On a assisté, au cours des dernières décennies, à une intensification des impacts environnementaux générés par le modèle de production agricole conventionnel (dégradation des sols, contamination des ressources hydriques, réduction de la biodiversité). Celle-ci, associée à une concentration des terres et des revenus - entraînant à leur tour une exclusion des travailleurs ruraux et de la violence dans la campagne - a été propice à l’émergence de propositions pour un développement rural qui inclut l’adoption de pratiques agricoles durables. Dans une approche agro-écologique, l’implantation de nouvelles pratiques agricoles est insérée dans un processus graduel et multilinéaire de changement, dénommé transition agro-écologique, qui vise le passage d’un modèle agricole basé sur l’utilisation d’intrants chimiques à des formes de production plus durables. C’est dans la communauté de São Francisco da Costa da Terra Nova, que la recherche s’est effectuée. A partir de modèles de production existants, cette transition agro-écologique a déclenché une série d’innovations techniques et organisationnelles qui ont conduit à la fois à des changements dans le processus productif, dans les formes d’organisation du travail, et dans l’inclusion d’une nouvelle activité de travail : la commercialisation des produits agro-écologiques. En plus de recadrer les pratiques productives et les formes d’organisation du travail, la transition agro-écologique conduit à des nouvelles perspectives de performance pour les agriculteurs, par exemple constitution d’un nouveau marché, des foires agro-écologiques. Ainsi, nous pensons que les changements résultant du processus de transition agro-écologique peuvent contribuer au développement, à l’amélioration et à la diffusion de procédés innovants qui visent à améliorer les conditions de travail des agriculteurs familiaux, en vue de valoriser et d’élargir les perspectives de travail dans le contexte d’une agriculture durable. / During the last decades, there has been an intensification of environmental impacts generated by the conventional agricultural production model (degradation, contamination of water resources, reduction of biodiversity). Coupled with a concentration of land and income -producing exclusion of rural workers and violence in campagne- this intensification has been lead to the emergence of proposals for rural development which includes the adoption of sustainable agricultural practices. In this agroecological approach, the implementation of new agricultural practices is inserted into a gradual process and multilinear change, called agro-ecological transition, which is the transition from an agricultural model based on the use of chemical inputs to forms more sustainable production. The research was conducted in the community of São Francisco da Costa da Terra Nova. From existing production models, this agro-ecological transition has triggered a series of technical and organizational innovations, that have led both to changes in the production process, in the forms of work organization, and in the inclusion of a new work activity: the marketing of agro-ecological products. In addition to crop production practices and forms of work organization, agro-ecological transition leads to new performance prospects for farmers, for example formation of a new market, the agro-ecological fairs. The research shows that changes resulting from agro-ecological transition process may contribute to the development, enhancement and dissemination of innovative processes that improve the working conditions of farmers, and that adds value and expand the work opportunities in the context of sustainable agriculture. / Nas últimas décadas, a intensificação dos impactos ambientais gerados pelo modelo de produção agrícola convencional (degradação dos solos, contaminação dos recursos hídricos, redução da biodiversidade); associado à concentração fundiária e de renda e, consequentemente, à exclusão de trabalhadores rurais e à violência no campo; propiciou o surgimento de propostas de desenvolvimento rural que incluíam a adoção de práticas agrícolas sustentáveis, a fim de fomentar alternativas viáveis à produção de alimentos e ao fortalecimento da agricultura familiar. Na abordagem agroecológica, a implementação de novas práticas agrícolas está inserida em um processo gradual e multilinear de mudança, denominado transição agroecológica, que visa a passagem de um modelo agrícola baseado no uso de insumos químicos à formas de produção mais sustentáveis. Na comunidade São Francisco da Costa da Terra Nova, lócus da pesquisa, observou-se, a partir dos modelos de produção existentes, que essa transição desencadeou uma série de inovações técnicas e organizacionais que resultaram em mudanças no processo produtivo, nas formas de organização do trabalho e na inclusão de uma nova atividade: a comercialização dos produtos agroecológicos. Além de ressignificar as práticas produtivas e as formas de organização do trabalho, a transição agroecológica conduziu à possibilidades inéditas de atuação dos agricultores, através dos novos espaços de comercialização, as feiras agroecológicas. Acredita-se que as mudanças decorrentes do processo de transição agroecológica possam contribuir para o desenvolvimento, aprimoramento e difusão de processos inovadores que visam a melhoria das condições de trabalho dos agricultores familiares, com vistas a valorizar e ampliar as perspectivas do trabalho no contexto da agricultura sustentável.
Identifer | oai:union.ndltd.org:theses.fr/2015LYO20125 |
Date | 25 November 2015 |
Creators | De Aguiar, Janaina |
Contributors | Lyon 2, Universidade Federal do Amazonas (Instituo de ciências humanas e letras), Béguin, Pascal, Fraxe, Therezinha de Jesus Pinto |
Source Sets | Dépôt national des thèses électroniques françaises |
Language | Portuguese |
Detected Language | French |
Type | Electronic Thesis or Dissertation, Text |
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