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Avaliação da taxa de dispensação de isoniazida utilizada no tratamento preventivo de tuberculose em serviço especializado em HIV/aids / Evaluation of withdrawal of isoniazid for preventive treatment of tuberculosis in HIV/aids outpatient clinic

INTRODUÇÃO: A Tuberculose (TB) e a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS) são, individualmente, grandes ameaças à saúde pública. As epidemias de AIDS e TB são sinérgicas e criaram uma crise de grandes proporções e desafios para o manejo clínico dos doentes, serviços de saúde e órgãos governamentais. A infecção pelo Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV) é um dos principais fatores de risco para TB. O tratamento de pacientes com HIV ou aids e TB requer o uso concomitante de medicamentos tuberculostáticos e antirretrovirais, e as dificuldades a serem superadas incluem alto número de comprimidos, adesão aos tratamentos, interações medicamentosas com possibilidade de sobreposição de efeitos tóxicos e síndrome de reconstituição imune inflamatória. Uma forma de prevenção da TB é o Tratamento Preventivo com Isoniazida (TPI) nos pacientes com Infecção Latente por Mycobacterium tuberculosis (ILMTb), para os quais taxas de adesão de 80% ou mais são adequadas. A baixa adesão ao TPI diminui a sua efetividade. Neste cenário, avaliar a adesão ao TPI é de grande importância. O Serviço de Farmácia pode ser um instrumento altamente eficiente para realizar esta avaliação, através do acompanhamento das taxas de dispensação de isoniazida (INH) prescrita como TPI. OBJETIVO: Avaliar a taxa de adesão ao TPI em sujeitos com HIV ou aids e ILMTb, através da dispensação de INH. MÉTODO: Foram incluídos sujeitos que apresentaram prescrição do medicamento INH no período de 01/07/2008 a 30/06/2011 na farmácia do Serviço de Extensão ao Atendimento de Pacientes HIV/Aids da Divisão de Moléstias Infecciosas e Parasitárias do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (SEAP HIV/Aids). As informações sobre sexo, idade, acompanhamento médico, uso de antirretrovirais, doenças concomitantes, intercorrências, datas de início e término do TPI foram obtidas do prontuário e informações sobre prescrição e dispensação de INH foram obtidas do Sistema de Informações de Gerenciamento Hospitalar (SIGH). RESULTADOS: Foram incluídos na análise 161 sujeitos, 78,9% (127) do sexo masculino, com idade média de 46 anos, 84,5% (136) deles acompanhados por médicos assistentes, 92,5% (149) utilizavam drogas antirretrovirais, 77,6% (125) apresentavam doenças concomitantes e 12,4% (20) sofreram intercorrências durante o TPI. Observou-se aumento transitório de enzimas hepáticas que não justificava a suspensão do TPI. A taxa de adesão foi de 96%. A prescrição eletrônica da INH nem sempre acompanhou, temporalmente, as datas, registradas em prontuário, de início e fim do TPI. A análise de concomitância entre início e fim do TPI e a prescrição de INH foi realizada para 90% (146) dos sujeitos para os quais estas informações eram disponíveis. Para 8,7% (14) dos sujeitos a prescrição eletrônica foi posterior à data de início de TPI; para 56,2% (82) dos sujeitos a prescrição de INH ultrapassou a data de término do TPI no prontuário e para 17,1% (25) dos sujeitos a prescrição de INH foi encerrada antes do término do TPI no prontuário. Não foram observadas associações estatísticas significativas entre o desfecho e as variáveis de interesse. CONCLUSÃO: Adesão é um comportamento complexo, assim como sua avaliação. Identificamos elevada taxa de adesão ao TPI entre sujeitos que vivem com HIV/aids; a frequência de hepatotoxicidade foi baixa e, quando ocorreu, transitória. Salientamos o descompasso entre o projeto terapêutico de TPI, registrado em prontuário, e a sua concretização, através da prescrição da INH. A prescrição eletrônica é um instrumento concebido para elevar a qualidade e agilizar a assistência; entretanto, pode expor o paciente a prescrição inadequada. Para evitá-lo devem ser adotadas medidas de segurança que, sem dificultar a prescrição, possam aprimorá-la constantemente, conforme os protocolos de tratamento disponíveis e os conhecimentos atualizados / BACKGROUND: Tuberculosis (TB) and Acquired Immunodeficiency Syndrome (AIDS) are major threats to public health. The Aids and TB epidemics are synergistic, bring great challenges for the clinical management of patients, health services and governments. Infection with Human Immunodeficiency Virus (HIV) is a major risk for TB. The treatment of coinfected patients requires antituberculosis and antiretroviral drugs administered concomitantly. These patients are defied by the high number of tablets, adherence, drugs interactions, overlapping toxicities and immune reconstitution inflammatory syndrome. The isoniazid preventive therapy (IPT) is recommended to reduce the risk of TB in HIV/aids patients with Mycobacterium tuberculosis Latent Infection (MTbLI). Adherence rates of 80% or more are adequate. Low adherence to the IPT reduces its effectiveness. Assessing adherence to the IPT is of great importance in this setting, and the withdrawal of INH from the pharmacy can be used for this purpose. OBJECTIVE: To evaluate the adherence to the IPT in subjects with HIV/Aids and MTbLI, followed at Serviço de Extensão ao Atendimento de Pacientes HIV/ Aids (SEAP HIV/Aids), an HIV/aids outpatient clinic, through the withdrawal of INH from the pharmacy. METHODS: subjects with HIV/Aids and MTbLI who had a prescription of INH for IPT from 01/07/2008 to 30/06/2011 were included. Information about sex, age, medical conditions, antiretrovirals, comorbidities, IPT period, intercurrences during the IPT and withdrawal of INH from the pharmacy were retrieved from the medical files and the system of information and hospital management (SIGH). RESULTS: 161 subjects were included in the study, 78,9% (127) of them males, with a mean age of 46 years, 84,5 % (136) of them assisted by infectologists, 92,5% ( 149) taking antiretrovirals, 77,6% (125) with comorbidities and 12,4% (20) with intercurrences during the IPT; a low and transient increase of liver enzymes that not led to discontinuation of the IPT was observed. The adherence rate was 96%. The evaluation of concordance between the periods of ITP and prescription of INH was performed for 90% (146) of subjects for whom this information was available. The electronic prescription of INH was not coincident with the period of IPT registered in medical files for most subjects. To 8,7% (14) of the subjects the electronic prescription was made after the beginning of IPT, for 56,2% (82) of the subjects the prescription of INH exceeded the date of completion of the IPT and for 17,1% (25) of the subjects the prescription of INH ended before the end of the IPT registered in medical files. No statistically significant associations between the outcome and the variables of interest were observed. CONCLUSION: Adherence is a complex behavior, as well as their evaluation. We found a high adherence rate to IPT among HIV/Aids subjects with MTbLI, with a low and transient grade of hepatotoxicity. Although the electronic prescription is an instrument designed to improve the quality of the health care, it can expose patients to inappropriate prescription. To avoid this, security measures should be adopted, in order to improve it constantly, according to the protocols of treatment available and updated knowledge, without hampering medical prescription

Identiferoai:union.ndltd.org:usp.br/oai:teses.usp.br:tde-04092014-143406
Date30 June 2014
CreatorsSantana, Claudinei Alves
ContributorsGutierrez, Eliana Battaggia
PublisherBiblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Source SetsUniversidade de São Paulo
LanguagePortuguese
Detected LanguagePortuguese
TypeDissertação de Mestrado
Formatapplication/pdf
RightsLiberar o conteúdo para acesso público.

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