na mesma instituição hospitalar, temos/percebemos que há diferença entre elas apenas na variável tempo de uso do medicamento. Assim, o profissional deve considerar que o tempo que o paciente faz uso do medicamento é um fator decisivo na escolha da estratégia educativa que deverá utilizar / Experimental study with random distribution in two groups (Intervention or Control), which assessed the health-related quality of life and medication treatment adherence of patients who were hospitalized to adjust the oral anticoagulation drug dosage, according to their participation in an educational group (Intervention Group - IG) or in routine care (Control Group - CG). The groups were also compared according to their general self-efficacy and presence of anxiety and depression symptoms at two times: upon hospitalization (T1) and two months after discharge from hospital (T2). The study was developed at a public hospital in the interior of São Paulo State, Brazil, from March 2011 till December 2012. In total, 113 patients were considered eligible for the study, randomized between CG (N=58) and IG (N=55). The randomization took place after the patients\' stratification into low, medium and high bleeding risk, according to The Outpatient Bleeding Risk Index. The patients who participated in the educative program received individualized orientations, using illustrative material, during the hospitalization. After discharge, the orientations were provided through telephone contact during the first and fourth week. To assess the research variables, the versions of the Duke Anticoagulation Satisfaction Scale, Treatment Adherence Measures, Hospital Anxiety and Depression Scale and General Perceived Self-Efficacy Scale validated for Brazilian Portuguese were used. After two months of monitoring, 44 participants completed the follow- up in CG (75.8% of participants at T1) and 38 in IG (69.1%). The data were assessed by means of descriptive statistics and comparison of means for the variables of interest between the groups (independent Student\'s t) and intra-groups (paired Student\'s t-test), upon the hospitalization and two months after discharge. The significance level adopted was 0.05. When comparing the patient groups that completed the follow-up or not, we found similarities in sociodemographic and clinical variables and related to the oral anticoagulation therapy. These similarities were also observed when comparing the control and intervention groups during the hospitalization. As regards the health-related quality of life, treatment adherence, anxiety and depression symptoms and self-efficacy, the results reveal similarities between CG and IG at T1 and T2, not confirming our study hypotheses for T2. At T2, the differences in the HRQoL (p=0.65), adherence (p=0.89), anxiety (p=0.20), depression (p=0.27) and self- efficacy (p=0.65) scores could not be confirmed when considering the participation in the educative program. In view of the results obtained in the present study, we conclude that, for patients with previous experience in oral anticoagulation treatment, the educative strategy used was not efficient to improve the selected response variables. From the clinical viewpoint, this result is relevant for the health professionals who deliver care to this population of oral anticoagulation drug users. Our assertion is based on the knowledge produced in an earlier study by our research group, which found statistically significant and better results for the intervention group. When comparing the populations in both studies, which were undertaken at the same hospital, the sole difference relates to the length of the medication intake. Therefore, professionals should consider the usage length of the medication as a decisive factor in the choice of the educative strategy they will adopt
Identifer | oai:union.ndltd.org:usp.br/oai:teses.usp.br:tde-22052014-163837 |
Date | 10 January 2014 |
Creators | Corbi, Inaiara Scalçone Almeida |
Contributors | Dantas, Rosana Aparecida Spadoti |
Publisher | Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP |
Source Sets | Universidade de São Paulo |
Language | Portuguese |
Detected Language | English |
Type | Tese de Doutorado |
Format | application/pdf |
Rights | Liberar o conteúdo para acesso público. |
Page generated in 0.0021 seconds